Acordei no peito do Nathan a inalar a sua colónia. Ele estava a dormir de forma tão pacífica que pude apreciar as suas feições delicadas. Não resisti muito tempo e depositei um beijo levemente nos seus lábios rosa bebé. Os seus olhos azuis abriram-se como duas porções do oceano e as suas sobrancelhas juntaram-se a observar o meu gesto.
"Isso é tudo gratidão por ontem?" Ele esboçou um sorriso malicioso.
"Não sei do que falas." Fiz-me de inocente.
"Queres que te lembre babygirl?" Ele arqueou a sobrancelha esquerda e eu corei.
"Não, não é preciso."
"Não devias ir para as aulas?"
"Tu é que me fazias sempre faltar."
"Estou a tentar ser uma boa influência." Ele sorri.
"Só quero ficar aqui." Respondo e deito a cabeça no seu peito.
"Não me estou a queixar babe, mas devias ir." O Nathan continua a massajar-me o cabelo. Aproveito para relaxar mas refilo com o facto de ter de sair da cama para ir a uma aula aborrecida.
"Acho que vou ficar aqui." Faço beicinho e encolho-me mais nos cobertores.
"A Mia tem perguntado por ti."
"Tem?"
"Humhum, acho que ela tem saudades tuas." Ele faz círculos nas minhas costas.
"Porque é que ela não me disse nada?" Pergunto.
"Acho que é por ela achar que não devia depois de as coisas terem ficado como ficaram." Relembro-me da última vez que vi a Mia, foi no dia depois da festa, depois de ter discutido com o Nathan, depois de ter recebido a primeira mensagem do meu padrasto e achar que tinha sido a Mia a enviá-la.
"Hum, compreendo, talvez a devesse ir visitar."
"Yeah, talvez."
"Ela está cá?" Pergunto.
"Acho que sim, não tenho ido a casa da minha mãe, tenho ficado a dormir aqui ao lado."
"Devias voltar ao teu apartamento Nathan, não faz sentido estares a dormir num dormitório quando tens um apartamento bom só para ti."
"Olha quem fala! Tens uma suite e estás neste cubículo minúsculo, e onde raio é que está a Rebecca?"
"Ela tem ficado com o Andrew, acredito que se vá mover em breve pois não faz sentido estar a pagar quando ela nunca cá está."
"Mas assim ficarias completamente sozinha." Encolho os ombros com a afirmação do Nathan, já tenho estado à um tempo sozinha no dormitório, mas também não quereria explicar à Rebecca porque tenho um segurança à porta. Quando é o Cameron eu até posso disfarçar e trazê-lo para dentro e disser que estamos a conviver, mas o Larry? Porque razão haveria de estar um homem de 30 e tal anos vestido de fato no meu quarto?
"Sim, eu sei." Inspirei profundamente e suspirei. "Tenho que me ir vestindo."
Levanto-me da cama e troco o pijama de verão por umas calças de ganga e uma camisa sem ombros, branca, de renda.
Um bater na porta desvia as nossas atenções e eu abro deparando-me com um Cameron sonolento e vestido de civil.
"Recebeste outra encomenda do perseguidor, a equipa de segurança não percebeu o significado. Não se se quererias ou não ver..." Ele não me olha directamente nos olhos e eu percebo a sensibilidade do assunto.
"Está bem." Ganho coragem e mexo os pés para o deixar entrar com uma caixa que ele pega, que antes não tinha reparado que estava nos seus pés.
Ele pousa a caixa de cartão em cima da minha cama e observa o Nathan que estava só de boxers. A minha expressão muda automaticamente para envergonhada, e sinto-me a corar de tal forma que a minha temperatura deve ter-se alterado.
Aproximo-me da caixa e respiro fundo.
"Anna, não o tens que fazer." O Nathan assegura-me.
"Eu sei, mas quero, tenho que saber se posso fazer algo para o encontrar antes que ele me encontre a mim." O Cameron desvia o olhar entre mim e o Nathan, sabendo que há algo que nós sabemos e ele não.
Lentamente abro a caixa e espreito, os meus batimentos cardíacos aceleram quando toco no que está dentro da caixa. É um tecido branco, quer dizer, outrora fora branco mas agora estava sujo de terra, e eu começo a reconhecer a peça. É um vestido branco, com alças, largo, com rasgões na bainha, quase completamente destruído. Deixo-o cair no chão e a minha respiração torna-se irregular.
"Ele está cá." Olho para o Nathan e as lágrimas toldam-me a visão.
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Só quero agradecer aos leitores que continuaram a seguir a esta história e as novos leitores que me apoiaram. A história da Anna está quase a chegar ao fim e todos os segredos vão ser revelados. P
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Madness
Novela JuvenilQuando Anna chega a Toronto, com o objectivo de começar uma vida nova, depara-se com Nathaniel, um rapaz desprezível e sombrio, que logo ganha interesse em Anna e no seu desprezo ao toque humano, encurralando-a com perguntas e tentando desvendar as...