Prólogo

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— Alissa?

Meu chefe chamava por meu nome, tentando acordar-me de meus pensamentos. Olhei para ele um pouco desnorteada. O meu olhar estava focado nele, mas o meu raciocínio estava nas nuvens.

— Sim?

Respondi ao voltar para a realidade.

— Você ouviu o que eu disse?

— O que? — Eu estava completamente fora de mim. — Huh... É...

Fechei um pouco os meus olhos tentando recordar de suas palavras. Sem sucesso. A única palavra que eu havia lembrado tinha a ver com o filho do Sr. Tuan, e mais nada.

— Alissa?

Franziu o cenho enquanto me encarava.

— Huh... Sim? Desculpe.

Abaixei o meu olhar e passei a encarar os meus tênis, a minha marca de bastante uso. Escutei um suspiro ser solto pelo Sr. Tuan, e logo o meu coração começou a bater acelerado. Naquele instante, eu esperava uma bronca dele, a maior que tivesse, já que ultimamente eu andava muito desatenta.

— O meu filho mais velho chega hoje da Coreia.

— O que?

Olhei rapidamente de volta para ele. Não emiti mudança em minha expressão facial, pois eu não sabia como reagir. Eu jurava que iria receber as contas, mas Sr. Tuan queria conversar sobre outra coisa. Eu estava grata e um pouco curiosa. Eu iria conhecer o terceiro filho do Sr. Tuan. Eu já havia ouvido falar muito sobre ele, mas nunca procurado saber mais, exatamente.

— Está tudo bem? — Olhou-me um pouco apreensivo. — Você anda estranha ultimamente.

— Não é nada. Desculpe.

Até tinha, minha família. Mas não era algo que eu devesse transmitir para ele.

— Ok... Eu preciso que arrume o quarto do andar de cima antes da chegada dele.

— Sim. — Afirmo com a cabeça e levanto-me do banco do balcão da cozinha, após Sr. Tuan.

— Ah... Antes que eu esqueça. — Sr. Tuan retira do bolso um papel e me entrega. — Pegue. Preciso que compre o que tem aí.

Olhei para a lista de compras e afirmei com a cabeça.

— Pode fazer primeiro o que achar mais rápido.

— Certo.

Concordei com o que disse e analisei o papel em minhas mãos. Não eram muitas coisas. Seriam no mínimo ingredientes suficientes para fazer um jantar em família. Eu iria primeiro fazer as compras e logo depois iria preparar o quarto para a chegada do terceiro filho.

Tendo isso em mente, guardei a lista no bolso do meu short e segui caminho à saída da casa. O supermercado não era tão longe dali, então eu poderia ir muito bem caminhando.

(...)

Havia demorado mais que o esperado. Eu não imaginava que o supermercado iria estar lotado, e justamente hoje. Eu estava atrasada para o trabalho, mais uma vez. Eu tentava apressar os meus passos até em casa, mas as cinco sacolas de compras impediam um pouco. Eu só imaginava a voz do Sr. Tuan me mandando ir embora. Eu definitivamente estava ferrada se os meus chefes já tivessem chegado em casa e não visto nada do que mandaram fazer pronto.

Após minutos de aflição, cheguei ao meu destino. Destranquei a porta e entrei, com o coração na mão, metaforicamente. Eu rezava para que nenhum problema ocorresse. Respirei fundo e fechei a porta.

— Cheguei.

Aviso com a voz quase trêmula. Caminhei até a cozinha e olhei para os lados, não vendo ninguém. Coloquei as compras sobre o balcão e voltei para a sala. Olhei ao redor e percebi que a casa estava silenciosa. De princípio, estranhei, mas logo uma sensação boa percorreu por meu corpo. O Sr. e a Sra. Tuan ainda não haviam chegado e eu tinha tempo, embora pequeno, para cumprir com as tarefas que me mandaram.

Sem pensar em mais nada, caminhei em passos rápidos até a varanda, onde eu havia deixado os materiais de limpeza há algumas horas atrás.

Os peguei e segui caminho até o andar de cima. Coloquei os materiais no chão do corredor, próximo a porta do quarto que eu iria arrumar. Retirei o meu celular do bolso e conectei ao fone de ouvido, selecionando uma música agitada e colocando no volume máximo. Logo entrei no cômodo.

Acostumada a iniciar a limpeza dos quartos pelo banheiro, segui os meus passos até a porta ao lado, que estava entreaberta. Olhei um pouco desconfiada, pois eu não me recordava de a deixar encostada,  quando havia entrado no quarto mais cedo. De toda forma, como eu estava sozinha em casa, ignorei, talvez eu tivesse realmente feito aquilo e já não estava lembrando mais.

Arrastei o balde com os produtos de limpeza para mais próximo da porta e a empurrei, abrindo-a. Eu estava prestes a iniciar a limpeza quando o meu olhar chocou-se contra o corpo seminu de um garoto.

— Deus!

Oops... » Mark Tuan Onde histórias criam vida. Descubra agora