Já era julho e o calor fazia-se sentir. O calor e as saudades do Lourenço. E as saudades conseguem ser bastante terríveis. Esmagam-nos por dentro e fazem-nos chorar sem motivo. E mesmo que eu quisesse, não conseguia deixar de ter saudades dele. E aquilo tudo era uma grande merda!
Porque é que temos de amar uma pessoa que não está presente na nossa vida? Que nos abandonou? – era a pergunta que me fazia constantemente.
A noite daquele dia prometia uma lua cheia, céu limpo e temperaturas amenas. Uma noite perfeita, dadas as circunstâncias.
Vesti o meu vestido bordô e calcei os meus saltos pretos. A minha maquilhagem estava perfeita, uma verdadeira obra de arte da minha mãe, que escondia as minhas olheiras e papos de baixo dos olhos, as imperfeições da minha pele e até me dava um ar mais... sexy?
Ainda não era completamente noite quando o Sam buzinou à porta de minha casa. Mas a luz começava a esconder-se, dando lugar às estrelas e ao brilho da lua. E nada fazias sentido naquele momento. Sentia-me incompleta, incapaz de continuar em frente sem relembrar constantemente do sorriso do Lourenço, ou do seu olhar provocador, ou da sua gargalhada, ou das suas promessas... as promessas não cumpridas doíam mais, martelavam constantemente na minha cabeça e faziam os meus olhos transbordarem de lágrimas.
Eu tinha de pensar em mim e no meu futuro, mas havia alturas mesmo difíceis.
Suspirei pesadamente ao me sentar ao lado do Sam.
- Quando fizeres o discurso, eu posso trazer-te logo para casa – ele sugeriu fitando-me.
- Não precisas, Sam. Não te quero estragar a noite, por isso, se eu parecer um morto-vivo, apenas diverte-te!
Ele deu uma risada nasalada.
- Não me vou consegui divertir sabendo que a minha melhor amiga está um caco... - ele lançou-me um olhar sugestivo. – A sério Gabi! Precisas urgentemente de esquecer e seguir em frente. Mais que eu, és tu quem precisas de se divertir e descontrair de um ano bastante puxado.
- O último ano! – lancei as mãos ao ar e abanei-as, numa forma ridícula de comemorar.
Ele voltou a olhar em frente e conduziu em direção à escola. Estacionou atrás da mesma, fazendo com que tivéssemos de andar um pouco até ao ginásio, onde seria o baile. O mesmo estava cheio de cadeiras e numa das laterais tinha um palco improvisado. Uma das paredes estava cheio de mesas, onde estavam alguns aperitivos. Depois dos discursos alguém se encarregaria de retirar as cadeiras, colocando-as num canto (o que era feito por quase todos os presentes), abrindo assim a pista de dança e a mesa dos aperitivos e bebidas.
Nessa altura, a maior parte dos professores ia embora, deixando-nos à nossa sorte.
A Marta e a Sofia já tinham chegado e acenaram-nos quando nos viram. Caminhamos na direção delas e sentamo-nos ao seu lado.
- Boa noite! – a Marta saudou com um entusiasmo demasiado grande. – Estou pronta para aproveitar a última noite neste Liceu! Adeus escola, adeus professores, bem-vinda liberdade!
Ela bateu palminhas e gargalhou.
- Hum... Marta, quantos já bebeste? – o Sam perguntou.
- Não bebi nada, lindinho. Mas quando entrei vi uns lá fora a combinar que batizariam os sumos!
- Meu Deus, a menina Marta está a revelar-se! – o Sam debochou. – Só não te esqueces que isto vai estar cheio de adultos responsáveis.
- Por algum motivo existem os cantos da escola! – ela contra-argumentou.
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[concluída] Submersa pelo Desejo | Série Desejo - I |
Romance+18||Contém conteúdo considerado adulto. Personagens e acontecimentos são inteiramente da minha responsabilidade. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência. ***** Já toda a gente teve aquela paixãozinha por um professor, certo? Aqu...