Capítulo 37

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"Quando puseres as tuas coisas em ordem, as tuas prioridades, e compreenderes as tuas atitudes talvez ai possamos resolver a nossa relação, mas agora tens que entender o que queres, porque eu estou cansada disto." Aponto para o chão onde se encontra a roupa interior feminina. " Aí, talvez acha uma chance para nós os dois. Eu amo-te Nathaniel."

Olho-o nos olhos e afasto-me lentamente dele, pela segunda vez na nossa relação tenho que me afastar dele para o Nathan não nos esmagar aos dois com as suas atitudes precipitadas.

Olho uma vez mais para trás e os meus olhos encontram-se com os dele. Nunca pensei em voltar a colocar algo pertencente ao meu futuro nas mãos de outra pessoa mas esta decisão agora pertence apenas ao Nathan, fiz tudo ao meu alcance mas não posso voltar ao abismo escuro do qual sai há poucos meses. Não posso.

Abandono o seu apartamento e a Mia leva-me de volta ao campus. Despeço-me com um sorriso entristecido dela, esta pode ser a última vez que a vejo, sendo que em pouco tempo ela vai voltar para os Estados Unidos e das poucas vezes que a poderia ver seria se estivesse com o Nathan, e isso ainda é incerto.

Quando a Mia está a estacionar à frente do dormitório o meu subconsciente manifesta-se.

"Mia, mandaste-me uma mensagem na noite em que fomos sair?"

"Não tola, eu nem tinha o teu número naquela altura nem agora! Aliás, dá-me o teu número!"

Trocamos os nossos contactos e finalmente saiu do seu carro.

Tinha quase a certeza que tinha sido a Mia a mandar-me a mensagem, quem mais saberia horas depois de eu ter saído da festa que teria lá estado? Os tablóides só publicaram o artigo algures duas manhãs depois. Qual é a probabilidade de ter sido engano e a mensagem tivesse sido destinada para alguém que também foi sair?

Puxo o meu telemóvel do bolso, desloquei-o, percorro as mensagens e clico na conversa com o número desconhecido.

"Peço desculpa, mas não sei de quem é este número." Pressiono no enviar e guardo o telemóvel.

Em vez de ir para o meu dormitório decido ir ver se o Cameron está no seu quarto e se quer conviver. Dirijo-me até ao seu dormitório e bato timidamente na porta.

Nathan

Observo a Anna a afastar-se lentamente de mim e sinto o ar a ser sugado dos meus pulmões. Tudo o que faço é arruinar as coisas entre nós, sempre que a nossa relação se encontra num ponto frágil eu derrubo-a por completo, obrigando a Anna a construir muralhas. As coisas que eu faço, as minhas atitudes egoístas, não são pensadas, simplesmente acontecem por eu ser uma pessoa danificada, por eu não saber como agir com ela. Antes dela não me importava com o que ninguém pensava, não magoava as pessoas intencionalmente mas também não me importava com quem saísse magoado, mas agora é ela que sai magoada, e eu fico magoado ao ver que a magoei. Ironia das ironias. Nunca pensei que este dia chegasse, o dia que me magoasse por magoar outra pessoa.

"E agora?" A voz dela ecoa na minha mente, fazendo-me cair de joelhos no chão.

Isto precisa de terminar, este comportamento impulsivo e egoísta. Preciso de a deixar ir, ser feliz com outra pessoa que seja mais do que um idiota egoísta e, bem, o contrário de tudo o que eu sou. Preciso de desaparecer.

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