Capítulo 37

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(Leiam com a música, darlings.)
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"Porque não haverá luz do sol
Se eu te perder, amor
Não haverá céu claro
Se eu te perder, amor
Assim como as nuvens, meus olhos farão o mesmo
Se você for embora
Todo dia, vai chover, chover, chover"

It Will Rain – Bruno Mars

It Will Rain – Bruno Mars

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Meg

— Solte ela, seu filho da puta!– ouço a voz furiosa de Theodor e num instante, Fernando está longe de mim, jogado no chão recebendo inúmeros socos de Theodor.

Meu corpo treme, mas corro até ele, colocando minhas mãos em seu rosto.

— Pare, por favor, Theo!– imploro.

Theodor suspira pesadamente e me olha por alguns instantes, se afastando de Fernando, que se levantava lentamente do chão com vários hematomas no rosto.

A risada de Fernando ecoa pelo estacionamento, ao mesmo tempo em que Theodor murmura algo e ameaça voltar a socá-lo, mas o impeço, o puxando para longe.

— Se você a machucou, eu juro que te mato, seu desgraçado!– Theodor esbraveja.

Fernando estala a língua, sorrindo cinicamente.

— Não acha que nossos papéis estão invertidos?– engulo em seco e vejo Theodor franzir o cenho.— Afinal, você que está dormindo com minha noiva.

Theodor ri incrédulo.

— Eu bati forte o suficiente em sua cabeça pra estar falando asneiras como essa?– Fernando ri ainda mais.

— Oh, meu Deus, Meg, você não contou a ele?– gargalha.— Eu não acredito!

Olho para Theodor e ele me encarava com nítida confusão nos olhos.

— Meg...– ele balbucia.

Estremeço, sentindo meus olhos arderem e minhas pernas vacilarem.

— Conte a ele, Meg! Conte que logo iremos nos casar!– Fernando continua.

Vejo os olhos de Theodor ficarem vermelhos e meu coração pulsa dolorido.

— Diz que ele está mentindo, Meg!– ele murmura, colocando suas mãos trêmulas em meu rosto.— Por favor, baby!– acaricia minhas bochechas com o polegar.

Uma lágrima cai de meus olhos e eu soluço.

— E-eu s-sinto muito, Theo!– balbucio e ele tira suas mãos de mim rapidamente.— M-me desculpe!

Fecho os olhos com força, sentindo meu coração ser esmagado.

— Theo...

Ele apenas balança a cabeça negativamente e dá passos para trás.

— Theo...– tento me aproximar, mas ele estende a mão, fazendo com que eu pare.

— Fique longe mim!– balbucia, ainda em choque.

Ele coloca as mãos trêmulas nos bolsos da calça e caminha até sua moto, estacionada não muito longe.

Olho para Fernando que ainda ria, colocando um cigarro entre os lábios cortados e ensanguentados.

Mais lágrimas caem por meu rosto e eu não impeço meus pés de correrem em direção a Theodor.

— Theodor, me escuta!– peço quando o alcanço.

Ele ri amargamente.

— Te escutar?– ele se encosta em sua moto e cruza os braços.— Vai me dizer que há mais um segredo que eu precisava saber e você não me contou?– nego com a cabeça, deixando as lágrimas caírem.

— Theo...– ele suspira e sobe na moto.

— O que você realmente queria, Meg? Sexo?– arqueia a sobrancelha e sorri friamente.— Por que se queria só isso, eu teria fodido você como fazia com todas as vadias que levava para minha cama e nunca teria entregado meu coração a você. Você foi um erro, Meg!– suspira.— O mais doloroso erro!

Aperto meus braços contra meu corpo, sentindo a dor e razão de suas palavras me atingirem em cheio. Eu não queria só sexo, eu o amava. Mas ele tinha razão, eu era um erro. Um maldito erro!

— Isso era pra você.– tira de seu bolso uma caixinha aveludada e joga no chão, fazendo um anel prateado sair do mesmo.

Soluço, cobrindo meu rosto com as mãos. Volto a olhar para Theodor, que tinha um olhar perdido, repleto de dor.

— Eu ia te pedir em namoro.– ele sorri dolorosamente.

— Theodor, por favor...– ele estala a língua e liga a moto.

— Mas a última coisa que eu quero para minha vida, senhorita Carter, é ter ao meu lado uma pessoa manipuladora e mentirosa. Então fique longe de mim!– coloca seu capacete.— E principalmente de Estela!

— Theo...

— Melhor entrar, seu noivo deve estar te esperando. Tenha uma boa noite, senhorita Carter! Adeus!– dá partida na moto e acelera, sumindo do meu campo de visão.

Deixo as lágrimas virem e a dor me atinge em cheio. Sinto o meu coração doer, como se estivesse sendo dilacerado.

Me ajoelho no chão e solto um grito angustiante.

Pego a pequena caixinha e o anel prateado jogados no chão. Acaricio lentamente cada detalhe da caixinha e soluço.

Ele tinha razão!

Eu era uma vadia mentirosa!

— Isso foi muito tocante!– Fernando suspira dramaticamente ao meu lado.— Pena que eu tenho que ir embora! Te vejo amanhã, querida!– sorri desdenhoso e anda até um carro preto.

Coloco o anel de volta na caixinha e seco minhas lágrimas.

Ando vacilante até as escadas da saída e subo cada degrau, sentindo meu corpo pesado.

Eu queria morrer!

Chego ao meu apartamento e desabo na cama, deixando as lágrimas molharem o travesseiro.

Em hipótese alguma, eu poderia gritar com Theodor, e dizer o quanto suas palavras me magoaram, pois ele tinha razão. Eu era um erro. Um erro em sua vida. Uma escolha erronia de seu coração.

O que me restava agora, de qualquer maneira, era me casar com Fernando.

Eu só não esqueceria Theodor, já que quando o mesmo acelerou a moto e desapareceu do estacionamento, ele levou meu coração com ele.

Sinto meu celular vibrar dentro da minha jaqueta e meu coração bate esperançoso.

———

Como foi a surpresa?

C.

———

Encaro a mensagem de Cristina e sinto meus olhos arderem. Saio da caixa de mensagens, ignorando sua mensagem – não estragaria a sua noite com os meus problemas – e me deparo com a foto de plano de fundo do meu celular, onde estávamos eu, Estela e Theodor.

Nesse dia, Estela tinha acabado de sair de mais uma sessão de fisioterapia e resolvemos comer algo na lanchonete do hospital, tanto é que na foto, eu segurava o celular, Estela erguia seu sanduíche de queijo e Theodor apenas ria de nossas caretas, enquanto tomava seu café.

Sorrio dolorosamente.

Eu não os veria novamente e só de pensar nisso, uma dor intensa nascia em meu peito.

E eu era única culpada!

Querido TheodorOnde histórias criam vida. Descubra agora