O encontro com o desespero

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Aurélia, querida onde esta você?! Fiz uns bolinhos de chuva e sei que você os adora... Meu senhor! Alguém me ajude, pede ela correndo de volta para a casa. Aurélia estava caída no chão desacordada. Imediatamente alguém a carrega para dentro e a deita no sofá. Ela aos poucos abre os olhos.

Tem alguma coisa errada! Minha cabeça dói muito, estava caminhando e simplesmente apaguei. Ela falava muito baixo. Tia, por favor, ligue para minha amiga Angela o número esta em uma agenda florida dentro de minha gaveta da cômoda, fale que venha urgente. Após isto fechou os olhos sem conseguir pronunciar mais nenhuma palavra.

Imediatamente foram buscar um carro para carregá-la até o serviço médico mais próximo e enquanto lhe colocavam um pano úmido na testa Aurélia parecia desmaiada. A tia, então foi ao quarto e rapidamente pegou a agenda e ligou para Angela.

Aurélia? Olá tia... O que houve? Desmaiou? Estou indo para aí agora mesmo! Dito isto Angela pega algumas roupas joga dentro de uma bolsa entra no carro e sai, liga para a empresa e diz que precisa se ausentar por algumas horas sem  mesmo  lembrar-se que provavelmente esta sendo seguida.

Fernando! Diz Gerald entrando no escritório com rapidez. Os detetives acabam de me ligar e me disseram que Angela saiu de casa com muita pressa e dirigindo feito uma louca. Eles a seguiram e neste momento ela esta no aeroporto, comprou uma passagem para Goiás.

Vamos para o hangar. Marcela diga ao piloto que daqui a quinze minutos esteja pronto para irmos para o estado de Goiás. Gerald ligue para os detetives e peça que descubram para que cidade ela foi. Quero chegar lá antes dela,sinto que algo grave aconteceu, vamos.

Podíamos interceptá-la no aeroporto e descobrir...

Não. Ela vai tentar nos ludibriar e eu não quero mais saber de enrolação. Quando chegarmos a cidade destino se ela não quiser cooperar nos vamos virar à cidade do avesso até encontrarmos Aurélia e... Meu filho!

Quando desceu do avião Angela saiu rapidamente do aeroporto. Estava indo em direção a um táxi quando Fernando a pegou pelo braço assustando-a.

O que...

Calma, sou eu! Ele a olha e não gosta do desespero que vê em seus olhos, ela nem mesmo o empurra ou xinga.

Fernando ela está com problemas! Estou muito assustada! A tia dela me disse que iam socorrê-la mais o hospital mais próximo fica aqui! Ela planejava voltar e ter o bebê em São Paulo. Todos estão muito preocupados com ela e com o bebê!

Onde ela esta?

Em uma cidade pequena a duzentos e cinquenta quilômetros daqui.

Você tem como falar com alguém de lá?

Sim.

Ligue. Ordena e lhe entrega o telefone!

Eu...

Angela ela pode morrer. Li tudo sobre gravidez e ela pode estar tendo uma pré-eclampsia!

Esta bem! Ela pega o telefone e disca quando vai falar Fernando toma o telefone dela e assume o comando falando com quem esta do outro lado da linha. Ela tenta protestar mais Gerald a segura.

Se você se preocupa de verdade com sua amiga deve permitir que ele assuma o controle, ele fará absolutamente tudo para salvá-la! Ela então se abraça a Gerald e começa a chorar.

Sou Fernando o pai do bebê de Aurélia, como ela está? Há alguém qualificado para cuidar dela enquanto chegamos aí? Então por favor, levem-na até este posto! Quando chegarem lá quero que ligue para o número que vou te dar em seguida, a senhora pode fazer a gentileza de anotá-lo. Dito o número Fernando desliga o telefone e volta ao aeroporto. Pede para falar com o administrador do lugar. Como já havia se espalhado a noticia de que seu avião particular havia pousado ali poucos minutos depois o homem apareceu e Fernando lhe explicou a urgência de conseguir um helicóptero médico para transportar sua mulher que estava no sétimo mês de gestação e com suspeita de pré-eclampsia. Em pouco mais de quarenta minutos ele e Angela estavam a caminho a bordo de um helicóptero e com uma pequena equipe de médicos entre eles um ginecologista e uma especialista neonatal para buscar Aurélia. Enquanto estavam voando o telefone de Fernando tocou.

Sim?! A senhora pode por gentileza me por em contato com o médico? Não tem médico?! E quem esta atendendo Aurélia? Quero falar com ela, obrigado senhora!

Antes de qualquer coisa quero que saiba que construirei um hospital nesta cidade com o seu nome e se for necessário pagarei de meu próprio bolso um médico para trabalhar aí, em segundo lugar peço que cuide de minha mulher como se ela fosse alguém de sua família! Como ela esta?

Todos ficaram em silêncio enquanto Fernando apenas escutava.

Deixe-a preparada, daqui a meia hora estaremos aí para buscá-la! Quero que fale com um dos médicos aqui presente, muito obrigado! Rapidamente Fernando passou o telefone para o médico que transmitiu instruções para a enfermeira que estava atendendo Aurélia.

O que ela disse Fernando?

Que a pressão dela está alta, o bebê esta vivo, porém corre perigo e que ela continua desacordada que nada mais pode fazer visto que não é uma médica e  o médico não foi encontrado!

Fernando começa a socar a parede do helicóptero, depois põe a cabeça entre as mãos e começa a chorar de forma profunda e dolorida, seus ombros balançam para cima e para baixo! Angela o abraça e chora junto! Os outros ocupantes observam a cena e descobrem que ele não parece nem um pouco com a imagem de um homem frio e calculista da qual eles haviam ouvido falar, na verdade ele parece um homem totalmente entregue ao desespero.

A  decisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora