CAPÍTULO 2.15: A Farsa

286 64 7
                                    

O caos se manifestou dentro da igreja. O Éden contra a Alcateia, e o prêmio seria o Nicolas. Enquanto a Alcateia iria tentar fazer de tudo para matá-lo, o Éden iria fazer de tudo para protegê-lo. Quem começou a atirar foram os palhaços contra os sacerdotes que desviaram das balas de forma majestosa. Eles eram extremamente rápidos, e realizavam piruetas no ar com intuito de dificultar a mira do inimigo. Os Sacerdotes conseguiram atirar em cinco homens mascarados. Pablo gritava atirando neles com toda a fúria. Sarah se abaixou segurando Nicolas tentando se proteger. Ela tentou voltar para a mesma porta que entrou, mas a estátua de Jesus Cristo recebeu inúmeras balas fazendo cair no caminho onde estava a porta destruindo a passagem. Então, ela foi ousada. Usando o instinto, ela começou a correr em direção a porta principal onde Pablo entrou com os mascarados. Eles estavam tão focados em um matar o outro que nem perceberam a Sarah fugindo. Ela começou a correr fora da igreja, mas a tentativa falhou mais uma vez quando um homem surgiu na sua frente. Ele era grande e tinha porte de um sargento do exército. Era ele. Bartholomeu em carne e osso de braços cruzados sorrindo.

— Muito bem. Sarah. — Ele bateu palmas. —  Eu estou surpreso que ainda esteja viva. Eu acho tão estranho uma mulher que trabalha como investigadora da polícia civil esteja tão cega aos detalhes. Será por que as emoções de mãe preocupada estão lhe deixando com a visão turva?

— Seu desgraçado. — Sarah estava furiosa. — Como você tem coragem de fazer isso com o nosso filho? Tudo pelo quê? Pelo poder?

— Sarah, você nunca entenderia os planos de um grande futuro que está por vir. O Éden não é só um simples grupo. É uma grande organização para o controle.

— Não me importa o objetivo de vocês. Ninguém tocará mais no meu filho.

Uma explosão dentro da igreja fez a Sarah olhar pra ver o que era. E pelo som parecia ser uma granada que explodiu.

— Você não é tão burra. — Bartholomeu juntou as mãos formando um "V" — Nunca se perguntou o porquê foi tão fácil resgatar o Nicolas, ou o porquê não ter ninguém na instalação da Esfinge quando você nos fez uma visitinha?

Sarah ficou em silêncio fuzilando ele pelos olhos.

— Você é só uma marionete nas minhas mãos desde o início. Desde os nossos encontros românticos. Desde o momento em que você deixou cair o seu fio de cabelo no meu ombro. Desde o dia que deu à luz ao Nicolas. Desde o dia que mandei você procurar Messias para ajudá-la a chegar na Esfinge.

— O quê? — Ela ficou surpresa com a revelação. — Não pode ser. Eu sou o Segundo Contato. Foi a Alcateia que me mandou procurá-lo.

— A fita VHS que você encontrou em nossa casa? — Ele debochou. — Não se preocupe. A fita foi adulterada pelo Éden. Quando descobrimos que O Primeiro Contato seria o deputado. Descobrimos também que o médico que estava falando com ele secretamente era O Segundo Contato. Por isso que o Hospital foi para baixo, após o deputado Henrique ser estripado no seu quarto de hotel.

Mais uma vez, Sarah estava perdida com as novas informações. Ela foi manipulada a ir até a Esfinge junto com o Messias resgatar o Nicolas. Mas para quê?

— Se tudo isso foi uma manipulação, onde está o Messias?

— Nós estamos cuidando dele com carinho. Não se preocupe. É óbvio que não conseguiríamos pegá-lo se não fosse você. Na realidade precisávamos pegar o Messias, e os Sacerdotes da Alcateia, de uma só vez. Pelo menos reconhecer o rosto desses que se escondem na escuridão. Você foi incrível no seu trabalho. Nos ofereceu tudo o que precisávamos. Mesmo eu ter que arriscar a vida do meu futuro soldado, Nicolas Rusticher.

Ela estava se sentido suja e tola por ter sido usada sem ter percebido . Ela estava sendo enganada o tempo inteiro. Sarah estava perdida em seus pensamentos.

— Acabou. Entregue o Nicolas. Eu prometo não machucá-lá.

Sarah retirou uma pistola que estava em suas costas presa em sua calça e apontou para o Bartholomeu.

— Eu estou farta de sua lábia. Você é uma cobra nojenta e...

Ouve-se um disparo.

Sarah parou de falar, e sentiu um grande impacto nas suas costas. Ela olhou assustada para o Nicolas. Sarah levou um tiro e quem disparou foi Pablo Berck que pegou o garoto de seus braços. Sarah foi caindo aos poucos no chão com o seu braço esticado para Nicolas em um gesto de tentar pegá-lo de volta. Era possível ver em seus olhos as lágrimas de dor que ela sentiu em seus últimos minutos de vida ao ver que perdeu o ser que ela mais amava. A mãe do Nicolas morreu naquela noite na porta do templo. Sarah tentou salvar o seu filho das garras daquele que faria dele um demônio. Ela tentou salvá-lo, mas não conseguiu.

 Ela tentou salvá-lo, mas não conseguiu

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
ÉDENOnde histórias criam vida. Descubra agora