Do pó vieste, ao pó retornarás

1.2K 178 1K
                                    

Chegamos naquela rua escura e somente o som do vento e o frio intenso nos faziam companhia.

Avistei um carro preto no local.

“Dayane, aquele carro é do seu tio?” Perguntei.

“Não, mas ele pode ter alugado.” Ela me respondeu e  foi em direção ao carro para ver se ele estava lá dentro.

“Christian, ele não está aqui, mas esse carro está com um barulho de relógio irritante.”

“Dayane, não toca nesse carro!” Corri para alcançá-la.

“Porque não, Christian?”

“Porque tem uma bomba dentro .”  Respondi, a tirando de perto do carro.

Segundos depois o carro explodiu e tivemos que correr  para nos distanciarmos do fogo.

“Christian Ferrandini, que espécie de mafioso é você que trás consigo a namorada para vê-lo sendo morto?” Ele perguntou com um tom sarcástico.

“Eu não vou morrer!” Respondi e apontei a arma para ele.

“Isso é que nós vamos ver!” Ele apontou a arma para mim.

“Christian, tem um carro de polícia nos seguindo, estou tentando despistar. Aguenta que já estamos chegando.” Salvatore informou.

- Não matarás pai e mãe. Se os pais nos deram a vida, eles podem nos tirar. – Esses pensamentos inoportunos começaram a rondar a minha cabeça. Eu não posso matá-lo, vai de contra a tudo que eu aprendi. Comecei a tremer a mão.

“Deixa com que a Dayane saia daqui. Não quero que nada aconteça a ela.” Pedi.

“Por mim tudo bem. Dayane é um problema do Ângelo. Ele se quiser que a mate.” Gennaro deu de ombros.

“Eu vou ficar!” Dayane respondeu e bateu o pezinho. Maldição!

“O Ângelo me disse que você estava com crise de identidade, que era só eu aguardar que você mesmo iria me encontrar para enfim abraçar a morte. Esperei ansiosamente por este encontro, meu filho! Posso te matar agora?”

“Eu que irei te matar!” Respondi.

“Olha para você! Está tremendo! – Não matarás pai e mãe –  é nisso que você está pensando, certo? A Meirieli te estragou consideravelmente.” Ele negava com a cabeça em sinal de reprovação.

“Como você sabe?” Perguntei curioso.

“Conheço os seus pais de outros carnavais! – O amor é uma fraqueza- a sua mãe nunca te ensinou isso?” Fiquei mudo.

Como ele sabia tanto sobre os meus pais assim?

“Vamos fazer o seguinte: eu conto um pouco sobre a sua vida e depois te mato, ok?”  Ele abaixou a arma, mas eu continuei com a minha apontada para ele.  Não respondi, apenas mantive os meu olhos nos dele. Eu queria conhecer a minha história.

“Você, na verdade, se chama Graham Sherimam, nasceu no dia 01/05/1989. Quis matar você e a sua mãe porque aquela vagabunda, depois que descobriu que eu a traía todos os dias num cabaré muito bem frequentado, cujo o ex dono era o Francesco Bonini começou  a sair com um outro homem e isso é inadmissível.”

O SequestradorOnde histórias criam vida. Descubra agora