Acordei com o toque o telemóvel.
Nathan: Estás bem?
Boa, ele sabia da carta, não faço ideia como ele soube mas não estava contente.
Não.
Fui honesta com o Nathan, não valia a pena mentir-lhe, apesar de tudo queria que ele estivesse aqui a abraçar-me e a proteger-me, e a certificar-se que ninguém me faria mal. Mas não era esse o papel dele, pelos menos já não. O que aconteceu entre nós foi tão complicado, tão exaustivo, tão desgastante, e acabou for ficar em segundo plano após descobrir sobre o meu Pai e a sua busca por mim.
Nathan: Estou à porta.
A minha boca abriu-se por completo, não era isto que eu queria ao enviar-lhe a mensagem, quer dizer, eu sabia que uma parte de mim queria mas não queria ter que lidar com a situação na realidade.
"Anna!" A voz do Nathan era algo que podia reconhecer a 10 metros de distância, era rouca e sensual em formas que não deviam ser possíveis.
Aproximei-me da porta e abria-a. Estava de calças de pijama e uma T-shirt branca com gola redonda. O meu cabelo estava despenteado, fios loiros espalhados por todo o lado, e os meus olhos inchados das lágrimas da noite passada.
"Ding dong."
"É suposto fazer-se isso antes de se abrir a porta e não depois." Revirei os olhos.
"Bom dia para ti também." Ele passou por mim e infiltrou-se no meu quarto.
Cruzei os ombros enquanto ele se sentava na minha cadeira e olhava para mim.
"Sim?" Perguntei.
"Tu chamaste."
"Não me recordo de tal coisa."
"Bem mas estou aqui. Queres falar?"
Encostei-me à porta e descansei a cabeça.
"Como soubeste da carta?"
"O Cameron contou-me."
"O Cameron? Porque? Pensava que se odiavam."
"E odiamos-nos mas quando é sobre a tua proteção estamos de acordo. Ele contactou-me e disse-me que estavas abalada e não te abrias com ele, pensou que talvez de te abrisses comigo."
"Então juntaram-se para tentarem enganar a minha confiança?"
"Não estamos nem queremos enganar a tua confiança Anna, não sabemos com o que estamos a lidar, só sabemos que é perigoso e é um homem. Não percebemos que relação ele tem contigo ou o que quer de ti, só que ele quer-te fazer mal. Estou preocupado Anna. Ele é algum ex-namorado teu? É por isso que não me queres contar?"
"Não Nathan! Não! É muito pior, é isso que queres ouvir? Ele é horrível, um psicopata autêntico e a razão pela qual não vos quero contar é porque tenho medo que ele vos faça alguma coisa por minha causa!" Neste ponto as minhas lágrimas começaram a deslizar pelas minhas bochechas. "Ele é perigoso e por muito que tente fugir dele, ele encontra-me, ele sabe que estou aqui, ele sabe muito provavelmente de ti e do Cameron, e da Rebecca e do Andrew e de todas as pessoas de quem eu gosto!"
O Nathan levantou-se e abraçou-se, e eu coloquei a minha cara no seu peito enquanto chorava perdidamente.
"Anna, ele não te vai tocar, não precisas de ter medo por mim ou pelo Cameron, eu sei-me proteger e ele também. Por mais que me custe a admitir fico feliz por ele estar também a proteger-te. Não vou deixar que ninguém te faça mal, seja lá quem for, tens de saber isso, faria tudo por ti." Ele beijou-me o cabelo a afagou-me as costas. Ficamos assim por muitos minutos.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Madness
Fiksi RemajaQuando Anna chega a Toronto, com o objectivo de começar uma vida nova, depara-se com Nathaniel, um rapaz desprezível e sombrio, que logo ganha interesse em Anna e no seu desprezo ao toque humano, encurralando-a com perguntas e tentando desvendar as...