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A aula estava a correr normalmente, uma seca do tamanho do deserto do Saara. Quando eu disse que não queria ter aulas com "aquela Cascavel" é porque ela se chama mesmo Cascavel, Celina Cascavel. Não é má como pessoa, (pelos menos eu não tenho nada a dizer, já que não pretendo falar com ela fora da sala de aula) mas uma péssima professora, ou a matéria de física simplesmente não me atrai.

Eu e o Sam tentávamos estar atentos ao que a Cascavel dizia, quando bateram à porta. Fizemos uma reza de agradecimento a todos os Santos por aquela mínima pausa da voz extremamente enjoada da professora.

Todos olhávamos para a porta, na espetativa de ser alguém a dizer que podias ir embora, claro que eu já tinha perdido essa esperança. Mas fiquei realmente espantada quando o professor gatão adentrou na sala.

- Desculpe por estar a incomodar a sua aula – ele disse á Cascavel, que quase derreteu ali mesmo.

Ok, ela não esboçou nenhuma reação anormal que os meus olhos captassem, mas podia apostar que os seus pensamentos estavam cheios de ideias perversas.

- Não te mal – ela falou com aquela foz enjoada.

- Então meninos – desta vez foi para nós – trago-vos aqui uma ficha que me esqueci de vos entregar. Iremos resolve-la na próxima aula, mas quem quiser começar em casa está á vontade – ele falou enquanto distribuía a tal ficha.

Foi impossível não acompanhar os seus passos com o olhar. Aquelas pernas bem-feitas e definidas, aquelas costas largas, aquela bunda gostosa, aquele andar firme e intimidador, que esbanjava confiança e imponência. Como se dissesse: "aqui, mando eu!".

E quando ele estava de frente! Aquele rosto bem desenhado com traços acentuados, aquela barba rala que dava vontade de passar a mão, aqueles cabelos claros e meio encaracolados ... Virgem Santíssima! Aquele pacote totalmente comprimido e visível naquelas calças justas.

Comecei a sentir-me meio desconfortável e as minhas bochechas coraram ao me aperceber dos meus pensamentos. Desde quando eu olho para as partes baixas de um professor e ainda desejo vê-las ao vivo? Desde que tiveste um professor extremamente gato – a minha consciência respondeu por mim.

Verdade, nunca tinha tido um professor tão incrivelmente tentador como ele. Tudo nele esbanja sexualidade.

Finalmente ele passou pela minha mesa e me entregou a ficha, esbarrando a sua mão na minha. Para que conste foi totalmente sem querer, eu ia a pegar na folha e ele a pousa-la na mesa, e Bum!, aquela corrente de energia passou por todo o meu corpo, fazendo o meu coração bater freneticamente, e alojando-se no meio das minhas pernas. Tive que as cruzar para ver se aliviava alguma coisa.

Ao olhar para o meu caderno, cheio de joguinhos do galo, o professor Lourenço fez uma careta de reprovação, que eu quis responder com o dedo do meio.

O caderno é meu, a disciplina não é dele e eu faço que quiser e o que bem entender!

Ao sair de perto de mim deixou resquícios do seu perfume extremamente másculo.

- Parece ser fácil – o Sam falou ao meu lado. Mas eu não entendi do que ele estava a falar, olhando-o com uma expressão de interrogação. – A ficha, parece ser fácil.

- Ah, sim! – exclamei acordando do meu mundo, que não era meu, mas de outra Maria Gabi qualquer. Ainda nem sequer tinha olhado para a ficha. – Pois parece.

O professor saiu da sala, deixando as meninas a suspirar e os meninos cheios de inveja por não serem como ele. E eu? Fiquei com um latejar horrível no meio das minhas pernas e com a mão a formigar onde ele me tinha tocado.

[concluída] Submersa pelo Desejo | Série Desejo - I |Onde histórias criam vida. Descubra agora