#45 - último

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- Deixa-me levar-te na mesma! – o Lourenço insistiu.

- Não precisas, eu tenho o meu próprio carro... - tentei não levantar a voz, mas insistência do Lourenço já me estava a enervar.

- E qual é o problema? Posso levar-te na mesma!

- Chega, Lourenço! Não quero que me leves mais, sou maior e vacinada e posso muito bem ir sozinha!

Eu e o Lourenço estávamos em fim com tudo acertado. Há três anos que morávamos juntos e eu amava aquilo do fundo do coração. Claro que de vez em quando tínhamos as nossas desavenças, mas nada que não se resolvesses. Eu amava o Loureço e disso eu não tinha qualquer dúvida! Ele fazia-me sentir especial, única, amada. Fazia-me sentir perfeita, fazia-me sentir fantástica!

A nossa vida estava perfeita, apesar do caso de tentativa de violação se ter estendido por demasiado tempo. O Ruben fora preso por dois anos e o Lourenço teve de pagar uma indeminização por agressão (senti que o meu pai não fez de tudo para livrar o Lourenço dessa multa).

- Vá lá! – ele implorou.

Apaguei o meu candeeiro e deitei-me na cama.

- Já disse que não! Não preciso que me leves, já tenho o meu próprio carro e pretendi usá-lo! – falei deixando o meu corpo destapado apenas até à minha boca.

- Então está bem! Se não precisas que eu te leve à Universidade, também não precisas que eu durma contigo! – ele esbracejou saindo da cama e levando a almofada com ele.

O seu corpo estava coberto apenas com uma cueca boxer e eu salivei ao ver o seu peitoral despido. Um desperdício não ter aquele corpo a aquecer-me naquela noite. Mas não ia dar o braço a torcer apenas por um capricho.

Ele saiu do quarto, voltado segundos depois para arrancar a coberta da cama, deixando o meu corpo coberto apenas com o cobertor.

Ri da sua infantilidade, mas relevei. Estava cansada e precisava mesmo de dormir!

***

- Acorda, dorminhoca – o Lourenço sussurrou ao meu ouvido, mordendo o meu lóbulo.

Gemi ao sentir a mão dele passar pela minha coxa e alojar-se nas minhas nádegas. Ele passou a língua pela minha pele das coxas e mordeu levemente.

- Pensei que tivesses dormido no sofá... - falei de olhos fechados, apreciando a carícia do Lourenço e reprimindo outro gemido.

- E dormi, uns cinco minutos. Mas não consegui dormir mais porque não estava ao pé de ti...

Eu tinha sentido o Lourenço, a meio da noite, voltar para o quarto e deitar-se a meu lado, puxando o meu corpo para junto do seu. Esbocei um sorriso convencido, que foi desfeito pelos lábios do Lourenço sobre os meus.

- E tive esperanças de teres reconsiderado a tua decisão.

- Sai, Lourenço! – empurrei o Lourenço para o lado e encarei-o seriamente. – Eu já disse que vou sozinha! Porra, preciso na minha autonomia!

Levantei-me da cama chateada e procurei o meu telemóvel com o olhar. Precisava de saber as horas.

- A merda do meu telemóvel? – perguntei irritada.

- Deixaste-o na cozinha, descarregado.

- Foda-se! – praguejei. – Diz-me as horas.

- Estás dez minutos atrasada – ele disse emburrado. Pensei na ideia de desfazer as trombas do Lourenço com um beijo, mas estava atrasa!

[concluída] Submersa pelo Desejo | Série Desejo - I |Onde histórias criam vida. Descubra agora