Amor Entre Vampiros

25

               Deanna

   Estava deitada na "minha" cama, quando senti meu ombro direito queimar, como se estivessem me marcando com ferro quente, a dor era intensa, ainda deitada, fiquei em posição fetal, pus minha mão no ombro, e ele ardeu ainda mais, me fazendo ter uma dor de cabeça insuportável... comecei a suar muito, gritei, e meu grito saiu estridente como se tivessem enfiado uma estaca no meu peito e a  estivessem girando ,para causar mais dor e agonia.
     Coloquei a mão na cabeça como se isso  pudesse impedi-la de doer.
     Chorei, nunca tinha sentido uma dor como aquela, minha visão ficou turva e a única coisa que eu ouvi antes de afundar na escuridão, foi o barulho da porta do meu quarto se abrindo, e Octávian me chamando.

    Acordei com minha cabeça latejando de dor, minha visão estava borrada, abri e fechei meus olhos várias vezes e aos poucos minha visão melhorou, olhei para os lados, não estava no meu quarto, esse quarto é diferente.
     Com poucos móveis, e de uma cor marrom, na verdade a casa era feita de madeira, e todo o hall estava com cheiro de ervas.
      -Octávian. Falei, mais minha voz não saiu mais do que um sussurro, minha garganta estava seca.
     Ouvi o barulho da porta abrindo, olhei e vi Octávian, ele estava abatido como se não tivesse dormido.
    -Malva. Ele gritou assim que me viu acordada.
     Veio em minha direção ,antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, uma mulher de uns 30 anos entrou no quarto, ela veio em minha direção e me deu água.
    -Sente algo? Perguntou pondo as costas da mão na minha testa.
    Fiz que não com a cabeça.
     -Que bom, pois você também não está com febre.
     -Na verdade minha cabeça está quase explodindo. Falei.
     -Ah, sim claro, irei prepar um chá de ervas e já lhe trago.
  Ela sai me deixando a sós com Octávian.
    -Oi. Falei meio sem geito.
    -Como você se sente? Ele perguntou ignorando o meu Oi.
    -Melhor. Falei. Que lugar é esse? Quem é aquela mulher e quanto tempo eu dormi? Perguntei.
    -Aquela mulher, é Malva, uma feiticeira e curandeira, aqui é a casa dela e você dormiu um dia todo, faz dois dias que estamos aqui.
    Eu fiquei um dia todo dormindo. Pensei
      -O que aconteceu Deanna? Ele perguntou.
     -Eu estava deitada, quando do nada meu ombro começou a queimar, depois minha cabeça quase explodiu e eu apaguei. Falei.
      -Eu escutei você gritando, subi correndo e vi você toda pálida e suada, seu corpo estava quente como o de um humano e seu ombro. Ele parou. Tem um desenho no seu ombro Deanna, uma tatuagem.
     Tatuagem? Mas como?
     -Como assim tatuagem? Falei me levantando rápido demais, minha cabeça doeu ,vi as paredes e móveis rodando, minhas pernas amoleceram, mas Octávian me segurou.
     Ele me pegou no colo e me colocou na cama novamente.
     -Não se preocupe Deanna, é uma tatuagem de ligação, não sei como fizeram, mais agora você está ligada a alguém, mais eu não sei quem.
     Castiel.  Foi a única pessoa que veio na minha cabeça. 
     -Uma espécie de tatuagem para parabatai? Perguntei.
     -Sim.
   Castiel, eu estou ligada a ele. Pensei e quase senti meu coração bater de alegria.
     -Então ,como você está ligada a alguém, se essa pessoa morrer será como se uma grande parte de você fosse tirada, se essa pessoa for machucada, você sentirá suas dores. Ele disse e notei preocupação em sua voz.
     -Eu quero vê-la. Falei.
    Ele ficou um tempo calado ,e depois sorriu como se tivesse entendido, ele se levantou e saiu, não demorou muito, ele voltou com um espelho de mão, redondo e seu cabo era feito de prata, com alguns formatos de rosas.
     Peguei-o, e exitei com medo do que veria. E se for feia? Pensei ,mas acabei abaixando manga da blusa e vi.
     Linhas que se encontravam e se enrrolavam em movimentos leves, linhas que dançavam em círculos, ora formando pequenas flores ora em formas atraentes e sedutoras.
      Fiquei um bom tempo analisando linha por linha.
      -É a tatuagem de ligação mais linda que já vi, essa tem um toque de magia. Octávian falou tirando a minha atenção, pude notar tristesa em sua voz, mais não disse nada.
     -Onde está Mason, não o vejo desde...
      -Viajando. Ele disse me interrompendo. Ele foi ter com seu pai Valentim.
       -Você está, preocupado com algo? Perguntei.
      -Fora daquela casa, é mais fácil de te encontrarem, aquela casa tem uma barreira mágica por isso não queria você fora dela. Ele disse.
      -Quando voltaremos para lá?
      -Depois de amanhã teremos que voltar, é muito arriscado ficar aqui.
     -Você tem razão.
    -Então descanse ,já será um grande passo para você melhorar rápido.
     Assenti, eu estava realmente cansada, mesmo tendo dormido um dia inteiro.
     Antes de dormi , Malva veio no quarto e me deu uma xícara com um chá.
     Isso ira te ajudar  com a dor, não irá demora para que ela passe. Foi o que ela disse .
     Também me deu sangue fresco, de um veado, claro que não era tão gostoso como o sangue de um humano, mais  agradeci mesmo assim.
     
     Em dois dias eu e Octávian voltamos para casa no meio da mata.
    Eu e Octávian viramos amigos, e Mason logo retornou.
    -Ela não quer ,mais ficar aqui presa, e eu lhe dou razão, é alguns minutos todos os dias Mason. Ouvi Octávian diser a Mason.
     Eles estavam no escritório, e eu com os ouvidos colados na porta.
      -É perigoso. Mason disse.
      -Eu mesmo cuidarei para que nada aconteça, e ela não saíra sem avisar.
     -É claro que não sairá sem avisar ,não é mesmo Deanna. Mason disse elevando a voz. Pode sair de tras da porta.
    Saio de trás da porta e  entro no escritório, minhas bochechas coraram, um rosa claro.
   -Tudo bem, você pode sair todos os dias, mais nada de passar das primeiras fileiras de árvores. Ele disse olhando para ela.
    -Obrigada. Digo e não consego conter um sorriso.
    Abraço Octávian, e lhe agradeceu, depois abraço a Mason e também lhe agradeçeu.
    Dou as costas aos dois e saio.
     -Uhuu. Digo assim que saio do escritório.
     -Eu ouvi. Mason diz de dentro do escritório.
    Saio correndo para o jardim ,e fico ali um bom tempo, admirando toda a beleza que a natureza podia oferecer.