Capítulo 28

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"Como queiras Nathan, agora é tarde demais." Afasto-me dele e vão em direcção ao Cameron que está a ser desinfectado pela enfermeira.

"Hey, estás bem?" Pergunto-lhe e pouso a minha mão na sua.

"Fico sexy até a sangrar, admite lá." Ele esboça um sorriso tento o mesmo efeito em mim.

"Convencido." Resmungo e reviro-lhe os olhos.

Nathan

"Agora é tarde demais?" O que é que ela quis dizer com isso? Ela fartou-se de mim? Acabou tudo entre nós por uma coisa tão ridícula como a Emma me ter beijado? Eu já lhe tentei explicar que não senti nada, nem devolvi o beijo à Emma mas para a Anna foi o suficiente para me deixar, talvez porque ela já não quer estar comigo e só precisava de uma desculpa para se ver livre de mim.

Foco a minha atenção nela e vejo-a a falar docemente com o Cameron. Agora sei porque é que ela me despachou, claramente tem um novo brinquedo. Não sabia que ela era deste tipo, de trocar pessoas facilmente e fartar-se.

Sinto as minhas vias respiratórias a fecharem-se, preciso sair daqui. Levanto-me da maca silenciosamente e saio da enfermaria. Vou directo aos elevadores e pressiono o botão mas está a demorar demasiado tempo a vir, opto por ir pelas escadas. Desço apressadamente quase tropeçando nos meus próprios pés e quando finalmente chego à rua páro para inspirar profundamente. O ar parece-me pesado e frio mas sabe tão bem depois de quase ter sufocado nos meus pensamentos.

Ando lentamente até ao parque de estacionamento e quando finalmente encontro o meu carro, destranco-o e entro. Sento-me durante segundos a tentar diluir o facto da Anna estar com aquele filho da puta do Cameron e finalmente meto a ignição a funcionar. O que é que eu estava à espera afinal? Ela está sempre rodeada de gajos babados. É bonita, tem óptimas curvas, consegue ser simpática e é fácil de conversar, mesmo quando se fecha em copas e estabelece uma barreira ela ainda permite alguém falar com ela. Tenho de parar de pensar nela. Ela deu-me com os pés, ela trocou-me por um atrasado.

Sinto um colapso entre o meu corpo e algo e tudo em minutos fica branco e depois negro.

...

Quando finalmente ganho consciência consigo ouvir as sirenes das ambulâncias e do carro dos bombeiros. Eu ainda estava dentro do meu carro, coberto de sangue e vidros, e completamente preso devido à porta e ao tecto. O carro tinha capotado e eu estava impossível de ser alcançado pelos técnicos de saúde. Estava a perder demasiado sangue e sentia-me tonto, demasiado tonto para continuar consciente, e foi assim que pela segunda vez perdi a consciência.

...

Anna

Passou-se quatro dias desde a última vez que vi o Nathan, ou que soube algo dele. Tenho estado internada no hospital, devido à anomalia que não é anómala para mim, sempre acompanhada pelo Cameron. Ele tem-me sido uma óptima companhia e uma pessoa agradável para se passar o tempo. Mas voltando ao meu estado de saúde eu não fiquei apenas internada devido ao sopro, pelos vistos o meu desmaio causou acidose no meu sangue, ou seja, o pH do meu sangue ficou abaixo do valor estabelecido, 7,35. Estava bastante perto do 7 que pelos vistos era algo perigoso. Acabei por faltar a mais aulas do que esperava e a ter de ligar outra vez para o meu chefe a pedir mais dias. O Cameron até se voluntariou para cobrir os meus turnos por mim mas não foi necessário, o Mr. Gordon foi bastante acessível e simpático e informou-me que depois posso compensar os dias que faltei.

Hoje vou finalmente sair do hospital.

O Cameron ajudou-me a guardar as minhas coisas e deu-me boleia até ao meu dormitório, onde já não ia há algum tempo. Estava exactamente como o tinha deixado, menos a parte da Rebecca que estava mais arrumada do que era costume, o que significa que ela passou por cá mas não tem cá estado muito tempo, como também era de costume.

Despeço-me do Cameron e prometo-lhe que mais tarde falámos e vou tomar um duche. Infelizmente este não demorou muito tempo porque umas batidas repetidas interromperam-no. Coloquei o robe de banho e fui abrir a porta antes que esta fosse partida.

Após a abrir não posso acreditar no que os meus olhos viam.

"O que é que estás aqui a fazer?" Pergunto surpreendida, no sentido negativo.

"Sabes do Nathan?"

"Pensava que estava contigo, provavelmente enrolados." Já que fizeste questão do me roubar.

"Não sejas tão cabra." Tentei fechar-lhe a porta na cara mas esta impediu-o com a mão. "Ninguém sabe dele à quase uma semana, já lhe tentei ligar uma dúzia de vezes e o telemóvel está desligado. Já fui ao seu apartamento e nada."

Sinto um aperto no coração e a falta de ar a instalar-se.

Saio da porta e vou em direcção à casa de banho, deixando a pseudo-ladra-de-namorados sozinha. Visto umas jeans e uma camisola qualquer que tinha levado para lá e volto outra vez para o quarto, onde tinha deixado a Emma completamente à nora com o que se passava. Agarro no telemóvel e na carteira e fecho a porta, indo em direcção da rua sem lhe avisar de algo.

"Onde é que vais?!" Ela resmunga por eu não lhe estar a dar nenhumas respostas do que se passa.

"Não tens nenhum sítio para ir?"

"Tenho, encontrar o Nathan e pelos vistos tenho de ir contigo para isso."

"Honestamente eu não te posso ver à frente depois de te teres atirado ao meu namorado, seja lá o que vocês eram antigamente-"

"Acalma-te! Primeiro o que aconteceu entre nós os dois não foi nada demais do que acontecia antigamente, mas foi um erro nas palavras do Nathan. Eu gosto dele, sempre gostei e tive que o perder para ti para perceber que sempre gostei mais dele do que só melhores amigos. Mas ele já não gosta de mim dessa maneira, ele gosta de ti. Porém eu continuou a ser a sua melhor amiga e ele o meu, e eu não sei dele. Podes-me odiar o quanto quiseres depois de encontrarmos o Nathaniel."

Observo-o atentamente e por fim aceno, permitindo que ela venha comigo. Saímos do campus e vamos em direcção a um táxi que pára após eu acenar para tal. Dou-lhe as indicações e apercebo-me que a Emma não faz ideia para onde nos dirigimos.

Quando estamos quase a chegar ao destino reconheço ao longe a mansão branca.

...

Nota: ansiosas pelo próximo capítulo?

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