Jogo da verdade

Stella

Eu não fazia ideia de como a minha vida iria ser daqui pra frente, eu já não esperava mais nada, só queria que as coisas melhorassem, que tudo pudesse voltar a ser como era antes, eu sei que era impossível, eu precisava dar um jeito naquela situação, e só tinha uma pessoa que poderia me ajudar, peguei meu celular, disquei um número e esperei.

-Alô. -uma voz grave atende, surpreso.

-Oi, você tem um tempo hoje, preciso falar com você.
Ele suspira e por um momento hesita.
-Tenho sim, me encontra no parque umas 4 horas, pode ser?
-Sim.

O nervosismo toma conta do meu corpo, eu iria tentar juntar os pedaços da minha vida e fazer o máximo para tentar uni-los. No horário combinado eu vou para o parque, sento em um banco e observo as pessoas, quando me distraio não percebo uma pessoa sentando ao meu lado, é ele.

-Está tudo bem? Confesso que estranhei a sua ligação.
-Eu sei que você tem nos ajudado muito, e não sei como agradecer, mas eu estou me sentindo perdida e não sabia a quem recorrer, eu to com medo.

Pela primeira vez em semanas eu sinto uma forte incontrolável de chorar, eu tento conter as lágrimas mas elas escorrem, ele me olha com ternura e com delicadeza limpa elas, ele da um sorriso simpático e hesita um pouco antes de me abraçar, ele olha para mim pedindo o meu consentimento e eu dou, e ele me abraça docemente, o perfume dele invade os meus pulmões, eu inalo o cheiro bom que ele tem, me sinto protegida, ele tem uma força que eu nunca vi antes, ele afaga os meus cabelos meio sem jeito e ficamos ali, por alguns minutos.

-Eu vou fazer de tudo ao meu alcance para que tudo fique bem, eu sei que você tem medo, mas tá na hora de por a sua força a prova, e eu to aqui pra te ajudar.
Eu fecho os olhos e medito aquelas palavras, ele está certo, eu vou ser forte, pelo meus amigos, pela minha família e o mais importante, por mim mesma. Eu sei que consigo.