CAPÍTULO 1.31: O Estupro (Parte III)

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O Experimento do Messias.

Após o Messias atravessar a porta metálica redonda ele ficou imerso na escuridão.

— É brincadeira. — Ele reclamava. — Alguém esqueceu de pagar a conta de luz.

Quando Messias piscou os olhos ele levou um susto. Instantaneamente ele surgiu em volta de vários túmulos. Era um cemitério. Ele encarou o céu e percebeu que estava nublado e começou a chover. Os relâmpagos clareavam o novo local que estava um pouco escuro devido às nuvens que bloqueavam os raios solares. O lugar tinha uma atmosfera densa e pesada, e o cemitério tinha uma elevação na terra que não deixava poder enxergar além. Ele tentou encontrar alguém próximo, mas estava sozinho. Quando ele voltou a reparar na elevação, e tentou caminhar para subir, vários homens encapuzados começaram a aparecer. E eram uns 40 ou 50 todos andando juntos em fila. Eram os tão temidos soldados do Éden.

— O novo exército. — Messias ficou perplexo.

Ele colocou as mãos na espingarda que estava presa em suas costas e apontou nos homens de preto. Ele disparou duas vezes, e não surtiu efeito. Ele saiu correndo desesperado desviando das árvores e sentindo a chuva falsa cair sobre a sua pele olhando para trás e atirando. Mas nenhum dos homens caia e eles caminhavam até ele sem ao menos correr. Messias encontrou uma cabana e foi até ela se esconder. Ele fechou a porta. Tinha uma cadeira no meio da sala e do lado da porta tinha um armário. Ele puxou o armário empurrando até a porta, e por causa da afobação ele pegou a cadeira e a colocou de cabeça para baixo sem motivo algum. Messias estava surtando. Ele bisbilhotou pela janela e viu que os homens estavam se aproximando. Ele tentou procurar alguma saída, e encontrou um porão. Ele desceu os degraus da escada, e tudo lá embaixo estava completamente escuro. Messias tocava na parede procurando algum interruptor, e sentiu uma espécie de chave e acendeu a luz. O que ele presenciou em seguida fez a sua cabeça entrar em pânico. Estavam paradas no canto da parede 15 crianças com as suas roupas rasgadas e com os seus cabelos sujos e bagunçados. Uma delas estava com o pescoço cortado, a outra com um machado preso no peito, e uma outra sem um olho esquerdo. E todas elas já estavam mortas, mas de alguma forma estavam paradas encarando Messias.

— Você é um monstro. — As crianças cantarolavam. — Você é um monstro.

Messias sabia quem era aquelas crianças. Porque em 1992 quando ele estava em uma missão do Éden, ele foi convocado para eliminar um político que iria depor na Comissão Parlamentar de Inquérito porque o mesmo conseguiu informações de um dos planos do instrutor em São Paulo. Mas por engano, o grupo do Messias acabou explodindo um berçário em um hospital. O político foi morto dias depois no Hotel Della Volpe Garden, mas as crianças mortas infestaram a sua mente. Para o instrutor foi uma missão bem sucedida, pois como sempre ele conseguia camuflar todos os eventos. Mas para Messias foi uma tragédia. E mesmo que ele era um assassino cruelmente frio na época, ele jamais tinha eliminado uma criança. E a verdade o levou a loucura. E a culpa lhe despertou parcialmente do Éden.

— Me perdoem, eu não tive a intenção! — Messias já estava com a voz carregada de arrependimento.

— Você é um monstro, você é um monstro. — As crianças cantarolavam.

Messias não aguentou e surtou. Ele tentou quebrar as madeiras para fugir, mas acabou caindo, pois a inteligência artificial desligou o holograma. No chão ele voltou a olhar ao redor e percebeu que estava no galpão. E tudo tinha desaparecido em questão de segundos.

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