Bastardo

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P.O.V Jamie

Apos uma noite muito mal dormida estou aqui na casa da minha irmã com ela a Izzie e a Elo, após contar da minha estupidez e levar uns cascudo da minha querida amiga Izzie estamos agora planejando um jeito da Dak me perdoar antes de eu fazer o pedido de casamento.
Estou nervoso só de organizar, não quero nem imaginar a pilha de nervos que vou estar no dia, o telefone da Jess toca e ela sai da sala.

—Então Jamie como estava te dizendo as flores preferidas da coqui são lírios, então podemos fazer alguns arranjos com diversas cores e colocar nos lugares de destaque. — Ela diz e a Jess volta, ela parece perdida em pensamentos e continuo conversando sobre o grande dia.

—Jess preciso da sua ajuda para enrolar a Dak. — Viro pra minha irmã mas ela parece não ouvir nenhuma palavra do que eu disse, ela esta estranha desde o telefonema. —Jess. — Chamo por ela e a tiro dos seus pensamentos.

—Desculpa gente mas preciso resolver um assunto rapidinho, Jamie você vem comigo. — Ela diz me puxando, me leva pra garagem e entra no seu carro.

—Jessica você esta doida?

—Entra no caminho te conto o que está acontecendo. — Entro no carro e ela sai dirigindo feito louca, me seguro no banco enquanto ela corta entre os carros.

—VOCÊ QUER NOS MATAR SUA LOUCA. — Grito quando ela corta um caminhão.

—A Dak esta em perigo. — Meu corpo gela e meu coração perde uma batida.

—O que você está dizendo?

—Ela me ligou querendo saber do papai, dei o endereço pra ela mas agora estou com uma sensação ruim, não sei o que está acontecendo mas sei que ela precisa de ajuda. — Ela vira na esquina e para em frente a casa dos nossos pais cantando pneu, como os seguranças nos conhece abre a porta e já entro direto, escuto vozes vindo só escritório e a voz da Dakota esta baixa, me aproximo e escuto ela acusando ele de ter atropelado a Amélia mas o que me surpreende é a resposta, ele praticamente confessa e ainda a ameaça e em um rompante entro na sua sala.

— Solta ela agora. — Dakota desmaia ao ouvir minha voz e corro para pega-la, ela esta pálida e levo para sala, minha mãe desce as escadas nesse momento e se assusta.

—Jamie o que aconteceu? — Deito a minha mulher cuidadosamente no sofá e Jess acaricia sua cabeça.

—Vocês duas fica com ela e não entre no escritório porque vou ter uma conversar seria com o Jim. — O chamo pelo seu nome porque depois do que descobri o desconsidero como pai, volto para o escritório e assim que o encontro puxo ele pelo colarinho, meu rosto esta praticamente colado ao dele.

—Qual é o seu problema comigo? porque me odeia tanto assim? O que te fiz? — Ele me encara e fico com mais raiva ainda, solto sua camisa e nesse momento mamãe entra correndo no escritório e parece desesperada.

—Sabe porque eu quero te destruir? — Ele me olha com tanta raiva e sei que o que ele disser agora vai mudar a minha vida pra sempre.

—Jim não, você não tem esse direito, ele é MEU FILHO. — Minha mãe enfatiza, ela parece implorar por algo mas eu quero apenas saber por qual motivo ele me odeia tanto assim.

—Vamos Jim, me conte o porque do seu ódio. — Minha mãe chora e tudo o que eu quero é abraça-la, eu não queria vê-la sofrendo assim mas chegamos em um impasse que não da mais.

—Toda vez que eu olho pra você eu vejo o meu erro, o quanto fui fraco, o quão perto eu cheguei de perder a minha mulher e tudo isso porque não pude resistir a uma secretariazinha mas já não bastava o peso na consciência que eu vou carregar pra sempre tinha que aparece você, o filho bastardo. — Sinto como se todo o ar fosse arrancado dos meus pulmões, olho pra minha mãe que chora copiosamente e tudo fica confuso, isso é mentira, apenas mais uma mentira suja que ele esta falando pra me destruir mas dessa vez não terá efeito.

—Mãe, me diga que isso é mentira. — Por favor me diz que é mentira, por favor, eu imploro pra ninguém e ao mesmo tempo imploro pra todo mundo, não pode ser verdade, não é verdade, não não não.

—Jamie você é meu filho, eu que estava com você a cada choro e a cada sorriso, nas suas vitorias eu estava do seu lado comemorando com você, nas suas derrotas eu estava te apoiando, eu sou sua mãe não importa se não compartilhamos o mesmo sangue você... — E então a realidade me da um tapa na cara, eu fui enganado por todos esses anos, agora eu entendo o porque dele me odiar, olhando pra minha mãe que chora enquanto tenta se explicar vejo o sofrimento que deve ter sido cuidar do filho da amante e penso porque em nenhum momento ela me renegou ou me odiou como meu próprio pai fez.
Saio dali deixando os dois e sigo sem rumo, Dakota esta acordada e consola a Jess que chora baixinho.

—Jamie. — Ela me olha com tristeza e sei que ela escutou a conversa, deve estar com pena de mim o pobre coitado que foi enganado a vida toda, eu não suporto ver seu olhar de pena, pego a chave e saio em disparada, quero esquecer esse dia, quero esquecer todos os olhares de pena, dirijo sem direção ate parar em um bar.

Estaciono em uma vaga qualquer e entro dentro do estabelecimento, vou direto para o balcão e peço para o garçom uma dose de uísque e viro de uma vez e sinto queimar, peço outra e viro de uma vez lembrando de todas as vezes que ele me menosprezava minha mãe estava la pra cuidar de mim, me dando amor, agora entendo porque nada era bom o bastante, peço mais outra dose e continuo bebendo, todas as brigas, todas as vezes que ele me olhava com indiferença e assim perco a conta de quantas vezes já bebi.
Meu telefone toca e vejo a foto da Dakota deitada acariciando sua barriga que carrega nosso filho, eu não quero ser um merda de pai para meu filho, eu não posso ser como meu pai mas sinto que não vou ser bom pra ele, deixo chamar ate cair e volto a tomar mais doses, tudo esta rodando e eu não sei a quanto tempo estou aqui, o barman parou de me servir então me levanto pra caçar outro bar mas tudo gira, sinto que vou cair mas meu corpo é amparado por um corpo feminino, o cheiro de rosas do campo toma conta do ar, olho pra cima e a vejo linda, seus olhos estão vermelhos como se ele tivesse chorado, oh meu anjo não chore por mim, eu não merece suas lágrimas.

—Vamos embora Jamie.

—E-Eu não a mereço, você precisa de um marido melhor, que pai que vou ser para meu filho. — Acaricio sua barriga e sinto as lagrimas escorrer pelo meu rosto, meu filho esta ali dentro mas eu estou danificado agora, tudo o que achava que sabia se quebrou.

—Jamie não diga besteira, vamos embora, esse lugar me da arrepios. — Pela primeira vez presto atenção no lugar que estou, parece o subúrbio de Londres, homens encara ela e aposto que deve estar imaginado o que uma deusa como ela quer comigo, ela começa a me carregar mas me afasto e vou andando sozinho, não quero fazer mal pro meu bebê, ela não pode fazer força.

—Como eu vou ser um bom pai se já coloco meu filho em perigo antes mesmo dele nascer. — Minha voz esta embolada e minha língua está pesada, finalmente encontramos carro e assim que ela abre a porta me deixo cair no banco de carona.

Eu não sei como vir para em casa mas estou com a minha mulher tirando a minha roupa, será que vamos transar? Acho que não ela parece chorar e a puxo para meu peito.

—Xiiiii n-não chore, eu não mereço isso, se nem meu próprio pai me ama como posso merecer isso de você meu anjo. — Tudo gira e a escuridão me envolve com suas garras profunda.

Coincidências do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora