O Sócio

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 Mesmo no hospital resolvo trabalhar com o PC e o celular, meus pais tentar me parar, mas não posso me dar a esse luxo!

A noite recebi a visita das minhas amigas da empresa: Ale, Andreia, Michelle e Vanessa. Ficamos de papo enquanto minha família foi jantar, elas me atualizaram sobre todos os boatos que está rolando por lá.

Todos acham que foi a Renata e me disseram que ela está proibida de se aproximar de mim e da empresa até que as investigações sejam concluídas.

Alguém bate na porta e entra em seguida, sinto meu rosto queimar quando as meninas encaram o Liam, ainda na porta, de boca aberta e ele trava no mesmo lugar sem reação.

Pelo jeito passou em casa antes de vir para cá, pois está só de jeans e camiseta, seu cabelo está molhado e é óbvio que ele está lindo! Ouço um suspiro contido de uma delas e isso me incomoda imensamente.

- Desculpe ter atrapalhado! – Ele fala se encostando na porta ainda aberta, com um sorriso no rosto e está na cara que ele está se divertindo com os olhares que está recebendo.

Desvio o olhar e devo estar com a cara mais feia do mundo, Ale, que estava me observando, ri da situação.

- Não atrapalha, sr. Payne! Já estávamos de saída, não é, meninas?

- Estávamos? – Vanessa pergunta e o lança um sorriso sugestivo.

- Sim, estávamos! – Ale a encara séria e ela revira os olhos. – Só vou pedir ao senhor que não a deixe trabalhar mais por hoje! – Ale sorri para ele cumplice e sei que ela está tentando justificar a visita dele a essa hora.

Não acho necessário! Trabalhamos juntos e é normal que ele venha me visitar, elas saem e eu fico em silêncio.

- Está pensando em quê? – Liam chama a minha atenção.

- Em nada!

- O que foi? Está chateada com o quê?

- Com nada! Impressão sua.

- Qual é, Lucy? Te conheço e sei que você está irritada.

- Não estou! Só estava pensando que se você e a Vanessa agem assim na minha frente, imagine quando eu não ...

Liam me beija me calando, mas eu não retribuo e o empurro.

- Lucy! Pare com isso, ok? Eu não fiz nada e nem tenho contado com nenhuma delas, só falo com a Alexandra o essencial e eu te amo! Quando você vai entender isso?

Fico quieta e resolvo encarar a televisão, porém, ele a desliga e eu o encaro irritada.

- Quem deixou você desligar?

- Vai ficar de palhaçada agora?

- Palhaçada? E se fosse o contrário, o que você faria? Se seus amigos agissem assim comigo?

- Ok, Lucy! Já entendi e me desculpe se te chateei, foi sem querer.

- Tudo bem, senhor Payne! Se eu te chatear assim um dia será sem querer também, ok?

- Você não se atreva ...

- Ao quê? – Meu pai nos pergunta abrindo a porta! Que mania de não bater antes de entrar.

- Sua filha está me ameaçando! – Liam fala e eu fico chocada.

- Com o quê? – Minha mãe pergunta já com um ar de riso.

- Entrei aqui e as secretárias da empresa estavam com ela, agora sua filha está com ciúmes dizendo que dei mole para elas e está me ameaçando a fazer o mesmo. – Como assim? Olho para ele sem acreditar e meus pais caem na risada.

- Ela puxou a mãe! – Meu pai comenta e minha mãe dá uma cotovelada nele.

- Já havia percebido isso, senhor João! – Liam fala divertido e minha mãe o encara irritada. – Não fique brava, dona Neide! Foi um elogio.

- Sendo assim, preciso informa-lo que você é péssimo em elogios! – Ela fala e eu caio na risada.

- Você não disse que nem a sua família pode saber sobre vocês? – Meu pai pergunta para a minha surpresa.

- Sim e é verdade! E foi por isso que fiquei sem reação ao vê-las aqui, não sabia como me justificar, mas a nossa secretária, Alexandra, contornou a situação.

- Ela sabe de vocês? – Minha mãe quer saber, pelo jeito eles terminaram aquela conversa chata sem mim! Estou feliz por isso.

- Não! – Liam responde. – Ou você contou? – Ele me encara.

- Contei o quê? Não tenho nada para contar!

- Ihhhh, ainda irritada? – Liam pergunta rindo e meus pais o acompanha. Resolvo ignora-los e ir dormir, amanhã receberei alta e voltei a minha rotina!

(***)

Acordo no meio da noite e sinto que alguém está me abraçando, me viro e vejo Liam dormindo serenamente ao meu lado.

Meus pais estão em uma outra cama que foi posta no quarto e minha irmã na poltrona do acompanhante.

Não era necessário que todos passassem a noite aqui, mas confesso que é muito bom tê-los por perto.

Por causa do colar cervical eu não consigo me mexer direito, mesmo assim me atrevo a brincar com o cabelo dele, Liam abre os olhos sonolento e me encara por alguns segundos, me puxa para perto, me dá um selinho e volta a dormir.

Me aconchego para sentir melhor o seu cheiro, como minha vida pôde mudar tão rápido assim? Há pouco tempo atrás eu nem pensava em ter alguém e agora quando Liam não está por perto parece que falta um pedaço de mim!

Fecho os olhos e volto a dormir rápido.

(***)

Quando desperto novamente Liam já se foi, um médico me avisa que receberei alta depois do almoço e assim é.

Meus pais não me deixam ir trabalhar e percebo que eles quase que se mudaram para cá, pois trouxeram várias malas. Ainda bem que eles sabem sobre o Liam e não se opõem, caso contrário eu ficaria um bom tempo sem poder vê-lo fora da empresa.

Por volta das 8:00p.m, Liam vem me visitar, mas entra no apartamento acompanhado por um policial.

- Aconteceu alguma coisa? – Minha mãe pergunta preocupada.

- Sim! – Liam diz seco e me olha de forma indecifrável.

- Digam logo o que aconteceu! – Me pai ordena mais sério que nunca.

- A casa dos senhores pegou fogo agora à tarde! – O policial começa e eu caio sentada no sofá. – Os bombeiros acharam um recipiente com gasolina nos fundos do quintal, tudo indica que foi um incêndio criminoso e acreditamos que estão tentando mandar um recado para a sua filha.