Capítulo 25

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"Eu deveria saber que você era um problema
Desde o primeiro beijo"

GrenadeBruno Mars

Grenade – Bruno Mars

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Meg

Jogo meu cabelo para o lado e fecho a porta do meu apartamento, a trancando em seguida.

Eu estava decidida a falar com meu pai. Eu precisava de mais tempo. Não poderia me casar em um mês.

Eu estava com medo, não nego. Na verdade, eu esta apavorada.

O tempo estava passando tão rápido. Logo Fernando insistiria minha presença em todos os eventos que ele estaria presente e a mídia saberia do nosso noivado e logo em seguida, já estaríamos casados.

Eu precisava de mais tempo para organizar meus pensamentos e principalmente, meus sentimentos.

— Bom dia, senhorita Carter!– Marcus cumprimenta, abrindo as portas de vidro para mim e eu sorrio em agradecimento.— Precisa de um táxi? Posso chamar um para a senhorita.

Nego com a cabeça.

— Não, eu vou andando pela praia. Preciso... Pensar um pouco.– dou de ombros e ele assente, sorrindo.

Me despeço dele e saio do prédio, sentindo o clima quente do Rio contra minha pele.

Espero o sinal do trânsito fechar e caminho apressadamente, até sentir a areia quente e fina da praia em contato com os meus pés.

Logo as lembranças da noite passada invadem minha cabeça, me fazendo soltar um grunhido de frustração.

Não seria fácil esquecê-lo.

Vejo algumas pessoas caminharem distraidamente pela praia e me pergunto, qual seria a situação de cada um.

Talvez a senhora, que andava com um cachorrinho na coleira, estaria preocupada com os filhos, se viriam ou não para o seu aniversário. Ou talvez, o homem que falava ao telefone, tentava convencer a mulher de que divórcio não era a melhor solução. Ou talvez, a garota de cabelos loiros e mechas azuladas, estaria ansiosa para perder sua virgindade com o garoto mais bonito do colégio.

Será que quando as pessoas olhassem para mim, deduziriam que eu sou uma jovem de 24 anos, com um casamento falso marcado para o fim do próximo mês e com o coração batendo apaixonado por um idiota chamado Theodor James, o ex segurança da minha melhor amiga?

Eu esperava que não!

Rio amargamente e estalo a língua.

É quando o vejo.

E ele não estava sozinho. Estava muito bem acompanhado.

Em um quiósque não muito longe de onde eu estava, Beatriz, que estava vestida com um biquíni minúsculo cor de rosa fluorescente, estava com braços ao redor do pescoço de Theodor, que não fazia esforço nenhum para afastá-la.

Então era isso? Ele tinha acabado de sair da minha cama e já estava nos braços de outra mulher? Na verdade, eu não podia esperar menos de Theodor James.

Engulo o nó que se formara em minha garganta e respiro fundo, arrumando a alça da minha bolsa em meu ombro. Meu coração pulsa dolorido, de uma forma que eu nunca sentira antes.

Não posso negar que minha vontade era de agarrar os cabelos loiros de Beatriz e arrastá-la para longe dele, a levando para o mar, que era o lugar dela, que era uma piranha.

Que se dane! Ele não é diferente!

Não demora muito para que os olhos dele se encontrem com os meus. Não conseguiria discernir o que se passou por seus olhos ou a expressão de seu rosto. E mesmo assim, eu não me importava.

Chamo um táxi e quando um deles para a minha frente, entro e não me dou o trabalho de olhar para o casal novamente.

(...)

Adentro a empresa Carter e sinto meu coração acelerar.

Eu ainda estava atônita ao que acontecera alguns minutos atrás.

Eu me odiava por ter desenvolvido sentimentos por ele.

Sem contar que estava ansiosa pela conversa que teria com o meu pai e pedia aos céus para que ele aceitasse meu pedido.

Balanço a cabeça negativamente.

Aperto o botão do elevador e espero pacientemente, até que as portas se abrem revelando um Fernando irritado. Franzo o cenho.

Você precisa ter cuidado, Vinícius.–  só então noto Vinícius Sampaio ao seu lado.

Logo Fernando nota minha presença, e sua expressão furiosa dá lugar à uma debochada.

— Meu amor!– vem em minha direção, pegando meu queixo com força, tomando meus lábios nos seus.

Alguém pigarreia e Fernando se afasta de mim.

— É um prazer revê-la, senhorita Carter.– Vinícius dá um leve beijo em meu rosto.

Sorrio fraco.

— O que veio fazer aqui, querida?– Fernando pergunta, colocando uma mexa de cabelo atrás da minha orelha.

— Nada de importante.– dou de ombros e ele comprime os lábios, irritado.

— Creio que eu possa saber, meu amor.

Nego com a cabeça e ele trava seu maxilar.

— Bom, temos que ir, não é, Fernando?– Vinícius diz e Fernando assente sem tirar os olhos de mim.— Certo, vamos! Até mais, senhorita Carter.

— Até breve, meu amor!– Fernando diz, dando-me um beijo que chegava a ser doloroso por conta da força que juntava nossos lábios.

Respiro fundo e entro no elevador.

(...)

A secretária anuncia minha chegada e não demora muito para que minha entrada seja liberada.

Encho meus pulmões de ar e entro na sala do meu pai, sentindo meu coração descompassado.

— À que devo a honra de sua presença?– diz sem tirar seus olhos do computador e não deixo de sentir seu tom sarcástico.

Engulo em seco e me sento em uma poltrona de couro à sua frente.

— Pai, precisamos conversar!– ele arqueia a sobrancelha e finalmente me olha.

— Diga!– entrelaça seus dedos, os colocando sobre a mesa.

— Eu preciso de mais tempo!– disparo e ele me olha confuso.

— Explique-se!

— Eu sei que faltam apenas um mês e alguns poucos dias para que eu...– sinto o nó se formar em minha garganta.— Me case com Fernando e eu preciso de mais tempo, pelo menos mais um mês até que eu realmente me sinta pronta.

— Meg, eu não posso...– sua expressão de torna impassível.

— Pai...– fecho os olhos com força, tentando deixar o orgulho de lado.— Eu estou... Com medo.– murmuro e sua expressão se suaviza.

— Eu... Vou conversar com Fernando e seu pai.– diz.

— Obrigada!– suspiro.— Bom, eu tenho que ir.– me levanto.— Até, pai!

— Até, Meg!– desvia seus olhos de mim e volta a dar atenção ao seu computador, ainda com o cenho franzido.

Fecho a porta de sua sala e suspiro aliviada.

Eu pedia ao céus que meu pai conseguisse convencer os Albuquerque.

Querido TheodorOnde histórias criam vida. Descubra agora