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Tenho uma outra história para vocês!! Chama-se "Meu querido Desconhecido" e conta a história de Paloma Matias e Diogo Meireles. Promete muito humor e capítulos bem ferventes!!

Já está disponível no meu perfil e o link está em link externo e nos comentários!


*****

- Olá, meu amor! – atendi o telemóvel e vi a Gabi apertar a camisa.

Não estava muito atento ao que a Margarida dizia, mas era algo como ir a casa dela ou assim.

- Porque não vens tu até minha casa?

Ela não respondia.

- Megui, meu amor – chamei-a.

Vi a Maria Gabi sair do meu carro e caminhar, com as muletas, para longe. Não sabia o que pensar, não sabia se dizia alguma coisa. A minha cabeça estava uma confusão, e a minha consciência pesada.

Não deveria ter feito aquilo. Não a deveria ter beijado, nem abraçado, nem desejado. A Maria Gabi deveria ser uma aluna como outra. Mas era, não era?

Não, não era! E saber disso matava-me. Saber que ela não era como as outras, que por algum motivo eu a desejava mais que as outras, tanto alunas como mulheres no geral, que eu a queria mais que a outra qualquer.

Eu deveria fazer alguma coisa contra isto, mas para pirar tudo fui beijá-la e apalpá-la. Que burro! Eu deveria manter-me longe dela e não fazer com que ela se aproximasse de mim.

- Lourenço?

- Oi.

- Eu já te disse para não convidares a minha filha para ir a tua casa sem antes falares comigo – a Micaela deu-me bronca.

- Ok, eu assumo a minha culpa.

- Agora ela não se vai calar até eu a deixar ir – ela resmungou.

- Então deixa-a vir. Eu vou aí busca-la.

- Meu Deus, eu ás vezes penso que a minha filha gosta mais de ti do que de mim.

- E não gosta? – perguntei com uma risada.

Ouvia a Megui dizer qualquer coisa à minha irmã.

- Tá bem, podes vir busca-la, mas só porque amanhã é fim de semana.

- Claro que sim, maninha. Eu sei muito bem porque te queres ver livre da tua filha...

- Olha aqui, tem respeitinho que eu ainda sou mais velha que tu!

Ri-me da minha irmã, e logo desliguei o telemóvel para poder ir buscar a minha sobrinha preferida.

Aquela menina adora-me. Acho que gosta mais de mim do que dos próprios pais. Mas mesmo assim, acho que perdemos todos para o Bruce. Ela é doida por aquele cão, mais que o próprio Miguel.

Cheguei à grande e linda vivenda da Micaela e dei uma apitadela. A Megui apareceu à porta, seguida da mãe.

- Tio! – ela gritou e correu na minha direção. Atirou-se para os meus braços e deu-me um mega abraço.

A Micaela deu-me uma mala que continha roupas e outras coisas da Margarida.

- Podes trazê-la só no Domingo à noite – a Micaela deu um sorriso angelical.

A Margarida bateu palminhas. Deu um beijo à mãe e entrou no carro, que já tinha a cadeirinha no banco.

- Eu depois cobro o favor – dei uma piscadela à Micaela. – Ah, e vou fazer questão, juntamente com o Miguel, de falar muito mal do teu marido.

- Eu que saiba que andam a ensinar asneiras à minha filha! – ela berrou.

Dei uma gargalhada e entrei no carro dando partida.

Passo a explicar: eu, o Miguel Duarte e o Diego, marido da minha irmã, éramos todos da mesma turma. Desde esses tempos que somos amigos. Somos quase irmãos!

- Não deverias estar na escola a esta hora, princesa?

- Sim. Mas, a "porssora" ...

- Professora – corrigi.

- Sim, a professora faltou e então eles telefonaram aos nossos pais para ver se podiam ir nos buscar. Alguns meninos tiveram que ficar lá porque os pais deles estavam a trabalhar, mas a mãe hoje estava de folga, por isso pode ir buscar-me À escola – a Megui falou sem parar.

- Ah, tá bem.

- Sabias que no final do ano vamos fazer uma pecinha de teatro? – ela perguntou, mas nem foi preciso eu responder. – Vamos fazer uma, e já estamos a ensaiar. Eu vou ser a fadinha azul. Ela é muito bonita, e o vestido dela brilha muito! – a Margarida disse toda entusiasmada. – Quero que vás ver.

- Sim, claro que vou! Em que dia é?

Ainda faltava muito para o final do ano. Cerca de três meses.

- Ainda não sei – ela fez uma carinha triste. – Mas quando souber eu digo. Também vou convidar o Miguel. E vou vos guardar um lugar especial na primeira fila.

Chegamos a minha casa e pousamos tudo no quarto da Megui. Sinceramente, nem sei porque é que a Micaela me deu uma mala com roupa da Margarida. Ela já deve ter aqui metade do seu roupeiro. Para não falar das bonecas, dos livros...

- Tio, podemos ir ver o Bruce?

Quase tive um ataque qualquer ao ouvir as palavras da minha sobrinha. Onde estava o cão? Eu lembro-me perfeitamente que ele hoje de manhã estava em casa. E quando saí ele tinha ainda cá estava!

Peguei no telemóvel e liguei ao Miguel, só na terceira tentativa é que ele atendeu.

- Sua putinha, custa muito atenderes o telemóvel à primeira? – perguntei furioso.

- Que queres?

- O teu cão fugiu – decidi despejar logo a bomba de uma vez.

Ele começou a rir. Sim, a rir, rir muito.

- És mesmo um merda! – ele só ria, e isso já me estava a irritar. – O Bruce está comigo.

- Como é que tu entraste aqui?

- Deste-me uma chave, lembra-te?

Não, eu não me lembrava. Caralho, eu já nem sei o que faço! A culpa é toda da Maria Gabi, toda dela! Se ela tivesse ficado quietinha no canto dela e não nos meus pensamentos, nada disto acontecia.

- Ok – suspirei pesadamente. – A Megui está comigo, vou passar aí em casa.

- Admite que a tua sobrinha gosta mais de mim do que de ti!

- Vai pro caralho! Ela gosta é do cão e não da tua cara feia.

- Até já, Lourencinho!

A Margarida estava sentada no sofá, a assistir aos desenhos animado.

- O Miguel está em casa? – ela perguntou com a sua voz de criança.

-Sim. Vamos lá agora?

- SIM! – ela levantou-se muito depressa do sofá e bateu palminhas.

O melhor nem era ver a cara feia do Miguel Duarte, mas a linda cara da sua nova inquilina...

[concluída] Submersa pelo Desejo | Série Desejo - I |Onde histórias criam vida. Descubra agora