Sequestro inútil?

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Ela acordou e uma grande onda de alívio e felicidade inundou a minha alma.

Ela olhou de um lado para outro completamente desesperada, colocou as mãos nos olhos ao se dar conta de que estava vendada.

Ela tentou levantar e percebeu que estava amarrada e se portou exatamente como um animal acuado: se encolheu e começou a gritar por socorro. O som saiu abafado porque ela estava com a mordaça.

“Pode gritar á vontade, estamos no meio do nada mesmo.” Eu disse.

Ela parou de tentar gritar e começou a chorar.

“Você, vai no carro e pega para mim a minha polaroide, papel e a caneta.” Apontei para o Paolo. Eu não posso falar os nomes deles na frente dela. Ele simplesmente abaixou a cabeça e foi.

“Chefe, com todo o respeito, virou viado? Caneta rosa e caderno da Joulie. É isso mesmo?” Disse Paolo incrédulo.

Peguei a minha arma e disse: “Da próxima vez que me chamar de viado, eu vou atirar no seu pau e introduzir um cabo de vassoura no seu cu, seu arrombado!” Dei um tiro para o alto.

Ele me desrespeitou na frente dela. Fiquei com tanta raiva que senti o meu rosto queimar. Eu tive que fazer com que ela percebesse quem é que mandava ali.

Dayane ficou mais apavorada ainda ao ouvir o som do tiro. Ela colocou as mãos no rosto, como se aquilo fosse o suficiente para protegê-la.

“Está com medo, garota? É bom ter mesmo!” Eu disse.

Me virei para o Paolo e disse: “Satisfazendo a sua curiosidade e a de todos aqui presentes, eu liguei para o passarinho verde cantar na casa dela para pegar esses objetos. Isso dará sustentabilidade no nosso plano. Depois o passarinho verde cantou na minha janela e saiu sorrateiramente, pois dei ordens expressas para que ele não me acordasse.”

“Desculpa, Chefe.” Paolo disse, abaixando a cabeça. Dei um leve sorriso e um tapinha nas costas dele, o fazendo respirar aliviado.

Me aproximei um pouco dela e tirei uma foto dela.

“Este é o melhor trabalho da vida dela! Vem ver pessoal!”

Disse em tom de deboche, mas a verdade é que nem assim ela consegue sair mal na foto, é impressionante!

Me aproximei mais ainda e percebi o quanto ela estava tremendo de medo. Se ela fosse outra pessoa eu poderia dizer que eu sentiria até um certo prazer em presenciar esta cena, mas era ela e ela é sempre um caso á parte para mim.

Tirei a venda dos olhos dela e a mordaça, então ela começou a olhar para o lugar, com aqueles olhinhos assustados, de um lado para o outro, como se estivesse fazendo o reconhecimento do local.

Eu sentei na frente dela e ela começou a se mexer, como se quisesse chegar para trás. Ela está com medo e isso é natural, mas para mim é revoltante porque tudo que eu quero é ficar cada vez mais perto dela. O que está acontecendo comigo?

Eu comecei a ficar com vontade de fazer carinho nela e de dizer que eu jamais faria nada contra ela, que ela não precisa ficar com medo, mas eles estavam presentes me observando e eu não podia fazer ou falar nada que a confortasse.

O SequestradorOnde histórias criam vida. Descubra agora