Três garotas sem nada em comum aparente, apenas os olhos, se encontram por acaso no banheiro de um bar, a semelhança com os olhos de certa forma causa um pouco de curiosidade entre elas.
A amizade entre aquelas garotas "improváveis" começa a surgir...
Depois de uma noite mal dormida, me levanto enrolada no edredom e junto todas as minhas forças pra conseguir deixar os meus olhos abertos. Muitas tentativas depois eu consigo e dou uma olhada de como o meu quarto está, percebo que eu não arrumo esse lugar a um bom tempo já que o chão esta coberto de roupas.Começo a me arrumar pra mais um dia na faculdade, olho no relógio e vejo que já estou atrasada e tenho que correr pra conseguir chegar a tempo. De repente o silêncio do meu quarto é interrompido por um barulhinho irritante, começo a mexer em todo lugar atras desse troço quando vejo que é meu celular tocando.
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-Alô.-digo sem ao menos olhar no visor.
-Alô, filha. Você ainda está em casa? -diz meu pai.
-Sim, mas já estou de saída. Tenho prova hoje na aula de economia e estou meio...atrasada.-digo já pegando minha bolsa e o cachecol. Esse clima daqui é incrível um dia está tao quente que da pra fritar ovo no asfalto e no outro está um dia que mais parece um cubo de gelo.
-Não se esqueça do jantar na casa da sua avó hoje, ela esta virando uma velha rabugenta porque você e sua irmã não vão visitá-la.-diz meu pai dando risada.
-Pai, eu fui na casa da vovó não faz nem duas semanas.
-Recado dado, não se atrase para sua prova. Até mais tarde.-diz meu pai desligando e eu já correndo pra conseguir chegar na faculdade a tempo.
...
A prova foi um inferno, meu professor não aliviou quando fez aquele demônio. Estava com os meus fones ao máximo indo pra casa, ainda tinha que trocar de roupa e voar pra casa da vovó. Aquela velhinha de olhos castanhos e com o sorriso doce me enchia de amor e de comida, na casa dela era lei comer até não aguentar e ainda tinha que trazer os docinhos pra casa.
Mamãe é tao parecida com ela sempre cuidando de mim, as vezes ela me sufoca quando quero fazer algo e seu lado protetor ativa ao máximo mas sou capaz de suportar. Estava tao focada na musica alta e nas lembranças de quando passava horas subindo nas árvores que tem na casa de vovó que quando levantei o olhar, vi uma coisa que me deixou petrificada.
Aquilo não podia ser verdade, do outro lado da rua estava um menino alto, forte com uma touca cinza escondendo os cabelos negros e bagunçados, o cabelo dele nunca ficava no lugar.
-Beto!!-grito
Eu estava no modo automático que nem vi que um carro vinha na minha direção, quando de repente escuto uma buzina alta e consigo me mexer a tempo antes de sofrer um acidente. Estava atordoada, meu coração parecia que tinha uma escola de samba de tanto que ele batucava, minhas mãos tremiam e eu só conseguia procurá-lo com o olhar, mas foi em vão ele não estava mais lá... nem sei se por algum momento ele esteve ali de verdade.
Vou correndo para a casa da vovó Neide preciso de um abraço dela, quero ver ela antes que todo mundo chegue lá, ela era a única que sabia me acalmar desde pequena. Lembro que quando eu e Stella brigávamos, eu ia correndo pros braços dela chorando, sempre fui uma criança chorona nunca fui de esconder minhas emoções.
Antes mesmo de bater na porta, ela já me recebeu com um abraço, foi um abraço tao apertado que eu nunca mais queria sair dali.
-Oh, minha menina. Como você ta linda.-diz ela apertando meu nariz.
-Vovó!-digo rindo do seu gesto.-Onde está o vovô?
-Está la fora querida, no jardim.Vamos entra, sai desse frio.-Entrei naquela casa que me dava as lembranças mais bonitas que eu tinha, olhei a sala e as lembranças de quando eu e Stella brincávamos de acampar me alegraram, até que eu vejo a minha irmã vindo da cozinha com a boca toda suja de açúcar.
-NÃO ACREDITO QUE ESSA GORDA JÁ CHEGOU!!!-diz ela correndo de volta a cozinha,vovó que estava ao meu lado começou a rir e ir naquela mesma direção e só depois de um tempo a minha ficha caiu,VOVÓ FEZ BOLINHOS!
-STELLA!! LARGA ESSE POTE AGORA-digo colocando a mochila no chão e correndo até as delicias da vovó.
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Quando mamãe e papai chegou, eles ficaram com os olhos arregalados de ter encontrado eu e Stella sujas da cabeça aos pés de açúcar, vovó estava tendo um ataque de risos e mamãe um ataque de verdade.
-Vocês estão loucas é? Olha oque vocês fizeram.-disse minha mãe, assumindo aquela cara de brava que só ela tinha.
-Minhas três maluquinhas.-disse meu pai dando um abraço em vovó. Quando minha avó paterna morreu, a avó Neide assumiu meu pai como filho e desde então esse amor só cresceu.
Depois de um longo banho eu e Stella estávamos limpas e de pijamas resolvemos fazer uma noite das garotas aqui mesmo.
-Eu nem sei se saiu todo aquele açúcar do meu cabelo.-diz Stella fazendo uma careta fofa. Eu corro e abraço ela.
-Lembra que todo fim de semana a gente vinha pra cá?
-Claro, lembro também que você ficava horas naquela janela e depois vinha correndo dormir comigo. -disse ela rindo.
-Eu ficava olhando as estrelas, ai eu percebia que você estava dormindo eu olhava aquelas árvores e ficava com medo de algum lobo mal sair dali.-disse rindo e Stella acabou rindo ainda mais.
Nossas risadas foram finalizadas quando vovô bateu na porta de nosso quarto.
-Minhas princesas, vamos jantar? -diz meu avô, ele era um homem alto de olhos verdes e com um sorriso apaixonante.
-Com certeza vovô! -Stella me empurra da cama e sai correndo e abraça meu avô.
-Aii...doeu!-digo me levantando e puxando o cabelo dela.
-Vamos minhas pestinhas. -meu avô estava gargalhando, ele estendeu um braço para Stella e outro à mim. Vovô sempre colocava a gente pra dormir e na maioria das nossas aventuras ele que inventava.
Estávamos todos a mesa, eu e Stella parecíamos que não comíamos a anos, meu pai olhava de canto e tentava conter a risada. Vovó de vez em quando dava sutis olhares na direção do meu avô, depois de tantos anos eles ainda pareciam tao apaixonados isso aumentava ainda mais o meu lado romântico. Mamãe estava mexendo na comida, parecia sem vontade.
-Não vai comer mãe? -perguntou Stella
-Estou meio sem fome querida.
-Sky? -minha vó chama minha atenção, bem na hora que eu estava comendo um pedaço da minha deliciosa lasanha.
-Sim.
-Onde está aquele menino? Como se chama mesmo-minha avó parece pensar.-É...Roberto.
Eu engasgo e Stella começa a bater nas minhas costas, volto ao normal alguns segundos depois, os tapas de Stella são fortes havia me esquecido.
-Quem é Roberto, Sky? -minha mãe pergunta.
-ãn...é um colega, ele me acompanhou uma vez até aqui.-digo dando de ombros, minha avó olha para mim e nota algo estranho, ela franze a testa e eu já percebi que ela vai querer saber porque não disse que Beto era meu melhor amigo e vai querer saber também porque meus pais não sabem dele. Eu já tinha tentado antes apresentar Beto à eles, mas mamãe viu ele uma vez e não gostou nada, e papai bem...ele conheceu Beto, só que numa situação nada favorável e eu tinha certeza que ele não iria querer ver a princesa dele com um cara como Beto.