Capítulo 14

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Passado umas horas, quando já estou deitada, recebo uma mensagem do Nathan. Vejo no ecrã central o seu nome mas fico na indecisão se abro ou não. Acabo por adormecer a pensar no que fazer.

Um barulho forte e estrondoso acorda-me. São quatro da manhã e alguém está a tentar partir a minha porta, só pode ser o Nathan. Levanto-me a abro a porta enquanto bocejo.

"Porque é que não respondeste a nenhuma das minhas mensagens ou telefonemas?" Ele diz preocupado.

"Adormeci Nathan.. desculpa. Como está a Nicole?"

"Ela está melhor, o estômago ficou com algumas feridas devido ao cocktail mas ela vai recuperar, segundos os médicos." Ele analisa o meu quarto.

"Hum.. isso é bom." Digo o óbvio e o certo, por mais que ainda continue com a mesma opinião.

"Nunca mais me faças isso... não atenderes aos meus telefonemas, sabes o quão fiquei preocupado Anna?" Ele abraça-me com força.

"D-Desculpa Nate..." Eu sussurro no seu ouvido. Não sabia que ele podia ficar neste estado de preocupação por minha causa.

O meu telemóvel toca. Eu saio do abraço do Nathan e vou ver quem é agora. Rebecca. Estranho, ela não me custa mandar mensagens muito menos a estas horas da madrugada.

"Preciso que venhas ter comigo depressa." Eu leio cada palavra e sinto um aperto no coração.

"O que foi Anna?" Ele aproxima-se de mim por trás.

"É a Rebecca... passa-se algo Nathan, ela pediu-me para ir ter com ela." Eu digo-lhe com a voz a tremer.

"Onde é que ela está?" O Nathan também está preocupado, consigo ver pelos seus olhos.

Recebo outra mensagem.

"Na fraternidade, aquela que eu fui." Após acabar de proferir as palavras ambos saímos do meu dormitório rapidamente e entramos para o carro.

Conduzimos durante 5 minutos e vemos a rapariga da cabelos fogosos a andar no meio da estrada em sentido contrário ao nosso, fazendo com que o Nathan tenha que travar bruscamente. Eu saio do carro a correr e vou ter com ela.

"Rebecca, o que se passa?" Ela tem um andar torto e desorientado e não consegue falar nada coerentemente.

"Anna, ela está sob o efeito de alguma droga." O Nathan informa-me enquanto pega na Rebecca e mete-a no seu ombro. "Alguém a deve ter drogado, foi uma sorte ela ter-te conseguido mandar a mensagem e não se ter encontrado com nenhum tarado." Ele deita-a no banco traseiro do carro.

...

Chegamos ao dormitório e o Nathan deita a Rebecca na cama dela.

"Ela agora deve adormecer e não voltar acordar até amanhã de manhã."

"Não vais ficar?" Eu pergunto-lhe baixinho enquanto olho para o chão.

"Queres que eu fique?" Ele pergunta-me espantado.

"Porque é que não haveria de querer que ficasses?" Eu questiono-o ainda olhar para o chão.

"Pensava que estavas chateada comigo por ter ido ter com a Nicole ao hospital. Sei que tens os teus medos mas não aconteceu nada, ela estava a dormir entubada, fiquei a observá-la com medo que ela tivesse algum problema e o coração deixasse de bater." Ele confessa-me.

Eu sei que ele gosta de mim. Levar-me a casa da mãe dele, ter ciumes do Matt, querer estar comigo a toda a hora, são comportamentos que eu já percebi que se para muitas pessoas não quer dizer que seja o suficiente, para o Nathan já é algo muito importante. Nunca o vi com ciúmes de ninguém por aproximar-se ou falar com a Nicole, também sei que ele nunca a levou a casa da mãe, e, quando ele tinha aquela relação estranha com ela, ele já queria estar perto de mim.

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