CAPÍTULO 1.19: Pai do Éden

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Barra da Tijuca, na residência do Nicolas.
Algumas horas depois do ataque.

As autoridades locais de Botafogo foram acionadas para comparecer na Rua São Clemente para atender as ocorrências sobre um corpo com inúmeros cavalos abandonados em volta. Messias orientou Nicolas para se afastar da redondeza, e então decidiram voltar para a Barra da Tijuca onde ficava a sua residência. Portanto, Nicolas convenceu Gael de ir junto com ele e contar sobre tudo o que estava realmente acontecendo.

— O que foi aquilo? — Gael perguntava cuidando dos ferimentos do Nicolas no ombro e nas costas dele.

Messias estava sentado na cadeira com um pano alisando o seu lança-chamas.

— Eu preciso te contar sobre um grupo que se chama Éden. Um grupo que tem como objetivo fazer sangrar até a morte todos aqueles que estão dentro do mundo LGBT.

— Como assim? Um grupo de homofóbicos? — Gael se afastou assustado.

Messias começou a gargalhar enlouquecidamente tirando a atenção do Nicolas e do Gael.

— Relaxa, ele é louco. — Nicolas sussurrou.

— Nicolas, pelo jeito você ainda não acordou não é verdade? — Messias se levantou apontando para a própria cabeça.

Nicolas estava lembrando da última visita que fez ao centro psiquiátrico para ver o Messias com o objetivo de descobrir quem era o instrutor.

— Não há nada que me faça permanecer de olhos fechados se é isso que você quer saber.

Messias começou a rir batendo palmas.

— É claro, com toda a certeza. E você acredita mesmo que o Éden é só um grupinho de moleques que usam os gays para se divertirem assassinando todos eles?

Nicolas começou a prestar atenção, e Gael se arrepiou com o que Messias dizia.

— O Éden está em toda parte. Está em mensagens ocultas nos fast-foods, nos anúncios na TV, nas eleições para o próximo presidente da república. Em qualquer lugar qualquer um consegue se mergulhar no Éden.

Nicolas estava confuso. "Mergulhar no Éden?" Ele pensou.

— O grupo, as máscaras, os assassinatos, e os cavalos. — Messias dizia com o rosto agora sério. — Tudo faz parte de um processo psicológico tão eficaz que pode realizar uma reprogramação mental em qualquer indivíduo saudável.

Messias pegou um cubo mágico que estava na mesa e ficou analisando as cores dos quadrados.

— Muitas pessoas chamam esse processo de lavagem cerebral, mas nós... — Messias se referia aos membros do Éden. — Nós chamamos isso de Os Métodos de Löhnhoff. O nosso Santo Graal.

Gael estava ouvindo aquilo tudo, mas as informações soavam mais como um filme hollywoodiano do que de fato realidade. E mesmo ele ter presenciado coincidentemente a três eventos bem estranhos, não parecia que Messias estava muito bem da cabeça.

— Quem é esse Löhnhoff? — Questionou o Nicolas.

Messias estava de cabeça baixa, mas era possível notar que ele estava sorrindo.

— É aquele que deu início aos seus traumas. É aquele que deu início a tudo isso. — Messias voltou a encarar o Nicolas, e o Gael. — O Pai do Éden.

 — O Pai do Éden

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