Liberdade em termos

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Chegar na mansão nunca foi tão difícil, não somente pelo fato de que eu tive que despistar várias viaturas para entrar na mansão sem colocá-los em perigo, mas também por ter que me deparar com a Meirieli depois de tudo que ocorreu no cativeiro.

Peguei a chave e abri a porta. Estavam todos no sofá, provavelmente aguardando a minha chegada.

"Ai! Jesus Cristinho, quem é você? Tem mais alguém que vocês estão aguardando? Isso é reunião de homem bonito, é?"

Sorri. É como se estivesse acabado de cair a ficha: eu estava livre, embora não tão livre assim.

"Sou o Christian Ferrandini. Filho do dono dessa casa. Você é a nova empregada?" Podia ter dito que eu era filho dos donos dessa casa, mas depois do que houve, não sei se ainda a considero como mãe.

"Prazer, meu nome é Aline Almeida. Sou a empregada nova sim. Você mora aqui?"

Ela me deu um sorriso maledicente, mas o meu se foi ao lembrar que eu não posso morar mais aqui, que eu não sou mais um mafioso. Por que será que o Salvatore a trouxe logo para cá?

"Não." Disse em um tom tristonho.

Sem que eu tivesse tempo para pensar, Dayane pulou no meu pescoço e colocou as pernas no meu quadril. A segurei e dei um beijo intenso.

Com muito custo terminei de beijá-la e percebi que ela estava chorando. Sequei as lágrimas dela: " Para de chorar, eu estou aqui e estou bem. Te amo!"

"Me desculpa. Se eu não tivesse sido tão egoísta... Talvez você não estivesse passado por tudo isso."

A abracei forte. "Você não tem culpa de nada!"

Olhei para eles e vi que todos olham surpresos a minha atitude. Realmente, com a Dayane eu não era eu.

Reclene saiu correndo da cozinha para falar comigo com um belo sorriso no rosto e brilho no olhar um tanto quanto diferente.

"Christian, que bom! Eu rezei tanto... Eu sabia que você ia sair dessa e amanhã eu vou preparar o que você quiser!"

"Não se preocupe. Eu não sou mais um mafioso e não posso mais morar aqui, estou aqui porque não teve jeito." Fuzilei o Salvatore com o olhar.

Reclene ficou triste e eu a peguei pela cintura para abraçá-la. "Está, tudo bem. Só não sei como viverei sem a sua comida. Você é da máfia e eu não posso te contratar para cozinhar para mim."

"Christian, você está curado do trauma ou isso tudo é saudades?" Reclene me olhava surpresa e muito feliz.

"Ela me salvou!" Disse para a Reclene, enquanto desfazia o abraço e dava um selinho na Dayane que agora sorria. Tive que fazer uma graça porque percebi que ela ficou com ciúmes da Reclene.

"Vou voltar para a cozinha." Reclene se retirou e eu olhei para cada um deles e não sabia como agir porque eles poderiam querer me matar, se bem que, aparentemente, eles estavam sem armas.

Salvatore me abraçou forte. "Desculpa, parceiro por ter pedido para você vir para cá, mas a Meirieli está muito mal e deseja conversar com você."

"Eu não quero conversar com ela." Disse como se fosse uma criança fazendo birra.

"Mas e se ela morrer?" Salvatore me questionou.

O SequestradorOnde histórias criam vida. Descubra agora