#17

16.5K 1K 157
                                    


Ele encostou-me á bancada, para posteriormente me sentar na mesma, acomodando-se entre as minhas pernas. Beijei-lhe o queixo e depois dei-lhe uma lambidela no pescoço. O Lourenço apalpava os meus peitos, por baixo da camisola, enquanto soltava gemidos motivadores.

- Tio Lourenço! Tio Lourenço, viste a Dolly? – a Margarida entrou na cozinha afobada.

Eu e o Lourenço separamo-nos rapidamente, como se o outro estivesse a pegar fogo.

Desci da bancada e ajeitei os cabelos, assim como a camisola.

- Porque é que a Gabi estava aí sentada? A mãe diz que é feio estar sentada na bancada, mas no outro dia também a vi sentada lá...

Mordi o lábio com força para não rir. E nem me atrevi a olhar para o Lourenço, se não aí é que me partiria a rir. Ai, o que faz a inocência...

- Quem é a Dolly? – perguntei para desconversar.

- É a minha tartaruga. Mas ela não está no aquário.

- Não sei – o Lourenço respondeu, dando mais atenção ás panelas. – A última vez que a vi foi quando lhe fomos dar comida.

- Isso que dizer que anda por aí uma tartaruga e nós podemos pisa-la a qualquer momento...?

- Mais ao menos isso – a Margarida falou tristemente. – E se ela fugiu?

- Impossível – o Lourenço disse. – As janelas estão todas fechadas e se tivesse saído pela porta, nós teríamos visto. Mão te preocupes, Megui, ela quando tiver fome volta.

- Tá bem – ela deu de ombros e voltou para a sala.

- Precisas de ajuda? – perguntei.

- Se quiseres por a mesa...

- Ok, só precisas de me dizer onde estão as coisas.

Ele disse-me onde encontrar tudo, pratos, copos, talheres... e quando a mesa ficou pronta, perguntou-me se queria vinho.

- Pode ser.

Ele deu-me um sorriso e serviu-me um pouco de vinho. Sorri-lhe de volta e depois beberiquei o vinho.

Ficamos a encararmo-nos por um tempo.

- Então, e o que vai sair daí de dentro? – perguntei apontando com o queixo para as panelas.

- Risotto de frango – ele respondeu com orgulho de si mesmo.

- Humm... parece delicioso.

O Lourenço esboçou um sorriso malicioso.

E de repente ouviu-se aquela música nas alturas, que me fez saltar de susto, literalmente.

Don't let them in, don't let them see

Be the good girl you always have to be

Conceal, don't feel

Don't let them know

Well, now they know

- Meu Deus, que susto! – sussurrei com uma risada nervosa. – A Megui quer-me matar.

- Relaxa, Gabi. É só uma música.

Lancei-lhe um olhar assassínio e nem me dignei a responder-lhe. Fechei a minha mão e fingi que era um microfone, acompanhando a Megui, que por acaso tinha acabado de entrar na cozinha.

Let it go, let it go

Can't hold it back anymore

Let it go, let it go

[concluída] Submersa pelo Desejo | Série Desejo - I |Onde histórias criam vida. Descubra agora