Capítulo 10

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O Nathan repara na minha reacção quando eu a vejo, e pousa uma das suas mãos na minha cintura fazendo com os dedos movimentos de vai e vem sem mexer a palma do sítio. Como é que ele consegue perceber tão bem aquilo em que estou a pensar?

"Hey Nate!" Ela cumprimenta-o vindo na nossa direcção e agarrando-se ao pescoço dele, está claramente podre de bêbada.

"Estás bem Nicole?" Ele pergunta-lhe com um pouco de repulsa por ela lhe estar a tocar e afastando-a.

" O que é que foi? Agora também já não te posso cumprimentar? Aquela cabra faz-te assim tanto a cabeça para isso?" Franzo a sobrancelha, sem dúvida podre de bêbada.

"Nicole já chega." Ele avisa-a.

"Ui agora também fazes ameaças sem ser fora da cama? Estás-me a deixar excitada Nate." Mas qual é o problema daquela parva? Não sabe aceitar que foi rejeitada? As minhas veias começam a pulsar querendo sair da minha pele.

"Já chega de álcool." O Nathan pega-a pelas pernas e mete-a ao ombro. Ele olha para mim dando sinal que volta já e por alguma razão não me sinto confortável com isso, atiradiça como ela é vai-se fazer a ele. Sinto uma vez mais uma pontada no peito e custa-me a respirar.

"Estás bem?" A voz do Matt desvia-me dos pensamentos negativos.

"Não, nem por isso.." Respondo-lhe baixinho.

"Vem comigo, vamos buscar-te uma bebida." Não sou de beber mas nunca senti tanto que precisava de uma bebida como agora.

O Matthew pega-me pela mão e leva-me para dentro da casa dirigindo-se à suposta cozinha. Enche um copo de plástico com algo e dá-me para a mão.

"Vodka preta com limão." Sorri-me sabendo que era isso que eu estava a pensar.

Não sei se é da pressão que as minhas veias estão a sentir ou da irritabilidade que estou a sentir, mas nunca tinha reparado o quão o Matt é atraente.

"Obrigada." Agradeço com as bochechas coradas.

Ele aproxima-se de mim e coloca um beijo na minha testa.

"Se precisares de qualquer coisa eu estou aqui, podes contar comigo." Ele abraça-me encostando-me contra o seu peito e eu abraço-o de volta.

Quando ele me larga vejo o Nate a observar-nos do outro lado da cozinha. Achava que ele ia passar-se e dar um soco ao Matthew mas em vez disso ele olha de mim e dirige-se para a saída.

"Eu volto já." Sorrio para o Matt enquanto sigo o Nathan rapidamente.

Corro atrás dele e quando ele pára de andar dá um soco contra o vidro do passageiro do seu carro.

"Nathan!" Eu grito a 2 metros dele. "O que é que estás a fazer?!"

"O que é que eu estou a fazer?! O que é que tu estavas a fazer agarrada àquele monte de merda?!" Ele grita cheio de raiva dentro dele.

"Não lhe chames isso. Ele é meu amigo." Defendo o Matt do Nathan mas sei que isso apenas vai enfurecê-lo mais.

"Quantos amigos como ele é que tens hum? Afinal quem se atira a todos és tu!" Outch, foi como uma facada nas costas.

Olho-o nos olhos e afasto-me dele. Começo a dirigir-me a pé para longe da casa e do Nathan. Não lhe admito nem a ninguém julgar-me por uma coisa que não sou, ainda por cima quando me conhecem minimamente. Ainda o oiço a gritar o meu nome mas ignoro-o e ando mais depressa. Sinto a minha visão a ficar turva, estou a chorar, estou a chorar feita parva, nem isso o Nathan merece de mim depois de ter insinuando que eu me atirava a todos. Além de não ter nenhum tipo de relação com o Nathan e ter de lhe dar justificações, tenho muito menos algo com o Matt a acontecer.

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