Fecho os olhos, mas o sono não vem. Me sento tentando organizar meus pensamentos. Saio da cama e pego a foto que esta ao lado da cama e olho. Era uma foto minha de Otávio e Maggie quando ela era bebê.
Quando me casei com Otávio eu o amava, ou acho que o amava, ele era frio no começo comigo, e ausente no casamento, por 4 anos tentei lhe dar um filho e falhei, fiz todo tipo de tratamento mais nada adiantou, Otávio foi cada vez mais se distanciando de mim, eu sabia que ele tinha uma amante. Comecei seguir ele e descobrir quem era sua amante Julia Martins, uma modelo. Fiquei tão irritada, que eu mesma fui pra cama com o melhor amigo do meu marido Marcos Wolf, ele era lindo, rico e me satisfazia mais do que Otávio poderia. Julia teve que viajar pois era sua profissão e Otávio voltou a me desejar, ele fazia amor comigo mas não era a mesma coisa.
Em um dia normal fui fazer compras no shopping e por acaso reencontrei uma velha amiga. Conversamos por horas e ela me contou que estava gravida, quase a invejei, eu sentia que perderia Otávio se não lhe desse um filho. Mas ela me disse que não queria o bebê, e uma ideia surge.
-Você pode me dar esse bebê.-digo sentindo a loucura dessas palavras.
-O quê?-ela pergunta.
-Sim, eu tento há 4 anos ter um filho do meu marido, e você não quer o bebê.-olho para ela sob meus cílios.
-Eu posso pagar.-digo por fim.
-Pagar?-ela parece pensar um pouco.
-Sim.-digo entre os dentes.
-Mas para isso dar certo precisaremos nos afastar de nossas casas, de nossos maridos para não levantarmos suspeitas e pagar um médico que saiba ficar quieto.-ela diz como se já tivesse feito isso. Concordo e vou pra casa.
O primeiro passo foi ela me mandar os exames dela, alterados com meu nome. E eu mostrei ao meu marido.
-Você está gravida?-ele pergunta franzindo a testa.
-Sim.-dou um sorriso radiante que passei horas ensaiando em frente ao espelho.
-Você não parece feliz.-digo. Sua expressão muda e ele me olha, me beija apaixonadamente e se ajoelha tocando com cuidado minha barriga.
-Vou ser papai.-ele diz entre as lágrimas.
-Sim.-digo controlando o turbilhão de emoções que estou sentindo.
Quando mencionei a viagem ele não pareceu muito feliz. E por alguma razão fico feliz com a ligação que ele recebeu ele teria que ir pra Rússia em uma reunião. Ele se despede de mim e da um beijo na minha barriga e vai para o aeroporto. Pego o celular e coloco na discagem rápida.
-Oi, ele acabou de ir viajar, te encontro no local combinado.-desligo e pego minha mala que já estava pronta.
Passei meses fazendo compras, incluindo roupas de grávida e barrigas falsas, mandando fotos e os ultrassom do bebê, que por sinal era uma menina. Assim que chegou a hora dela nascer eu fiquei ao quarto ao lado, e só ouvia os gritos dela, assim que ouço o choro me encaminho para a porta e seguro o bebê, de fato era uma criança saudável e bonita. Olho pra verdadeira mãe da criança que está olhando pro abajur desviando o máximo o rosto pra não ver a garota. Saio do quarto e mando uma mensagem pra Otávio.
Paloma:Nossa menininha nasceu!
Em seguida mando uma foto dela. O telefone toca é ele.
-Ela nasceu?-ele pergunta e sei que ele está chorando.
-Sim meu amor.-digo de modo ensaiado.
-Aonde vocês estão? Preciso ve-las agora.
-Vou passar para o médico e ele irá dizer pra você. Passo o telefone e olho para a criança em meus braços, ela parece dormir, mas suas mãozinhas estão se mexendo como se fosse curiosa até nos sonhos. Beijo suas pequenas mãos e olho para a janela.

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Jogo da verdade
Lãng mạnTrês garotas sem nada em comum aparente, apenas os olhos, se encontram por acaso no banheiro de um bar, a semelhança com os olhos de certa forma causa um pouco de curiosidade entre elas. A amizade entre aquelas garotas "improváveis" começa a surgir...