Capítulo 38

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Anna

Tenho passado a maioria dos meus dias na companhia do Cameron e do Richard, eles ajudam-me a evitar em pensar no Nathan mas sempre que a minha mente está menos distraída ela leva-me de volta à última vez que vi o Nathan, fazendo-me questionar de tudo.

Vi-o poucas vezes depois daquela noite, mas só de relance e de uma distância bastante longe, e das poucas vezes que ele notou a minha presença desviou o olhar. Nas primeiras vezes afectou-me ao ponto que se estivesse perto de uma casa-de-banho ia imediatamente vomitar, após algumas vezes e muitas idas até à casa-de-banho e lágrimas a escorrer pela minha face, passei a ter apenas náuseas e a conseguir evitar vomitar.

Depois desses pequenos confrontos eu sabia o que isso significava, ele tinha-me ultrapassado, a importância que eu tinha na sua vida tinha desaparecido. Cheguei a escutar rumores que ele estava de volta com a Nicole, no início não acreditei mas depois a Rebecca finalmente confessou o segredo que já não era segredo.

Não vou mentir, não saí do meu dormitório durante alguns dias e quando saía era à noite e passeava sem rumo pelo campus, conhecendo cada ponta. O Cameron apareceu várias vezes no meu dormitório com jogos de tabuleiros, livros, doces e até trabalhos, só para não me deixar sozinha e afeiçoei-me muito a ele, o rapaz que nem suportava.

"Anna?" A voz do Richard acorda-me. Tinha adormecido na aula. "Bom dia Bela Adormecida." Ele esboçou um sorriso e eu apressadamente recompôs-me.

"Desculpa."

"Estás-me a pedir desculpa por teres adormecido?" Ele solta uma gargalhada pelo meu pedido de desculpas sem sentido.

"Parece que sim."

Assim que ganho mais controlo do meu corpo, levanto-me e dirijo-me para a saída do edifício. Ao chegar às porta o meu olhar tranca-se com os familiares olhos azuis gelados. Ele encontra-se encostado ao corrimão das escadas e a Nicole virada para ele, entre as suas pernas, depositando beijos na sua mandíbula.

As náuseas manifestam-se mas eu sei quando ser forte. Desvio o meu olhar dele e passo por eles dirigindo-me para longe.

Quando finalmente chego ao meu quarto a Rebecca foca a sua atenção para mim e não comenta o meu estado, apenas manda-me ir vestir algo para sair porque vamos a uma festa e para eu trazer o meu amigo giro, segundo ela, o Cameron. Assim o faço e uma hora e meia depois o Cameron encontra-se connosco à porta do nosso dormitório.

"Baby girl." Ele esboça-me um sorriso acolhedor e deposita um beijo suave na minha bochecha, cumprimentando a Rebecca de seguida.

...

Assim que abro a porta do Mercedes deparo-me com uma fraternidade familiar, não é a do Matthew mas sim a qual o Andrew fazia parte antes de ter um apartamento só para si.

A Rebecca agarra-se a ele cuidadosamente, para não o magoar. Ele não parece desabilitado para alguém que possui uma doença auto-imune que lentamente vai tornando-o mais fraco. Ele parece vivo e o sangue percorre-lhe a cara, irrigando as suas bochechas.

Minutos após entrarmos na fraternidade a Rebecca fez um percurso até à cozinha buscando três bebidas e água para o Andrew. Ela estava sentada no seu colo enquanto que ele estava sentado numa poltrona.

A festa estava ao rubro e sorrateiramente analisava as expressões do Cameron. Ao mesmo tempo que parecia estar-se a divertir parecia estar preocupado com algo, algo indecifrável.

"Queres dançar?" Pergunto-lhe após já ter acabado de beber seja lá o que a Rebecca drenou para o meu copo.

"Claro." Ele solta um sorriso e dirigimos-nos para a zona onde várias pessoas estão a dançar.

Coloco os meus braços à volta do seu pescoço e vamos acompanhando a batida da música. Nunca tinha visto o Cameron a sorrir como um tolo até este momento. Ele olha alternadamente para nos nossos pés e para os meus olhos, sempre sorrindo, deixando os seus dentes perfeitos aparecerem.

Esboço um sorriso e ele aproxima a sua face mais perto da minha, até finalmente tocar com os seus lábios nos meus. Eu acompanho o beijo até este ser interrompido por um estrondo. Aconteceu tudo muito depressa, o Cameron estava a cambalear com a mão no rosto e o Nathan estava à minha frente, com os punhos cerrados e a respiração acelerada.

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