Jogo da verdade

Stella

  Encontrar Mags daquela forma não foi a maneira perfeita que eu achei que seria, eu sabia que por ela ser mais explosiva ela iria ficar mais do que brava quando soubesse da verdade, e eu estava certa. Minha cabeça estava a mil quando eu cheguei em casa, Luís estava vendo a tv distraído, quando cheguei mais perto dele eu senti o seu cheiro, aquele cheiro que tanto me acalmava, foi por ele que eu tive forças pra fazer tudo o que fiz. 

Quando ele notou que eu cheguei ele abriu um sorriso e me convidou para um abraço, eu o abracei com toda a força que eu achei que havia em mim, e nos beijamos, era incrível o modo como a gente se completava, como a gente se amava, nossos beijos eram intensos, as vezes calmo, as vezes feroz  como uma tempestade, assim que eu tive forças para larga-lo vi uma bola de preto no sofá, uma gatinha dormia intensamente, ela era branca como a neve, linda, usava uma coleira rosa e era toda fofa.

 -Vocês se divertiram?Ele riu, meu Deus como eu senti falta daquele sorriso nas ultimas horas.

 -Sim, acho que ela está apaixonada por mim.

 -Todo mundo é apaixonado por você bobo. -eu disse cerrando os olhos e rindo. 

-Sim, mas de todas as pessoas que já se apaixonaram por mim só existe uma que eu realmente amo da mesma forma, você.

 Eu sorri e ele também, nos beijamos novamente. Eu realmente amava ele de uma forma absurda, e ele da mesma forma, eu podia estar em mil pedaços que ele os juntaria e me ajudaria sempre.

 -Onde você esteve a minha vida toda? 

-Procurando você. 

Eu me aninhei em seu peito, só ele me acalmava daquela forma tão simples. Ele começou a fazer carinho nos meus cabelos. 

-Como foi com a Mags?

 -Como você acha? Horrível é claro, nunca a vi tão nervosa. 

-E você tem noticia da Sky, do seu pai e do Otávio?

 -Eles ainda estão inconscientes.Eu suspirei e logo lágrimas brotaram em meus olhos e comecei a chorar, Luís me abraçou mais forte, ele entendia o motivo das minhas lagrimas, do meu desespero.Na manhã seguinte quando estávamos tomando café a pequena Margo estava deitada aos meus pés enquanto eu mastigava um pedaço de pão.

 -Assim que a Sky acordar eu vou vê-la.

 Luis parou de mastigar na hora.

 -Você sabe que ele não vai gostar disso né.

 -Sei, eu vou falar com ele hoje. 

Assim que termino o café eu pego o meu celular e aperto um número que ja havia decorado, o nome Paulo aparece na tela e eu ligo, após alguns toques ele atende. 

-Oi. 

-Oi, eu preciso te ver, é urgente.

 Ele suspira e para pra pensar. 

-Okay, me encontra no café as 2.

 -Okay.

 Paulo estava me esperando no café na hora exata que disse que era pra estar la, eu estava nervosa, apesar de conhece-lo e ele ter ajudado ele ainda me causava arrepios, Paulo sempre foi misterioso e bonito, o pior tipo de homem, eu só sabia o essencial sobre ele e não me importava de saber o resto, me sentei na mesa aonde ele estava, seu copo de café estava na mesa quente, ele estava perdido em seus pensamentos, e quando me viu deu um pequeno sorriso.

 -Achei que não viria mais. -ele diz como se estivesse falado pra si mesmo.

 -Porque eu não viria? Fui eu que marquei esse encontro. 

-É mesmo.

 Ele da uma risada sarcástica, e toma um gole de café.

 -Como anda Luís?

 -Preocupado, você deve ter ouvido falar do acidente.

 -Ouvi, e soube que você foi ao hospital, achei que já tínhamos falado sobre isso.

 -Sim, mais é a minha irmã que esta numa cama de hospital inconsciente, ta meio na cara que eu iria vê-la. 

-Alias você me chamou aqui pra que mesmo? Não estou entendendo aonde você quer chegar. 

Ele me olha sério, seus olhos era da cor de mel, sua barba estava começando a crescer mais do que ele gostava, seus cabelos cor de mel estava um pouco bagunçados e seu elegante terno cinza estava começando a ficar amassado, suas mãos estavam em cima da mesa, fechadas, ele estava nervoso, apesar das poucas ocasiões em que nós nos encontrávamos pessoalmente eu havia observado cada mania dele, cada gesto, tudo.Eu suspirei e disse.

 -Assim que Sky acordar eu vou vê-la e contar tudo para ela e Maggie.Ele continua sério, analisava cada movimento meu, como se pensasse se me  matasse agora ou depois.

 -Eu não concordo com isso. 

-Paulo, você ajudou mais do que esperávamos e eu juro que não sei como agradecer, mas elas precisam saber a verdade, será melhor que saibam por mim.

 -Você não vai fazer nada. Se fizer vai piorar tudo. 

Eu estava começando a ficar brava, parecia que ele não tinha família, não se importava com ninguém. 

-Tudo piorou quando eu morri, meu Deus, Paulo você é a unica pessoa que sabe realmente oque aconteceu, eu vou falar com elas você querendo ou não. 

Ele me olha intensamente, acho que ele vai me matar agora, ele termina seu café, deixa uma nota em cima da mesa e se levanta.

 -Depois conversamos.

 Ele sai do café, me deixando totalmente confusa e perdida.