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 Não revisei como deve ser, por isso perdoem-me qualquer erro.  

Primeiro, encontrar o professor Lourenço Gostosão no elevador, logo de manhã é algo que deixa qualquer uma, ou um, louquinha ou louquinho. Para não dizer com um tesão do tamanho do mundo. Receber boleia dele ainda é melhor. Mas ouvi-lo chamar a tua irmã de "meu bem" deixa-te logo com os nervos em franja.

Meu bem? Que merda foi aquela? E a vaca da Sónia Catarina a atirasse descaradamente para cima dele! Sair com ele? Se eu sonho se quer com isso arranco-lhe os cabelinhos todos. Quero lá eu saber se ela seja minha irmã ou não! Se eu não posso ter, nem uma amostrinha do Lourenço Júnior, ela também não pode ter! Fim de discussão!

Quem teve que aturar o meu mau humor foi mesmo o Sam, aquele também anda que nem uma borboleta. Uma loira qualquer meteu conversa com ele pelo facebook e ele agora não larga o telemóvel. O mais estranho é que ela anda lá na escola, e eles não se falam pessoalmente. Ai, como anda este mundo!

Sinceramente, ele não me aturou nada, nem sequer ouviu os meus lamentos sem sentido. Ainda o tentei convencer a ir ter com a miúda, mas ele não quis.

- Para de ser chata, Gabi! É complicado.

- É complicado – imitei-o com uma voz forçadamente grossas. – Para de ser casmurro! O que é complicado? Devias era aproveitar o facto de poderem ficar juntos.

Sim, sentia-me muito ofendida. Eles podiam estar juntos e não estavam, e eu, que queria apenas um encostar de mão, não podia ter. Vida miserável!

- Mas ela tem medo do que as amigas vão achar.

- Deixa-me rir, Sam. Isso é pura infantilidade. És quase um adulto, e ainda te andas a submeter a alguém que não quer estar contigo porque tem medo do que as amigas pensam?

- Para de ser má! Eu compreendo-a – ele fez uma voz de coitado, apenas para encerrar o assunto, o que resultou.

- Tu é que sabes. Depois não me venhas chorar só porque a Loira nunca mais se quer encontrar contigo.

- Isso tudo é o que? Recalque por não teres ninguém?

- Samuel Dutra, tu não me irrites, porque se não bato-te com a muleta!

Recalque, até parece! Eu a querer ajudá-lo e ele a dizer que tenho recalque. Pobre e mal-agradecido.

Ele apenas riu, gozando com a minha cara de frustrada. E ele nem sabia porque é que era. Se soubesse que o meu corpo todo se arrepiava sempre que ouvia apenas a menção ao professor de matemática... aí é que ele se riria a valar!

Estávamos a caminhar, muito lentamente, pelo corredor, em direção á sala de matemática. A minha vontade era de me enfiar num buraco e nunca mais sair. Ou então depená-lo por apenas cogitar a ideia de sair com a minha irmã.

Chegamos à sala e sentamo-nos nos nossos devidos lugares. O meu coração batia que nem um louco no meu peito, e a minha respiração estava acelerada. As minhas mãos tremiam ligeiramente e a perna boa não parava de abanar.

Respirei fundo ao ouvir o toque. Sentia-me ligeiramente nervosa, eu acho que era esse o sentimento. Não sabia como reagir depois de saber que o meu professore de matemática era o grande amigo do meu irmão, inclusive que tinha ficado com o Bruce. E para piorar tudo era sócio do Miguel Duarte.

Ele entrou na sala e eu prendi a respiração ao o ver. Nunca me fartaria de o olhar. Hoje vinha especialmente belo, com uma calça caqui azul escura e uma camisa de um azul tão claro que era quase branca. Nos pés calçava umas sapatilhas.

[concluída] Submersa pelo Desejo | Série Desejo - I |Onde histórias criam vida. Descubra agora