Capítulo 10 (Repostado)

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"Eu sou escravo das minhas decisões"

Prisioners – The Weeknd feat. Lana Del Rey

 Lana Del Rey

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Meg

Já havia se passado uma semana desde a minha mudança. Eu recebia ligações constantes do meu pai, exigindo que eu voltasse para sua casa. Eu não dava ouvidos. Não queria discutir. Queria apenas que o tempo passasse logo para tudo aquilo acabar.

Apenas em uma de suas ligações eu não pude fugir. Fernando nos intimara para um jantar em sua casa. Tudo aquilo estava me deixando esgotada.

Meg, vai ficar tudo bem.– Scarlett diz.— Estou com saudades de você!– choraminga e eu rio tristemente.

— Eu também, Scar!– suspiro. — Não vejo a hora de tudo isso acabar.

E Theodor?

Eu havia contado à ela sobre os últimos acontecimentos e dentre eles, meu encontro com Theodor. Scarlett também ficara surpresa ao saber que o mesmo estava no Brasil.

— Eu não sei. Já faz uma semana que eu não vejo.– suspiro. — Não que eu queira vê-lo, longe disso.– me apresso em dizer.

Ela ri.

Claro, claro!

— Idiota!– resmungo e ela ri.

Depois de mais algum tempo, encerramos a chamada.

Me arrasto até o banheiro e tomo um banho demorado.

O jantar seria essa noite e obviamente, eu não estava nada animada com isso.

Depois do banho, deslizo o vestido tubinho preto por meu corpo e seco meus cabelos com o secador.

Depois de pronta, respiro fundo e desço as escadas, antes chamando um táxi por telefone.

O táxi estaciona em frente a grande casa dos pais de Fernando e praguejo pelo caminho ter sido tão curto.

Não demora muito e eu vejo meus pais parados ao lado do seu Audi.

— Você está linda, minha filha!– minha mãe beija meu rosto.

— A senhora também, mãe! – sorrio.

— Vamos entrar!– meu pai ao menos me cumprimenta, e anda à nossa frente.

Ouço minha mãe supirar.

— Não se preocupe, minha filha. Sabe que seu pai é orgulhoso de mais.– assinto.

Logo estávamos sendo recebidos por Fabrício e sua esposa, Sandra. Fernando apenas me encarava com desdém, me deixando irritada.

— Eu não recebo nem um beijo da minha adorável noiva?– Fernano diz se aproximando e vejo seus pais sorrirem orgulhosos.

Busco os olhos do meu pai e os dele se encontram com os meus. Ele apenas abaixa a cabeça, dando um longo suspiro. Engulo em seco.

— Não acho que seja uma boa ideia, não na frente dos nossos pais.– murmuro.

— Não se preocupe, querida!– Sandra diz gentilmente. — Vamos, deixem eles à sós.

Os demais assentem e saem dali.

— O que acha que está fazendo?– rosno e Fernando ri.

— Você é minha noiva, Meg.– diz impaciente. — É normal que os casais se beijem.

— Não ouse encostar em mim!

— Mal posso esperar pela nossa Lua de Mel.– se aproxima.

— Não! Nós não somos um casal. Não haverá Lua de Mel.

— Melhor parar com esse joguinho. Logo você estará de quatro em minha cama, Meg Carter... Albuquerque.– diz e sai dali em passos firmes.

Solto ar que estava preso em meus pulmões e me arrasto até a sala de jantar.

(...)

Todos conversavam animadamente à mesa. Eu tentava ficar à par de toda conversa, mas estava me sentindo sufocada. Queria sair dali o mais rápido possível.

— Querida?– a voz de Sandra me tira dos meus devaneios. — Você está distraída. – ela sorri.

Sorrio fraco.

— Deve estar pensando no nosso casamento. – o fulmino com o olhar.— Todas são assim. Ficam ansiosas para o casamento acontecer logo.– Fernando termina, levando a taça de vinho aos lábios.

— Idiota!– murmuro.

— Disse algo?

— Não.– me levanto.— Eu já volto, com licença!– eles assentem e voltam à falar amenidades.

Entro na cozinha e respiro fundo.

Sinto uma mão em meu ombro e rolo os olhos ao imaginar ser de Fernando.

— O que você...– paro ao observar uma garota de cabelos cacheados e pele negra.— Desculpe!– sorrio.

— Tudo bem! Precisa de algo?– ela sorri, deixando algumas sacolas sobre o balcão.

— Oh, não! Eu só... Precisei...– mordo o lábio inferior nervosamente e ela ri.

— Você deve ser Meg, a noiva do senhor Albuquerque. – assinto contragosto.— Eu sou Cristina.

— Prazer, Cristina.

(...)

— Então você conhece Fernando à muito tempo.– afirmo, depois de termos passado longos minutos conversando.

Ela faz uma careta e diz sem tirar os olhos de algumas verduras que cortava:

— Bem, ele é um pouco esquisito. Quer dizer, com todo respeito... – rio.

— Não se preocupe!

— Ele não é uma pessoa muito sociável. Ele não fica muito por aqui, na casa dos pais.

— Entendi.

— Querida?– minha mãe sorri, ao entrar na cozinha.— Prazer, sou Marta!– estende a mão à Cristina, que sorri e aperta levemente a sua.— Venha se despedir de todos, estamos indo.

Assinto e ela sai.

— Até mais, Cris.– ela sorri.

Depois de me despedir de Cristina, saio da cozinha me sentindo melhor. Finalmente havia encontrado alguém para conversar.

Me despeço de Fabrício e Sandra,  com uma promessa falsa de que viria vê-los depois.

— Até mais, noiva.– Fernando beija meus lábios rapidamente.

Respiro fundo, tentando controlar a vontade de matá-lo.

— Até mais!– saio dali, sem ao menos olhar para trás e chamo um táxi por telefone.

Deus, quando tudo isso vai acabar?

(....)

Suspiro pesadamente, jogando meus sapatos pelo tapete.

Me jogo no sofá, sentindo minha cabeça protestar de dor. Ando até a varanda do apartamento, e o vento colide em meu rosto, me trazendo uma sensação relaxante.

Vejo algums casais andarem de mãos dadas na praia e suspiro, me perguntando, quando vou ter a mesma sorte.

Querido TheodorOnde histórias criam vida. Descubra agora