#15

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Não falemos da minha infantilidade, por favor!

Mal a Megui disse que queria ir ver "Vaiana", foi impossível negar o seu pedido. Prometi-lhe que o veríamos juntas, só não disse que seria mesmo naquele dia. Eu queria tanto vê-lo, nem imaginam! Só não tinha era encontrado companhia, porque convenhamos, ver um filme infantil sozinha é super constrangedor. Ainda mais com o meu tamanhão todo.

Estava mesmo a imaginar, a sala de cinema cheia de crianças e eu ali no meio, completamente deslocada.

O Lourenço não teve como negar a ida ao cinema. Sim, a Margarida consegue ser bastante convincente.

Eles foram para o apartamento dele. Tínhamos combinado que ás três e meia passaria por lá. E assim foi.

Tomei um banho, vesti uma roupa descontraída, sequei os cabelos e ainda passei uma maquilhagem leve. Peguei numa malinha e pus lá os meus pertence, depois desci e fui bater no apartamento do Lourenção Gostosão.

Ai, ai, sempre que me lembro da noite passada, quase me dão os cheliques, doida para que tudo se repita.

Vocês também ficariam assim se tivessem tido uma noite como a minha. Do fundo do coração, espero que tenham, pelo menos uma vez na vida, só não quero que seja com o meu Lourenção Gostosão! De resto, aproveitem a vida.

O pior de tudo foi aquele sentimento. Aquele sentimento que toda a gente conhece. Nunca tive medo de me apaixonar, mas neste caso é diferente. Ele é meu professor e isto é proibido.

Seria muito triste se me apaixonasse a sério pelo Lourenço. Primeiro, provavelmente o sentimento não seria retribuído e segundo, não estou preparada para me apaixonar por alguém que não posso. Serio o fim para mim. Morreria por dentro.

O Lourenço abriu-me a porta, gato como sempre. Com umas calças de ganga e uma camisola, nos pés umas sapatilhas.

Sorri-lhe, e ele ajudou-me a entrar e a sentar no sofá. Merda de moletas! Ele sentou-se ao meu lado e encarou-me, com os seus grandes olhos azulados, como se fosse dizer alguma coisa, mas se esquecera.

- Gabi! – A Megui entrou na sala a correr e saltou para o meu colo.

O apartamento do Lourenço era muito parecido com o do Duarte, mesmo na decoração.

- Já podemos ir – ela disse com um sorriso gigante.

- Sim, vamos.

O Lourenço levantou-se e foi buscar o seu casaco e o da sobrinha. Saímos de casa de seguida. Ao entrarmos no elevador deparamo-nos com o Duarte.

- Bom dia!

- Que cara, meu! O que andaste a fazer? – o Lourenço perguntou com um ar divertido.

- Vai-te foder, seu Zé! – ele resmungou de mau-humor. – E o que é que estás a fazer com a minha irmã?

- Vamos ao cinema – respondi.

- Porque é que vais ao cinema com a minha irmã? – O Duarte não estava nos seus melhores dias.

- Para de ser estúpido! – censurei-o. – Agora não posso ir ao cinema com quem eu quiser, é?

- Podes ir com quem quiseres, menos com homens, que têm mais dez anos que tu, que eu conheço de ginjeira. Ainda por cima ele é teu professor!

- Para com essas merdas! – o Lourenço rugiu.

- Eu sei muito bem que queres comer a minha irmã. Tu és um come irmãs. Comeste as duas do Diego.

Não vou dizer que as palavras do Duarte não mexeram comigo, pois isso seria mentira. Deixou uma sensação estranha, ouvir dizer que o Loureço esteve com outras. Eu sei que ele esteve com outras, isso é obvio, mas ouvi-lo deixa-me um pouco desconfortável.

[concluída] Submersa pelo Desejo | Série Desejo - I |Onde histórias criam vida. Descubra agora