Scarlet Willians foi encontrada ainda recém-nascida em frente a um colégio interno para garotas e cresceu sem conhecer muito sobre o mundo que a cercava. Tudo o que sabe sobre si é o fato de ser uma loba, já que aos dezenove anos teve sua primeira t...
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Vinte e um anos, amanhã faz exatos vinte e um anos sem minha companheira ao meu lado. Sentindo-me torturado por sua ausência e angustiado pelo fato de não fazer a mínima ideia de seu paradeiro.
Não paramos de procurá-la por um só momento em todos esses anos, todo esse tempo me empenhei em seguir qualquer pista que conseguia encontrar, mas infelizmente nenhuma me levou até minha Elisa.
Os anos se passaram de maneira lenta e dolorosa. Há muito que vivia no automático, meus dias se resumiam em acordar, cuidar das burocracias do reino, as quais por mais que não gostasse tinha o dever de fazer para o meu povo, e buscar meios de encontrá-la, algo que sem via das dúvidas era meu maior objetivo.
Havia jurado que a protegeria, cuidaria e garantiria sua segurança, mas até agora não havia malditamente conseguido fazer absolutamente nada pela minha destinada e isso é realmente frustrante.
Venho tentando desde que foi sequestrada usar nossa ligação para achá-la, porém algum feitiço muito poderoso tinha bloqueado a mesma e nem mesmo os muitos bruxos aos quais contratei haviam conseguido quebra-lo.
Magia negra, uma muito poderosa e destrutiva.
Pouco depois de ter sido levada tive um sonho com ela, nele Elisa era apenas uma recém-nascida, dentro de uma caixa onde chorava tanto que doía em minha alma. Queria a pegar em meus braços e protegê-la de tudo e todos, porém não conseguia a alcançar e quanto mais corria em sua direção, mais distante parecia ficar.
Mesmo assim não desisti, tentei com todas as forças a alcançar e quão foi minha surpresa ao finalmente conseguir. Alguma coisa, ou melhor, alguém estava controlando o meu sonho e parecia querer deixar claro que tinha o controle dele em suas mãos.
Ele que me aguarde, pois quando colocar minhas mãos nele nem isso lhe restará.
Aproximei-me da minha menininha vendo o quão perfeita ela era, meu coração finalmente se acalmara e a tranquilidade se fazia presente, afinal minha companheira estava ali. Ao tocar seu rostinho a mesma parou de chorar e abriu lentamente os olhinhos, aquele olhar, nunca alguém teve tanto poder sobre mim como aquela pequena filhote o tinha. O que sentia por ela era totalmente fraternal, um carinho e afeição sem igual.
Me fitava como se implorasse para salvá-la e entendesse que eu faria qualquer coisa possível ou impossível por ela. Sua mãozinha foi em direção ao meu rosto e sorriu com aquele sorrisinho banguela.
Adorável, simplesmente adorável.
Parecia tudo tão real, que quando acordei não pude deixar de sentir como se algo estivesse me matando por dentro, era apenas um sonho, uma maldita ilusão que por um momento cheguei a cogitar ser verdade.
