O Nathan repara na minha reacção quando eu a vejo, e pousa uma das suas mãos na minha cintura fazendo com os dedos movimentos de vai e vem sem mexer a palma do sítio. Como é que ele consegue perceber tão bem aquilo em que estou a pensar?
"Hey Nate!" Ela cumprimenta-o vindo na nossa direcção e agarrando-se ao pescoço dele, está claramente podre de bêbada.
"Estás bem Nicole?" Ele pergunta-lhe com um pouco de repulsa por ela lhe estar a tocar e afastando-a.
" O que é que foi? Agora também já não te posso cumprimentar? Aquela cabra faz-te assim tanto a cabeça para isso?" Franzo a sobrancelha, sem dúvida podre de bêbada.
"Nicole já chega." Ele avisa-a.
"Ui agora também fazes ameaças sem ser fora da cama? Estás-me a deixar excitada Nate." Mas qual é o problema daquela parva? Não sabe aceitar que foi rejeitada? As minhas veias começam a pulsar querendo sair da minha pele.
"Já chega de álcool." O Nathan pega-a pelas pernas e mete-a ao ombro. Ele olha para mim dando sinal que volta já e por alguma razão não me sinto confortável com isso, atiradiça como ela é vai-se fazer a ele. Sinto uma vez mais uma pontada no peito e custa-me a respirar.
"Estás bem?" A voz do Matt desvia-me dos pensamentos negativos.
"Não, nem por isso.." Respondo-lhe baixinho.
"Vem comigo, vamos buscar-te uma bebida." Não sou de beber mas nunca senti tanto que precisava de uma bebida como agora.
O Matthew pega-me pela mão e leva-me para dentro da casa dirigindo-se à suposta cozinha. Enche um copo de plástico com algo e dá-me para a mão.
"Vodka preta com limão." Sorri-me sabendo que era isso que eu estava a pensar.
Não sei se é da pressão que as minhas veias estão a sentir ou da irritabilidade que estou a sentir, mas nunca tinha reparado o quão o Matt é atraente.
"Obrigada." Agradeço com as bochechas coradas.
Ele aproxima-se de mim e coloca um beijo na minha testa.
"Se precisares de qualquer coisa eu estou aqui, podes contar comigo." Ele abraça-me encostando-me contra o seu peito e eu abraço-o de volta.
Quando ele me larga vejo o Nate a observar-nos do outro lado da cozinha. Achava que ele ia passar-se e dar um soco ao Matthew mas em vez disso ele olha de mim e dirige-se para a saída.
"Eu volto já." Sorrio para o Matt enquanto sigo o Nathan rapidamente.
Corro atrás dele e quando ele pára de andar dá um soco contra o vidro do passageiro do seu carro.
"Nathan!" Eu grito a 2 metros dele. "O que é que estás a fazer?!"
"O que é que eu estou a fazer?! O que é que tu estavas a fazer agarrada àquele monte de merda?!" Ele grita cheio de raiva dentro dele.
"Não lhe chames isso. Ele é meu amigo." Defendo o Matt do Nathan mas sei que isso apenas vai enfurecê-lo mais.
"Quantos amigos como ele é que tens hum? Afinal quem se atira a todos és tu!" Outch, foi como uma facada nas costas.
Olho-o nos olhos e afasto-me dele. Começo a dirigir-me a pé para longe da casa e do Nathan. Não lhe admito nem a ninguém julgar-me por uma coisa que não sou, ainda por cima quando me conhecem minimamente. Ainda o oiço a gritar o meu nome mas ignoro-o e ando mais depressa. Sinto a minha visão a ficar turva, estou a chorar, estou a chorar feita parva, nem isso o Nathan merece de mim depois de ter insinuando que eu me atirava a todos. Além de não ter nenhum tipo de relação com o Nathan e ter de lhe dar justificações, tenho muito menos algo com o Matt a acontecer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Madness
Novela JuvenilQuando Anna chega a Toronto, com o objectivo de começar uma vida nova, depara-se com Nathaniel, um rapaz desprezível e sombrio, que logo ganha interesse em Anna e no seu desprezo ao toque humano, encurralando-a com perguntas e tentando desvendar as...