Sky

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Dois anos haviam se passado desde a morte da minha mãe,ainda doía um pouco saber que ela não estava aqui mas um suspiro de alívio saia de mim pelo mesmo motivo. As estrelas que ela havia colocado no meu quarto quando eu era criança ainda continuava no mesmo lugar,seu presente ainda estava na minha cômoda ela havia me dado um álbum com momentos nossos,haviam fotos que eu nem sabia que ela tinha tirado,momentos lindos e outros nem tanto. Minha mãe sempre foi uma ótima fotógrafa e ela me deixou esse último presente,parece coisa de maluco amar a pessoa que poderia ter me matado,mas aquela mulher que me ajudou quando Stella picotou meus cabelos e me obrigava a ir às aulas de piano não é a mesma mulher que morreu naquele dia,por isso as boas lembranças eu as guardei.

Corro escada abaixo assim que escuto o grito do meu pai,morar só com ele era uma coisa engraçada. Tinha dia que a casa estava lotada com a família que só cresceu em um ano,Maggie e Marcos vinha com Stella e Daniel que era a cara do Rafael (Que descanse em paz mas foi a única coisa que ele fez que valeu a pena),Stella e Luís traziam Tyler que era tão esperto e sorridente,Dean e Becky traziam os gêmeos Tommy e Savanna e a casa ficava numa alegria que não cabia nessas paredes finas e cheias de fotos,hoje era um dia só meu e do papai.

Ele estava o mesmo de sempre com a gravata solta e as mangas da camisa enroladas até os cotovelos,as tatuagens pulando para fora como se estivessem livres,cada desenho representava um momento de sua vida,as tatuagens que representavam tio Charlie pareciam que eram as que mais doíam de ser recordadas,eles as fizeram juntos e as outras representavam a dor de ter perdido ele.
-Bom dia papai.-digo bocejando.

Ele se vira com um sorriso e me dá uma xícara de café quente,que me acorda de uma só vez.

-Bom dia querida. Já tem planos pra hoje?

-Na verdade,não. Estava pensando só em ir visitar as meninas e ver se elas precisam de ajuda com as crianças.

-A família está crescendo não é?-diz meu pai sorrindo.-Ver as crianças estão me fazendo lembrar ainda mais de vocês e ao mesmo tempo é uma sensação totalmente nova.

-Espere até eles crescerem. Stell ainda continua pequenina mas quando eles passarem dos 3 anos acho que terei medo.Mas eu os amo tanto e eu sou a tia mais legal afinal eles tem a minha completa atenção.-digo rindo.

Meu pai também sorriu,mas logo sua expressão mudou de alegre para preocupado,algo estava o incomodando.

-Precisamos conversar,princesa.-diz ele e eu lhe dou toda a minha atenção. -Eu e Sofie estamos juntos a mais de um ano,e bem...As coisas estão sérias e eu realmente a amo,fazia um tempo que eu não sentia essas sensações,eu pareço um adolescente amando ela dessa forma mas está acontecendo e estávamos pensando dela vir morar aqui. Mas só se estiver tudo bem pra você,essa é a sua casa e se você acha que está tudo muito rápido podemos esperar mais um pouco ou...

-Eu iria amar que a Sofie viesse morar aqui papai,eu a adoro. -digo sorrindo.

Meu pai sorri comigo,um sorriso lindo e aliviado.

....

Mãos familiares rodearam minha cintura me puxando para um abraço apertado,seu cheiro amadeirado e só seu me encheu em uma nuvem de prazer,sua barba por fazer pinicavam em minha bochecha,um sorriso involuntário se mostrou em meu rosto e aqueceu meu coração, essa sensação toda vez que ele está por perto era a melhor que podia existir.

-Que saudade!-afirma Adam com a voz rouca,me viro em seus braços e vejo seus olhos verdes profundos que eu amava,depois seu sorriso maravilhoso e por fim ali no meio de tudo aquilo eu vejo aquele brilho que só existe em nós.

-Eu também estava morrendo de saudades.-digo selando nossos lábios e tudo em mim se explode.Como é possível amar alguém assim? A forma como seus lábios encontram os meus suaves e precisos,suas mãos me seguram firme me trazendo cada vez mais para perto do seu corpo cada sensação como se fosse a primeira e única.

Jogo da verdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora