CAPÍTULO 1.37: Eu Te Amo

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Após o ataque excessivo no cemitério Jardim da Saudades, Nicolas, Laura e o Messias foram retirados rapidamente pela equipe da Dama de Vermelho para se alojarem na Chernobyl. A região toda entrou em alerta devido aos disparos das armas de fogo e as explosões no local. As autoridades receberam inúmeras ocorrências para comparecerem ao cemitério. Todos os jornais relataram ser um ataque de facções criminosas na região, mas a polícia civil localizaram o corpo do Bartholomeu, o principal chefe da secretaria de segurança do Rio de Janeiro, e suspeitaram de ser uma missão secreta do exército, e o próprio morreu em combate. Quando os meios de comunicações estavam próximos de descobrirem o Éden todos os computadores que continham informações sigilosas foram hackeados, e toda a situação pela mídia foi camuflada. A confirmação veio de um prefeito informando que era apenas uma operação da polícia federal contra o tráfico de drogas que acontecia no cemitério, e que infelizmente o sargento foi morto. Alguém manipulou as informações reais para não descobrirem a verdade. E quem tentasse se atrever a questionar, ou querer ir mais a fundo sobre isso, seria silenciado.

Em Chernobyl.

Nicolas estava todo machucado e foi posto em uma maca na sala médica da Chernobyl. No local tinham alguns médicos, e eles foram tratar dos ferimentos dele e da Laura. Gael chegou na sala e se deparou com Nicolas de olhos fechados. Ele sentou próximo da cama quando o percebeu despertando.

— Machucaram você! — Gael olhava os cortes nos braços com o rosto triste.

— Eu vou ficar bem. — Nicolas sussurrou.

Gael deu um pequeno sorriso e se aproximou do rosto do Nicolas e o beijou.

— Foi bom eu ter tomado coragem naquele dia no colégio pra falar com você.

Ele retornou ao passando lembrando de como conheceu o Gael.

— Eu não sei se foi pura sorte, ou mais uma manipulação do Éden. — Gael acariciava as mãos do Nicolas. — Eu só sei que tudo isso me levou a aprender a amar de verdade.

Nicolas entrelaçou os seus dedos aos do Gael.

— Não foi apenas sorte. — Nicolas sussurrou. — Talvez a vida de alguma maneira sabia que um dia eu precisaria de você.

No Hotel Ramada Encore Ribalta.
Barra da Tijuca.
Duas semanas depois.

Alguns dias de paz surgiram depois da morte do Instrutor. Nicolas e Gael se aproximavam cada vez mais. Os dois decidiram se hospedar em um hotel na Barra da Tijuca com intuito de conhecer alguns pontos turísticos próximos do local. A presença dos dois era tão intensa e tão quimicamente boa que eles não conseguiam focar em outras coisas a não ser neles. Eles estavam em um quarto bem elegante do hotel, e o Gael estava deitado cochilando na cama. Já era noite, e Nicolas estava na janela do quarto observando a rua perdido em seus pensamentos. Gael acordou e se deparou com Nicolas em pé no canto só de cueca observando algo na janela. Nicolas era muito lindo. Seja vestido ou seminu, ele era muito atraente. Com aquele rosto enigmático e os olhos misteriosos qualquer pessoa encarava para o Nicolas querendo desvendar os seus segredos. Gael se levantou e foi até ele o abraçando por trás e o beijando no rosto.

— O que foi? — Gael perguntava preocupado.

— Eu estava aqui pensando sobre o meu pai.

Gael não se lembrava muito do Bartholomeu, mas se recordava que o pai do Nicolas detestava a amizade dos dois. E fazia de tudo para que ambos não ficassem muito próximos quando eles eram pequenos.

— O que tem ele? — Gael se referia ao Bartholomeu.

— Ele despertou em mim um ódio sem fundamento. Era algo que não fazia parte de mim, ou melhor, que nunca fez. — Nicolas suspirou. — Eu fiz muita coisa errada Gael acreditando que eu estava certo. Eu feri pessoas inocentes que não tinha nada haver com o que aconteceu comigo. — Os olhos do Nicolas começaram a lacrimejar. — Eu só queria ter uma chance no passado de poder ser uma pessoa melhor do que eu me tornei.

Gael percebeu que ele estava um pouco emocionado, e o abraçou bem forte.

— Você não teve culpa do seu pai ter sido um monstro. — Gael sussurrava. — Ele fez de tudo para que você odiasse, e você odiou. Você não é o único neste mundo que está contra algo que não sabe direito o que é.

— Mas eu matei pessoas inocentes, Gael. Eu criei uma parte do Éden. O Erick e o Boltér são as minhas criações. Eu os manipulei para criar atrocidades. Eu me culpo por ter feito tudo isso. E só agora eu percebo a idiotice que eu já fiz.

— Acalme-se! — Gael segurou as mãos do Nicolas e encarou os seus olhos. — Você teve chances de me matar, e você não fez. Você deu uma chance para você mesmo ser diferente. Você não fez o que o seu pai mandou. Você simplesmente quis entender o que estava fazendo, e acabou entendendo.

Nicolas ficou de cabeça baixa pensativo.

— Você não é um monstro. Você seria se continuasse do jeito que era. — Gael levantou a cabeça do Nicolas e sorriu. — Agora você tem uma chance de fazer tudo diferente de proteger aqueles que você já machucou.

Ele abraçou Gael bem forte mexendo em seu cabelo enrolado. Ele se afastou e o beijou intensamente como nunca tinha beijado alguém. Os lábios dos dois se tocaram em sincronia e Nicolas acariciou o rosto do Gael lentamente enquanto o beijava. As batidas do seu coração disparava toda vez que sentia o calor dele.

— Jamais me abandone. — Nicolas sussurrou olhando fixamente nos olhos do Gael.

E o Gael como sempre sorria envergonhado sentindo os braços do Nicolas o segurando.

— Eu jamais te abandonarei. — Gael deu um selinho no Nicolas.

Os dois permaneceram se beijando próximo da janela por vários minutos até que Nicolas carregou o Gael até a cama. Por vários minutos os dois ficaram deitados um olhando para os olhos do outro, e após isso os seus corpos estavam conectados. Os dois se tornaram um depois daquela noite. O "eu" se transmutou em "nós". E o amor de ambos se tornou único. E aquela noite ficou marcada para sempre na memória do dois.

 E aquela noite ficou marcada para sempre na memória do dois

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