Depois que o treino acabou fui para casa com o Sam, como combinado. A meio do caminho começou a chover. Como eu ia direta para casa não mudei de roupa sequer. Estava de calções, em pleno Fevereiro.
As poucas pessoas pelas quais passamos, olhavam-me como se eu fosse louca. Talvez até fosse um pouquinho, mas a culpa não era minha, mas dos genes.
Tivemos que correr para não chegarmos a casa a pingar, o que não aconteceu. Da minha casa até à do Sam era apenas um saltinho. Sim, essa era uma das razões da nossa amizade.
- Queres entrar? Podemos estudar junto. Juro que a minha mãe não está em casa!
Ele riu, mas recusou, dizendo que tinha mesmo de ir para casa.
Quando a minha mãe vê o Samuel em nossa casa passa a vida a fazer perguntas constrangedoras. Na sua cabeça eu e ele somos namorados, ou então vamos ser, por isso ela tem que saber o máximo sobre o futuro genro.
É humilhante. Até eu fico envergonhada com as perguntas que ela faz. Para não falar que está sempre a ir ao meu quarto, com milhares de desculpas.
O Sam diz que até é engraçado, mas eu não acho piada nenhuma! Só agradeço quando ela nos vai lá levar comida.
Antes de fazer fosse lá o que fosse tomei um banho bem quentinho e vesti o pijama.
A casa estava incrivelmente vazia, e silenciosa, e aquilo era tão bom! Sem os choramingo da minha mãe, sem as cantorias desafinadas, os xingamentos nem os barulhos altamente estranhos da Caty e sem os resmungos do meu pai, por causa das notícias.
A paz era tão boa.
Fui até à cozinha e peguei no pote dos biscoitos e levei-o para o meu quarto, onde peguei nos livros e comecei a estudar enquanto comia. Assim que peguei na ficha de matemática vi-me perdida num mundo de lembranças.
Quem é que teve a ideia de meter um deus como professor de matemática? Deveria ser proibido, assim as médias vão descer a níveis nunca visto!
Lembrei-me da sua mão tocar a minha, daquela bunda bem moldada, daqueles braços fortes e firmes, dos lábios loucamente apetecíveis, daqueles olhos hipnotizantes, daquele maxilar que dava vontade morder... Deus!
Um calor inundou todo o meu corpo, deixando a minha pele febril.
Só de imaginar aquelas mãos grandes percorrerem todo o meu corpo, os seus lábios beijarem os meus...
Fui arrancada violentamente do meu mundo de imaginação pelo toque do meu telemóvel. Bufei violentamente e atendi.
- Tou?
- Maria?
- Não, Caty, tu ligaste para o número dela, mas quem atendeu foi o Espanhol! – resmunguei.
- Ei, quanto mau humor! Isso tudo é falta de sexo? – ela perguntou com uma risadinha. – Ok, isso também não interessa. Eu estou bem e não durmo em casa, só para o caso de os pais perguntarem. Agora, Mariazita, vê se aproveitas a casa vazia por mais duas horas!
- Tchau Catrina! – falei desligando logo de seguida.
Nem quero saber onde ela vai ficar! Mas mais vale infernizar outra pessoa qualquer e não eu. Se ele tivesse vindo para casa, o mais provável era voltar a discutir com a minha mãe. Portanto, até é melhor assim.
Fiz a ficha de matemática, à exceção de um exercício que me dava um valor totalmente estúpido e impossível. Acabei por adormecer pouco tempo depois, com os fones nos ouvidos.
Bem, nem vos vou contar o meu sonho. Mas posso vos dizer que envolvia o professor Lourenço e seu amiguinho de baixo. Como eu queria que aquilo tivesse sido real...
Saí da cama totalmente frustrada e fui para a sala, ver televisão. O meu pai estava sentado no sofá da sala, enquanto a minha mãe preparava o jantar.
- Olá – dei um beijo no rosto do meu pai, que me sorriu.
Depois fui até à cozinha e dei um beijo à minha mãe. Sentando-me numa cadeira, em seguida.
- A Catarina disse que não dorme em casa – informei a minha mãe.
- Vai andar por aí a vadiar, é? Mas ela é que sabe, só não me apareça é grávida em casa – a minha mãe falou.
Deu vontade de rir. A Caty grávida? Só quando o inferno cair. Aquela miúda tem mais medo de bebés do que eu de cães. E não estou a ser irónica nem nada do género! Eu morro de medo de cães, prefiro mil vezes um gatinho... chamado Lourenço.
- Precisas de ajuda? – perguntei para me distrair dos meus pensamentos completamente estúpidos.
- Põe a mesa – ela respondeu.
Fui buscar os pratos, os talheres e os guardanapos e distribui-os por três lugares. Depois fui buscar os copos e a jarra da água. Mas faltava algo, não faltava?
- Falta a toalha, Maria Gabi – a minha mãe disse com um tom recriminador.
Ora, aí estava o que faltava! Agora, tinha de tirar tudo, para estender a toalha sobre a mesa, e voltar a por o restante das coisas. Que merda!!
Mas fi-lo sem mais demoras, e logo estávamos a jantar um belo frango assado com arroz.
Pouco falamos durante a refeição. Claro que eu falei do professor novo, mas apenas por alto. Se entrasse em mínimos detalhes, dizendo o que ele me disse, retirar-me-iam de imediato o titulo de melhor filha do ano. O que não poderia acontecer, pois queria muito que os meus pais me dessem um carro.
Antes de me deitar, deixei tudo pronto para o dia seguinte, e dei graças a Deus por a minha primeira aula não ser matemática. Porque então, o professor Lourenço Gostosão teria um mini enfarte com o meu atraso.
*****
Olá minha amorinhas!!🍇🍇(sei que são uvas, mas não encontro o emoji de amoras)
Espero que esteja tudo bem com vocês!!
Mais um capítulo para vocês!! Não se esqueçam de votar, se gostaram, e votar, se possível.
O próximo será quinta, ok?
Amo muito vocês!!💜💜💜
Até breve.
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[concluída] Submersa pelo Desejo | Série Desejo - I |
Romance+18||Contém conteúdo considerado adulto. Personagens e acontecimentos são inteiramente da minha responsabilidade. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência. ***** Já toda a gente teve aquela paixãozinha por um professor, certo? Aqu...