CAPÍTULO 1.9: Boate Queen

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Rio Grande do Sul, 20 de Janeiro de 2013.
Sete dias antes do grande evento.

Nicolas estava caminhando próximo ao Centro Universitário Franciscano que fica em uma rua em Santa Maria. Já era por volta das 22 horas da noite e estavam vários jovens indo em direção a uma Boate próxima à aquele local. Nicolas observou dois rapazes de mãos dadas se aproximando quando ele esbarrou de propósito no ombro de um fazendo o jovem quase cair. Só não houve conflitos porque os dois garotos reclamaram de voz baixa e saíram em direção ao destino deles olhando discretamente para trás, pois Nicolas parecia ser um jovem bem estranho. A beleza dele era incontestável, mesmo com o seu semblante obscuro.

— Passe tudo agora! — Nicolas ouviu de longe e se virou.

Os dois jovens que passaram por ele estavam agora sendo assaltados quando atravessaram a rua. Um assaltante estava com uma faca os ameaçando perfurá-los caso eles não cooperaressem com as suas exigências. Nicolas estava na calçada analisando toda a cena. E mesmo que os garotos tenham dado tudo que o assaltante pediu, ele que estava de regata toda suja, e usando um capuz, cortou o braço de um dos jovens para então fugir correndo. O assaltante estava indo em direção ao Nicolas quando ele parou de correr deparando-se com um homem parado e observando.

— O que foi, maluco? Passe tudo que você tem de valor agora.

Nicolas começou a sorrir e enxergou o assaltante como uma oportunidade.

— Eu tenho algo melhor para você do que somente alguns objetos obsoletos.

— Cale a sua boca, e me dê o que eu estou mandando. Ou eu vou furar você. — O assaltante pegou a faca e foi em direção com ela no pescoço do Nicolas quando ele sentiu o cano de uma arma pressionar as suas costas. Ele se virou e encarou um mascarado todo vestido de preto com uma cabeça de cavalo apontando uma AK74.

— Que merda é essa, irmão? Me desculpe eu só estava roubando os caras bem ali, e não precisa me matar eu devolvo a vocês o que roubei.

— A sua morte não é tão necessária para mim agora. — Nicolas se aproximou do assaltante. — Meu caro Boltér.

Boltér ficou surpreso. "Como ele sabe o meu nome?" Ele pensou.

— De onde você me conhece?

— Isso não importa agora, e não foi você que me encontrou. Foi eu que encontrei você. Eu estou aqui para lhe oferecer uma proposta. É algo que lhe dará o respeito que você merece. É algo que vai te fazer soberano. Você não será mais um delinquente sem oportunidades para fazer algo louvável. Eu quero fazer de você um homem onde qualquer pessoa irá obrigatoriamente curvar-se perante a ti.

O que Nicolas dizia era fenomenal. Até porque Boltér passou anos sendo discriminado pela sua cor negra. Ele era sempre desqualificado, e posto abaixo do tapete. Fazendo criar dentro de si um ódio profundo sobre tudo e todos.

— E que proposta é essa que me fará ser o manda-chuva? — Boltér mostrou interesse com os olhos brilhando.

Nicolas pousou a sua mão no ombro do Boltér como se estivesse dando uma grande e irrevogável solução para a sua temível discriminação.

— Esta proposta meu caro amigo. — Nicolas sorriu. — Se chama Éden.

Santa Maria, 23 de Janeiro de 2013.
Cinco dias antes do grande evento.

Um grupo musical muito popular no Rio Grande do Sul iria se apresentar em uma boate que ficava em Santa Maria. Esse grupo era chamado de "Solstício de Inverno". Nicolas estava dentro de um apartamento que era do seu pai na cidade próxima observando o anúncio. Ele era muito inteligente em códigos de programação, sistemas operacionais e afins. E ele começou a vasculhar algumas informações e a hackear o sistema principal da banda que iria se apresentar. Ele conseguiu invadir o computador pessoal do empresário responsável, e obteve a lista de equipamentos que o grupo precisava comprar para a construção do palco. A maioria da lista de objetos já tinha sido comprados, mas ainda faltavam algumas coisas. Nicolas introduziu mais um item na lista.
• 6 Sinalizadores Pirotécnicos
Ele finalizou salvando a lista alterada e introduziu também uma notificação no sistema para alertar o usuário que a compra era de importância máxima. Nicolas pegou o celular e discou alguns números. Uma voz masculina atendeu.

ÉDENOnde histórias criam vida. Descubra agora