O Sequestrador

O Furacão

Eles saíram e eu pude enfim contemplar a beleza do meu furacão Leila.

Deitei no colo dela, o mundo estava acabando sob a minha cabeça e tudo que eu queria era carinho. Não me lembro qual foi a última vez que a minha mãe me fez algum. Me tornei um homem frio, devido à tudo que tive que fazer e acho extremamente esquisito se alguém for me dar um abraço, eu não consigo me sentir confortável com isso.

Quando eu deitei no colo dela, eu não precisei dizer o que eu queria, ela sabia que era cafuné.

Ela é a única que já fez em mim, eu sempre peço quando estou com problemas porque me sinto mais relaxado, como se tudo fosse se resolver de uma forma satisfatória.

Tudo que eu queria era ficar um tempo quieto, apenas recebendo carinho, eu tinha todo o tempo do mundo para transar com ela hoje, mas ela resolveu puxar assunto:

“Chris, o que foi isso? Você nunca tinha feito isso antes comigo! O que deu em você?” Ela sorria como se estivesse se divertindo com aquela situação. Eu amava quando ela sorria e quando ela me chamava de “Chris”, somente ela me chamava assim.

“Eu fui contratado para fazer um serviço e devido á ele, eu vou ter que ficar 38 dias sem... sem você. Eu não ia esperar duas horas para te ter.”

“Me senti especial agora. Você vai viajar?”

“Antes fosse...”

“Entendi. Por causa desse serviço que você me pediu o cafuné?”

Levantei do colo dela e fiz um “sim” com a cabeça.

“Leila, eu notei que você sorriu quando me viu. Você ficou realmente feliz? Por favor, não precisa mentir para me agradar.”

“Chris, eu fiquei surpresa por ter te visto e feliz por você ter me livrado daquele velho repugnante." Ela revirou os olhos.

Ri. Agora eu percebo que realmente o trabalho dela não é nada fácil!

“ Já que estamos conversando, eu queria  te dizer que tem três coisas que se você fizesse por mim eu seria a mulher mais feliz desse mundo.”  Ela estava mordendo o lábio e me fazendo carinho no meu rosto.

“ O que você quer que eu faça?” A mordi no pescoço.

“Não ria, mas eu sempre sonhei em me casar com você. Eu assinei um contrato só posso sair daqui quando estiver com uns 45 anos, já sem muitos atrativos. Mas você é o Christian Ferrandini, chefão da máfia italiana, o homem que pode tudo, que tem tudo o que deseja, na hora que deseja. Sempre sonhei com você me pegando no seu cavalo branco e me tirando daqui!”

“ Acontece que eu não sou um herói! Eu fiz coisas horríveis, você não iria querer saber de mim se soubesse o que eu fiz, o que vou fazer. Eu nunca vou ser um príncipe de contos de fadas, entende? Falta mais dois desejos, vamos ver se eu ainda posso realizar!” Sorri para ela. Ela me ama? Isso não pode ser possível. Deve ser só para eu tirá-la da vida.

“Você não é um herói e nem eu uma heroína. Você é bom, eu sei, eu sinto e eu vejo! Um beijo, eu sempre quis um beijo seu. Sei que tem homens que não gostam de beijar prostitutas, mas acho que já passamos dessa fase. Somos amigos, temos cumplicidade. Eu seria a mulher mais feliz do mundo se você fizesse isso!”