Banho de água fria

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Acordei sobressaltado. Dayane estava gritando. Peguei a minha arma que estava do lado do travesseiro e apontei para qualquer direção.

O sono que eu ainda estava sentindo me deixou meio desnorteado, mas eu ainda era o mesmo Christian Ferrandini e sempre a protegeria.

“Está apontando essa arma para o nada por que?” Ela me perguntou me fazendo me sentir um retardado.

Sorri. “Ok, Dayane... Cadê a barata?”

“Ai, meu Deus! Aqui tem barata?”

“Eu não sei, nunca vi. É porque você gritou e como não tem ninguém aqui, eu pensei que fosse. Você gritou por que?”
Ela corou. É lindo uma mulher morena corando porque isso não é tão fácil  de se ver quanto nas brancas.

Ela olhou para baixo e disse: “É que eu acabei de ficar naqueles dias e eu não sei o que vou fazer. Eu preciso de um absorvente.”

Levantei o rosto dela e disse:
“ Não tem razão para você se constranger desse jeito,  é da sua natureza mesmo. Isso é normal. Tira essa roupa, vai tomar um banho que eu vou providenciar tudo agora.”

Ela assentiu e foi para o banheiro, fui atrás porque ela não pode ficar sozinha, segundo as regras. Vi a calça dela suja e o meu estômago embrulhou automaticamente.

Ok, é só um sangue, mas só de saber que ela não se cortou, que o sangue vem... eu preciso vomitar!

Ela tirou a roupa, eu queria olhar, mas nessas condições, eu prefiro ser um bom menino e respeitá-la.

“Dark, vem cá...”

Não, eu não quero. Eu quero, mas não quero. Eu tenho que esquecer o que eu estou sentindo, quando eu matar o tio dela, ela vai me odiar para sempre. Ela está nua, eu não quero chegar perto.

“O que foi?” Falo olhando para o chão, não quero olhar para o peito dela.

“Você realmente é diferente dos seus amigos...”

“ Como assim?” Pergunto me fazendo de desentendido.

“Nada, deixa para lá. Coloca a água no morno para mim, eu não estou conseguindo.”

Ri. “ Não tem água quente aqui. Você vai ter que tomar desse jeito mesmo.”

Ela arregalou os olhos e sinto que ela me xingou internamente por isso.

Liguei para o Paolo. No segundo toque ele atende.

“Oi.” Eu disse.

“Oi, Christian. O que você quer de café da manhã?”

“Suco, pão de queijo, croissant, torrada, pão, queijo, presunto, pão doce e madrilenho.”

“Calma, Christian! É só para um dia!”

“E o que eu vou comer depois, sua bicha enrustida?”

Paolo riu.

“Então, cara... eu estou com um pequeno probleminha aqui. Tem como você comprar um absorvente na farmácia  e passar na  casa da Dayane para pegar umas roupas para ela antes de vir para cá?”

O SequestradorOnde histórias criam vida. Descubra agora