Sombras do Passado

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Fernando acordou e foi à procura de um banheiro, abriu uma porta e deu de cara com um ambiente inusitado que imediatamente deixou seus sentidos em alerta. Era o Studio de Aurélia. Não resistindo ele entra e observa as produções artísticas. Bem no meio do quarto há uma tela sobre um cavalete. Ele se aproxima e se assusta ao ver o rosto pintado ali. Impressiona-o acima de tudo o olhar que transmite profunda solidão e tristeza. Ele se reconhece e se sente profundamente impressionado com a capacidade da pintura em trazer a sua memória fatos do passado que ele pensava não terem mais o poder de atingi-lo tão profundamente.

Então você esta aqui mocinho!?

Eu... O que foi?

Ele a olha muito triste. Apontando o quadro. Estou impressionado. Você tem muito talento!

Pintar é minha paixão, Mas você parece que não gostou do tema! Ficou triste!!

Claro que gostei. É só que... ele me fez lembrar coisas que estão no meu passado e que levei muito tempo para esquecer.

Quer falar sobre isto comigo...

Não! Nunca! Isto esta no passado e é lá que deve permanecer nada de bom pode vir dessas lembranças malditas.

Mas Fernando não se foge do passado.

Não, mas pode-se negar a ele o poder de nos ferir! Preciso ir ao banheiro.

Primeira porta a direita!

 Ela fica parada olhando para a porta e depois para o quadro. Finalmente sai, acompanha-lhe a sensação de que uma ferida estava exposta em algum lugar dentro de Fernando precisando de cura.

Passaram todo final de semana curtindo-se entre conversas, risos e muito amor. Fernando não tocou mais no assunto do quadro ou do passado, na verdade agiu como se nada houvesse acontecido e Aurélia permaneceu tranquila achando que quando estivesse pronto ele mesmo falaria do assunto com ela. Também não voltou a convidá-la para ir à mansão parecendo sentir-se perfeitamente à vontade em sua casa.

Ela acorda e imediatamente sente que esta sozinha na cama. Senta-se rápido e percebe que Fernando a observa já totalmente vestido.

Ainda é muito cedo queria muito ficar com você mais preciso ir.

Sério? Que pena, vou fazer um café fresquinho para você!

Não precisa, é muito cedo e eu realmente preciso ir, vamos almoçar juntos. Irei buscá-la em seu trabalho.

Mas não te dei o endereço!

Ele se aproxima da cama – Sei tudo que preciso sobre você, não se preocupe estarei lá! Então a beija profundamente ela o enlaça pelo pescoço puxando-o para ela.

Vejo que apreendeu todas as minhas lições, é uma novata muito aplicada... É uma pena que tenho mesmo que ir!

Esta bem. Vou aguardar você ansiosamente! Então dá um pulo da cama e acompanha-o até a porta.

De todas as suas lindas roupas este lençol é a que te deixou mais sexy. Adeus meu anjo, beija-a novamente e sai.

Aurélia encosta-se na porta fechada e sorri sentindo-se a mulher mais maravilhosa de todo o planeta Terra!

A  decisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora