Capítulo 36

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"Sem um senso de confiança
E estou convencido
De que há muita pressão para eu aguentar
Eu me senti desse jeito antes, tão inseguro"

Crawling – Linkin Park

Crawling – Linkin Park

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Meg

— Você não tem treinamento?– pergunto, enquanto Theodor acaricia meus cabelos.

— Eu estou de folga. Como Oliver ainda está na cidade, ele quis dar as aulas. Ou seja, senhorita Carter, você terá que me suportar.– rio.

— Com todo prazer!– ele ri.

Theodor passara a tarde comigo. Almoçamos juntos e passamos o resto tarde assistindo meus filmes favoritos do Nicolas Cage. Estava sendo uma tarde maravilhosa, pena que Fernando me ligara e exigira minha presença em um jantar. Eu estava tão esgotada de seus joguinhos, que neguei.

— Eu quero te levar a um lugar.– diz.

— Onde?– ele ri.

— É uma surpresa, baby!– bufo irritada.

— Vamos, me conte!– me sento em seu colo.

Ele grunhe. 

— Não adianta tentar me distrair. Eu não vou contar!– reviro os olhos.

Dou um beijo em seu maxilar, descendo até o seu pescoço, onde eu mordo levemente. Ele geme e sinto sua ereção contra minha intimidade.

— Conte...– mordo o lóbulo da sua orelha e ele aperta minha cintura com força.

Capturo seus lábios e sugo os mesmos deliciosamente. Mordo o seu lábio inferior e ele ofega.

Ele sorri maliciosamente e num instante, me tira do seu colo.

— Não adianta!– pisca e eu cruzo os braços emburrada.

— Certo, certo!– resmungo e suspiro em seguida.— Eu também tenho que te contar algo.– ele sorri e me beija.

— O que é?

— Surpresa!– o imito e ele ri, revirando os olhos.— Eu só...– mordo o lábio inferior.— Espero que me escute e me entenda.– ele me olha curioso, mas sorri.

— Tudo bem, eu tenho que ir. Esteja pronta às oito, me espere no estacionamento e não use saltos.– assinto e ele pega suas chaves, beija meus lábios rapidamente e sai do meu apartamento.

Suspiro.

Eu já tinha decidido. Eu ia contar sobre Fernando hoje mesmo.

Suspiro pesadamente.

Sou despertada de meus devaneios, por batidas incessantes na porta. Sorrio, Theodor devia ter esquecido algo.

— Não me diga que...– meu sorriso de desfaz e eu engulo em seco.— O que você quer?

— Boa tarde, querida! Vim lhe avisar sobre o nosso jantar, pessoalmente, e não aceito um não como resposta.– bufo irritada.

— Eu já disse que não vou!

— Você tem uma boquinha tão impertinente, senhorita Carter!– se aproxima e eu instantaneamente dou um passo para trás.— Que eu vou ter o prazer de calar quando nos casarmos.

— Não se aproxime!– ele ri e entra em meu apartamento.

Sinto meu corpo trêmulo e o observo caminhar até o sofá, e se jogar nele.

— Soube que seu pai veio aqui para conversar sobre os preparativos do nosso casamento, mas você estava ocupada. Então, tive que pedir que minha mãe organizasse tudo, com a desculpa de que você estava ansiosa demais com os detalhes do vestido para pensar em decoração.

Dou de ombros.

— Eu não me importo!– ele sorri.— Eu só quero que me deixe em paz.

— Meg, você não pode me repelir por muito tempo.– grunho irritada.

— Vai pro inferno!– rosno.

— Vamos mudar de assunto?– cruzo os braços impaciente.

Antes que ele possa falar mais alguma coisa, seu telefone toca.

— Eu tenho que ir, querida!– se aproxima e eu continuo a dar passos para trás.

Ele me prensa contra a parede e aperta meu queixo com força. Me olha por alguns instantes em silêncio.

Ele sorri e se afasta, saindo do apartamento. Solto um suspiro de alívio e sinto minha garganta se fechar.

— Deus!

(...)

— Tente se acalmar, Meg!– Cristina diz, enquanto faz uma trança lateral em meus cabelos.

— Eu estou com medo, Cris! Tenho que tentar me explicar da melhor forma possível.– aperto a barra do meu vestido com força.

— Só se acalme!– aperta meus ombros e eu assinto, respirando fundo.— Tem que dizer a ele que esse casamento não é real.– suspiro.

— Melhor eu descer!– ela assente.

— Eu também tenho que ir. Gustavo deve estar me esperando.– sorri animada e me dá um beijo na bochecha, saindo saltitante do meu apartamento.

Depois do ocorrido com a "ilustre" presença de Fernando, Cristina me ligara. Ela estava eufórica, pois Gustavo havia lhe convidado para jantar em seu apartamento. Eu aproveitara a situação e lhe contara sobre o convite de Theodor e sobre minha decisão. Decidimos por fim, nos arrumarmos juntas em meu apartamento.

Olho meu reflexo no espelho e respiro fundo.

— Você consegue, Meg!– pego minha bolsa e saio do apartamento, trancando a porta.

Desço pelas escadas da saída, saindo diretamente no estacionamento. Olho no relógio e faltavam apenas alguns minutos para Theodor chegar.

Sinto mãos em minha cintura e sorrio.

— Você está linda!– meu sorriso se desmancha e meu corpo treme.

Me afasto e olho para Fernando, que me encarava com desdém.

— O-o q-que está fazendo a-aqui?– balbucio.

— Vim buscá-la para o nosso jantar.

— Eu já disse que não vou, Fernando!

— Por quê? Já tem outro compromisso?– ele ri e cruza os braços.— Deixe-me ver, vai estar ocupada de mais com aquele segurança, como é mesmo o nome dele?– coça o queixo, mas logo estala os dedos.— Ah, Theodor, Theodor James!– arregalo os olhos e engulo em seco, dando passos vacilantes para trás.— Acertei?

— Vai embora!

— Oh, por quê?– ele ri se aproximando.— Ah, Meg, ele sabe o quanto você é uma vadia por dormir com outro estando noiva?– não espero nem um segundo, e dou-lhe um tapa, fazendo minha mão arder.

Ele me olha com fúria e cerra os dentes.

— Você vai ser a minha mulher, Meg! E se ousar fazer isso de novo, eu acabo com esse seu rostinho lindo.– rosna e tenta me beijar, apertando os lados do meu rosto com força.

— Me larga!– bato meus punhos com força contra seu peito e ouço apenas sua risada.— Me larga!

Sinto meus olhos arderem e minha garganta se fechar.

— Me solta, seu desgraçado!

— Melhor calar essa boquinha, Meg!– desce seus lábios por meu pescoço e a única coisa que sinto é nojo.

— Solte ela, seu filho da puta!

Querido TheodorOnde histórias criam vida. Descubra agora