#34

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O despertador tocou fazendo soltar um grunhido de desgosto. Os braços do Lourenço rodeavam, o meu corpo e as suas pernas abraçavam as minhas.

- Sinto que poderia dormir para sempre – ele falou com a sua voz rouca.

- Sinto desiludir, docinho, mas os teus cinco minutos de desconto já passaram.

- Foda-se – ele disse melancolicamente, voltando a fechar os olhos.

Fiz o mesmo, por muito que não quisesse, foi mais forte que eu. Estava tão bem ali nos braços do Lourenço que voltei a cair no sono.

- Merda! – praguejei desenvencilhando-me do corpo do Lourenço e levantando o mais rápido que pude. Tão rápido que senti tudo andar à roda por momentos.

Se não me tivesse segurado à cómoda do quarto, acho que teria caído redonda no chão...

- Wow – falei dando uma risada nervosa enquanto tudo girava.

- Ei, está tudo bem? – em menos de meio segundo o Lourenço já estava ao meu lado, segurando-me.

- Não te preocupes, foi só por me ter levantado demasiado rápido – assegurei.

Ele assentiu desconfiado, sabendo que não valia a pena insistir. Dei-lhe um beijo na bochecha e corri para a casa-de-banho, para tomar um duche rápido. Sinto que se estivesse ficado lá, teríamos terminado novamente na cama, e já estávamos atrasados quase meia hora.

Sei que o Lourenço foi tomar banho à casa de banho do andar de cima, pois quando voltei ao quarto ele estava a vestir-se, com o cabelo meio encaracolado molhado. O cheiro a champô masculino impregnava no o ar e eu achei aquilo divinamente excitante.

- Que pena estarmos atrasados... - murmurei apreciando a sua bunda modelada pelos jeans claros que ele vestia.

Ele apertava a camisa, escondendo o seu tórax definido, mas eu só queria que ele a estivesse a despir...

Sentei-me na borda da cama, demasiado enfeitiçada, vendo o seu reflexo no grande espelho que tinha no meu quarto. O sorriso que ele deu perante a minha frase deixou-me sem ar e louca pelo Lourenção.

Ele caminhou até mim e ficou entre as minhas pernas, agarrou no meu rosto, com uma mão de cada lado e beijou-me com volúpia.

- Assim levas-me à ruína... - ele murmurou unindo as nossas testas. Voltei a beijá-lo, não aguentando a proximidade a que estávamos. – Estamos atrasados, Gabi!

Ele separou-se de mim, deixando-me meio desnorteada. Deus, eu só podia estar louca!

Levantei-me e vesti-me à velocidade da luz. Umas calças justas e uma camisola simples e cinza. Nos pés calcei os meus All Star pretos. Penteei apressadamente os meus longos cabelos e desci para a cozinha, onde me esperava uma caneca de café e biscoitos do Zuzu.

- Sabes, estou a pensar seriamente em raptar-te pelo resto do dia. Fechar-te aqui em casa e foder-te em todas as posições...

- Puta merda! – praguejei engasgando-me com o café. Ao ouvir aquelas palavras senti todo o meu corpo se arrepiar. A minha vagina começou logo a soltar libidos e a minha respiração ficou ofegante. – Não tás a ajudar em nada, Lourenço! – reclamei.

- Tu é que não estás a ajudar com essa porra de calças! Vou passar o dia todo a pensar em tirar-tas...

- Não podes fazer isso... - murmurei sem forças para mais, sentido o hálito do Lourenço contra os meus lábios. – Estamos atrasados, lembras-te? – perguntei retoricamente, desejando ardentemente que ele me beijasse de uma vez, me deitasse naquela mesa e me fizesse sua!

[concluída] Submersa pelo Desejo | Série Desejo - I |Onde histórias criam vida. Descubra agora