Capítulo 15 - Encontro com V

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Acordei (de novo) e tudo aconteceu como das outras vezes. Os garotos não estavam no dormitório de manhã, e quando voltaram eu e V nos vestimos e fomos maquiados para o encontro. Nosso encontro seria em um aquário e depois nós iríamos para um karaoke.

Eu realmente não sabia o que esperar daquele encontro, eu não havia ansiado muito pelo encontro com o V, mas ele era tão lindo e engraçado, eu também tinha medo de que fosse ruim, ou que fosse muito bom e ele me deixasse ainda mais confusa. Eu estava nervosa por causa do karaoke, o V cantava lindamente enquanto eu, cantava mais ou menos. Não posso dizer que eu cantava mal, porque no Brasil todo mundo sempre me dizia o contrário, mas eu tinha medo de que ele achasse que eu canto como uma hiena ou sei lá o quê.

Fomos na mesma van e eu combinei com ele o mesmo esquema do tradutor no celular, porque eu queria conversar com ele, apesar de tudo. V era o que não interagia muito comigo, não parecia me evitar propositalmente, mas também não dava muita atenção ao fato de eu estar ali, mas eu o admirava muito como artista e achava a beleza dele comparável a de um deus grego (quando o conheci só confirmei isso). 

Quando chegamos no aquário, a produção já foi logo arrumando as câmeras e pegando os microfones. Entramos e eu nunca tinha ido a um aquário antes. Eu sabia como era, um corredor de vidro, e em volta era o aquário. Você olhava para cima e via os peixes nadando por cima da sua cabeça. Você realmente se sentia dentro do aquário e aquilo era lindo. Paramos por um momento para ver os peixes nadando e V disse:

- Você gosta de peixes?

- Gosto, e você? - perguntei.

- Gosto, principalmente de comê-los. Você gosta de comer peixe?

- Gosto, mas esses são tão bonitinhos e diferentes daqueles que comemos. Olha, um peixe palhaço, igual ao nemo! - Eu disse apontando para um cardume de peixes palhaços que passou.

- Você gosta do filme? - ele perguntou.

- Sim. - respondi.

- Eu também, eu falava baleiês como a Dori - ele riu.

- Eu também! *Procurando Nemo, onde é que ele tá?* - eu disse e ele - provavelmente sem entender o baleiês em inglês - só deu aquele seu sorriso quadrado envergonhado.

Eu sempre soube que V era meio bobo e da zoeira, então achei que eu pudesse agir assim com ele também, mas depois de receber aquele sorriso eu achei melhor parar.

Fomos para a outra ala do aquário, ele era ainda maior e havia uma plaquinha dizendo que lá nadavam duas baleias. Nos aproximamos dos vidros e começamos a vê-las nadando. Aquele aquário era realmente grande. V apontou para uma delas e disse:

- Olha, o Jimin.

Eu ri e disse:

- Que feio. Ele não é gordo, por que chamam ele de baleia?

- Não sei. - Ele disse, e virou para continuar a andar.

Fiquei pensando que ele queria muito ir embora daquele encontro o mais rápido possível, porque ele realmente estava tomando atitudes estranhas. Depois disso, fomos ver os tubarões, os polvos, as águas-vivas e por último os pinguins. V imitou um pinguim, mas foi tão constrangedor que é melhor nem contar como foi.

Quando finalmente saímos do aquário eu só conseguia pensar em como aquilo estava sendo estranho e como poderia estar sendo entediante para V. Enquanto os câmeras se arrumavam em suas vans, eu disse:

- V, é agora que vamos para o karaoke?

- Você não disse que me chamaria de Tae? - ele perguntou.

- Desculpe, achei que você não queria. Mas, é agora que vamos?

- Sim... é agora. Não se preocupe, Jennifer, pode me chamar do jeito que quiser. - disse ele bagunçando meu cabelo carinhosamente. Fiquei muito surpresa com aquilo, mas a maquiadora veio correndo ajeitar meu cabelo e brigou com ele por ter desarrumado.

Pegamos a van e fomos ao karaoke. Eu estava ridiculamente nervosa, eu não sabia que músicas iriam ter, se ia ter só em coreano, ou se iria ter em inglês. Eu não sabia e isso me deixava muito aflita e ansiosa. Quando chegamos lá, somente uma câmera nos acompanhou, porque a salinha era muito pequena. Eu e V ganhamos microfones e ele escolheu a primeira música. Escolheu "Eyes, nose, lips", do Taeyang.

Ele cantou muito bem, eu quase morri ouvindo, é sério. Eu não sabia como reagir, eu só ficava olhando para a tela com a letra da música, eu não consegui olhar para ele enquanto ele cantava, com medo de que aquilo ficasse constrangedor e esquisito. Quando ele terminou, minhas pernas tremiam demais, achei que eu não conseguiria ficar em pé, imagina cantar!

Levantei, ele se sentou, eu comecei a procurar uma música que eu conhecesse. Havia muita música, em todos os idiomas praticamente. Fui correndo procurar uma em português. Encontrei uma perfeita e muito fácil de cantar, mas eu realmente tinha medo de desafinar. Falei pra ele que era uma música que fez sucesso no Brasil e que era romântica também. 

Cantei sem desviar os olhos da letra, eu nem consegui dar uma dançadinha. Eu fiquei lá, imóvel, com o microfone grudado no queixo praticamente. Cantei bem, eu acho, apesar do nervosismo. Eu sentia falta daquela música, fazia muito tempo que eu não escutava.

Quando a música acabou, tomei fôlego e quando virei para trás, V estava com a boca aberta. 

- Incrível! - ele disse, parecendo realmente impressionado.

- O quê? Não, eu canto mal! - eu disse.

- Você canta bem, tem uma voz muito boa de ouvir. - ele disse.

Comecei a ficar muito envergonhada e antes que ele pudesse dizer qualquer outra coisa, a produção pediu que fôssemos logo, porque o karaoke precisava abrir para o público. Fomos para a van e V sentou ao meu lado. Eu fiquei olhando para fora, mas uma hora percebi estar sendo observada e olhei para ele, ele segurou minhas mãos e disse:

- Jenni, por favor faça um dueto comigo.

Eu arregalei os olhos e meu coração quase parou. Eu e V, fazendo um dueto? Seria romântico? Eu teria de cantar em coreano? Seria em inglês? Ia ter dança? Eu fiquei desesperada.

- Eu adoraria. - respondi, estática. 

Ele deu um sorriso e soltou minhas mãos. Olhou pela sua janela e disse:

- Vou falar com meu chefe para fazermos isso durante o programa, quem sabe no mês que vem.

- Não sei nem o que dizer. - eu disse e olhei para ele. Ele olhou para mim e deu um sorrisinho, voltando a olhar para fora de novo.

Quando chegamos no dormitório, jantamos todos juntos de novo e quando fui para a cama, fiz questão de pegar o celular e abrir o Quadro Encontro para assistir o meu encontro com Namjoon. Mais uma vez, encheram de coraçõezinhos e na parte em que ele deitou no meu colo, colocaram um "uuuuuhhh", e pausaram a cena, colocaram um efeito rosa, com flores caindo e uma música romântica de dorama. Eu fiquei pasma! Na hora do barco, mais coraçõezinhos e flores e suspiros, quando caímos na água, sons de risada e a cena foi repetida três vezes por três ângulos diferentes. Namjoon me tratou como sempre, mas pude ver na gravação que na hora em que eu disse que ele estava bonito, ele ficou mesmo surpreso ou envergonhado, não sei ao certo. 

Meu coração, como sempre, ficou acelerado depois de assistir aquilo. Eu gostava de Namjoon, mas não sei se deveria me apaixonar por ele. Larguei o celular e fui tentar dormir, não conseguia parar de pensar em Namjoon, mas tentei tirá-lo um pouco da mente e pensar em como seria meu encontro com J-Hope no dia seguinte... Eu estava muito ansiosa também, nós iríamos ao parque de diversões.

3 Meses Com BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora