Capítulo 41

21.4K 2.3K 130
                                    

"Eu te amei o tempo todo
E eu sinto sua falta
Estive tão longe por muito tempo
Eu continuo sonhando que você estará comigo
E você nunca irá embora
Paro de respirar se eu não te ver mais"

Far Away – Nickelback

Far Away – Nickelback

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Meg

Alguns dias depois


Encaro o jardim dos Albuquerque pela janela do quarto, onde a decoração estava sendo feita.

Eu não poderia negar, estava tudo muito bonito. Eram detalhes nas cores azul e branco, com algumas tonalidades de rosa e bege. 

A cerimônia aconteceria daqui à algumas horas e eu já sentia minhas mãos suarem e meu estômago formigar. Mas não de ansiedade e sim de pavor.

Mordo o lábio inferior com força, enquanto vejo Sandra dizer algo aos empregados que organizavam as cadeiras e os vasos de flores.

Eu ainda não estava pronta, aliás preferia me arrumar na casa dos meus pais, mas Fernando insistira para que ficasse em sua casa.

Suspiro pesadamente e olho para o vestido de noiva estendido sobre a cama.

Ele era lindo!

Ouço batidas na porta e murmuro um entre.

— Oi...– ouço a voz de Scarlett e sinto meus olhos arderem.

Corro em sua direção e me jogo em seus braços, a abraçando apertado.

— Como você está?– pergunta acariciando meus cabelos.

— Com... Medo!– balbucio e ela suspira, se afastando minimamente de mim.

— Vai ficar tudo bem!– ela sorri e eu suspiro, me sentando novamente.

Eu não sabia se tudo ficaria bem!

— Ele... Ele virá?– pergunta.

Encolho os ombros.

Eu sabia muito bem de quem ela estava falando. Soube que Fernando havia levado seu convite pessoalmente, pelo próprio Fernando.

— Eu não sei!– murmuro.

Ela encolhe os ombros e anda até a cama, passando os dedos pelos detalhes de renda do vestido branco.

— Bom, pelo menos o vestido é lindo!– diz e eu sorrio fraco, assentindo.

Olho para a janela e vejo Fernando andar pelo jardim trajado em seu habitual terno cinza. Logo seus olhos se encontram com os meus e ele não deixa de me lançar um sorriso vitorioso.

Deus, eu tinha tanto nojo desse homem!

— Meg, eu tenho que ir!– diz e eu suspiro em frustração.

— Não pode ficar? Pode se arrumar aqui se quiser.

Ela nega com a cabeça e passa as mãos pelos cabelos.

— Eu tenho que resolver algumas... Coisas.– dá de ombros e eu respiro fundo.

— Tudo bem!– ela sorri e se aproxima de mim, deixando um beijo em minha testa.

— Até mais! Não vou demorar.– assinto e ela pega sua bolsa, saindo do quarto.

Suspiro e me jogo na poltrona.

Ouço novamente batidas na porta e franzo o cenho quando noto as mesmas serem feitas com força.

Abro a porta e me deparo com minha mãe. Seus olhos estavam vermelhos, assim como seu nariz.

Merda!

— Mãe...

— Por quê não me contaram?– balbucia e eu engulo em seco.

— Eu sinto muito, mãe!– ela soluça e entra no quarto tentando secar seu rosto molhado com as mangas da sua blusa.

— Eu não posso deixar isso acontecer!– se senta na cama, cobrindo seus soluços com a mão.

— Mãe...

— Por quê não me contaram sobre a empresa? Por quê não me contou sobre esse casamento ser apenas um contrato feito por seu pai?– ela exclama.— Meu Deus! Eu não ligo para esse maldito dinheiro.

— Me desculpe!

— Droga, Meg! Eu não ligo para a porra dessa empresa, eu só quero minha família.– suas lágrimas se intensificam.

A alcanço e a tomo em meus braços, a apertando com força.

— Se eu desistir, papai perderá tudo. Tudo que ele construiu.– suspiro.

— Oh, filha... Minha menininha...– choraminga e eu fecho os olhos com força, enquanto sentia suas lágrimas molharem minha blusa florida.

— Vai ficar tudo bem!– murmuro, sentindo as lágrimas virem.

Respiro fundo e beijo o topo de sua cabeça.

— Filha... Eu sinto muito...– soluça.— Eu.. Tenho... Que... Dar... Um... Jeito...– a aperto ainda mais.

A porta é aberta e eu encaro Fernando, que arqueia a sobrancelha quando nota minha mãe em meus braços aos prantos.

— Está tudo bem, senhora Carter?– pergunta debochado e minha mãe funga, se afastando de mim.

— Não!– diz friamente.— É melhor eu ir.– beija minha testa e sai do quarto, sem deixar de esbarrar os seus ombros aos de Fernando.

Ouço a risada de Fernando e meu estômago embrulha, sentindo total repulsa em relação à ele.

— Vejo que sua mãezinha já sabe de tudo.– cruza os braços, se aproximando lentamente.

Engulo em seco, desviando meus olhos dos seus.

— Pode me deixar em paz?– rosno e ele ri.

— Sabe que vou acabar com essa sua marra, não sabe?– se aproxima e acaricia meus cabelos.

Tento me afastar de seu toque, mas ele segura meus cabelos com força.

— Me solta, seu filho da...

— Olha essa sua boca, Meg!– rosna.— Mal posso contar os minutos para finalmente ser minha, Meg. Para te tornar a minha mulher.– fecho os olhos, sentindo suas palavras me atingirem em cheio.

Ele pressiona seus lábios contra os meus e eu bato com força contra seu peito, mas ele não se move.

— Me... Larga!– exclamo, quando consigo me afastar.

Limpo meus lábios e ele me olha com fúria.

— Eu vou dar um jeito em você! – rosna, andando até a porta, colocando um cigarro entre os lábios.— Pode esperar por isso. Vou lhe mostrar o seu lugar.

Sinto meus olhos arderem e desvio meus olhos para a janela, quando ele fecha a porta.

Solto um suspiro sôfrego e deixo as lágrimas virem.

Eu precisava ser forte. Eu assinei o contrato, aceitei tudo isso, então tinha que aguentar as consequências.

Mesmo que elas me machucassem.

Querido TheodorOnde histórias criam vida. Descubra agora