Existe uma frase de um livro que sempre me fez sentido: "Nunca pensei muito em como eu morreria, mas morrer no lugar de alguém que eu amo parece ser uma boa maneira de partir.". E neste momento mais sentido fazia. Se eu morrer agora nenhuma das pessoas que amo tem que sofrer por minha causa. O Nathan ficará seguro, a Rebecca, o Cameron, todos os meus outros amigos não irão ter que sofrer. Se eu apenas conseguisse desligar o meu corpo e deixar-me ir.
Gritos e barulhos fortes vêm da superfície acima de onde estou. Com um ranger a porta acima da minha cabeça abre, e os meus olhos adaptam-se as luzes artificiais que vêm do céu.
Quando os meus olhos se ajustam à claridade, a noite cerrada está presente, e sei finalmente quantos dias se passaram desde que aqui estou. Uma figura aparece e puxa-me pelos braços, fazendo-me gritar e pontapear, e quando finalmente paro de lutar, a voz do Nathan torna-se clara.
"Anna, shiu! Sou eu, shhhhhhhh." Ele abraça-me e eu encolho-me nos braços dele em posição fetal. Lágrimas escorrem-me pela cara.
Ele encontrou-me, ele realmente encontrou-me.
"Larga-a. Já." O Ethan está do outro lado do alçapão com uma arma apontada para nós os dois, e o Nathan segura-me mais firmemente.
"Não." Ele diz, claro e em bom som, e coloca-se à minha frente, protegendo-me do monstro de todos os meus pesadelos
"Desvia-te dela ou eu vou enfiar uma bala no meio dos teus olhos."
"Não te vais aproximar mais dela, psicopata."
Um sorriso torcido aparece no rosto do Ethan, e ele vem na nossa direção, com a arma em punho. O Nathan atira-se para cima dele, para o desarmar, os dois estão a rolar no chão e um tiro faz-se ouvir, magoar os meus ouvidos. O Ethan levanta-se enquanto o Nathan está agachado no chão, e automaticamente eu corro para o Nathan, mas o Ethan agarra-me pelo braço e pelos cabelos, fazendo-me gritar. Ouve-se outro tiro e eu estou agachada no chão, aterrorizada. Quando consigo ver pelas lágrimas que formaram uma cortina nos meus olhos, o Cameron encontra-se do outro lado, com uma arma preta na mão, e o Ethan caí ao chão numa questão de segundos.
Corro para o Nathan, e caio de joelhos ao seu lado. Ele está a fazer pressão na região abdominal, e, nesse local, uma poça de sangue está-se a formar. Pressiono com as minhas duas mãos no ferimento, na tentativa de o estancar.
"Tu estás bem, vais ficar bem, vai ficar tudo bem." Repeti-o várias vezes.
"Está tudo bem, Anna." Ele suspira. "Estás segura, já não tens que fugir mais." Um pequeno sorriso forma-se nos seus lábios e eu grito por ajuda.
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Madness
Ficção AdolescenteQuando Anna chega a Toronto, com o objectivo de começar uma vida nova, depara-se com Nathaniel, um rapaz desprezível e sombrio, que logo ganha interesse em Anna e no seu desprezo ao toque humano, encurralando-a com perguntas e tentando desvendar as...