CAPÍTULO 1.35: O Último Trauma

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Chernobyl em alerta.

As equipes bem treinadas chamadas pela Laura de "Os Alphas" eram as mais eficazes em combate de emergências. Eles sabiam não só manusear qualquer condução terrestre, mas também eram treinados para situações onde eles teriam que utilizar os transportes aéreos. Uma correria começou entre os corredores devido ao alerta acionado pelo relógio inteligente da Laura. Gael ficou aflito observando aquilo tudo. Ele sabia que aquilo significava problemas. Algumas portas de metais redondas no chão próximo da Rocinha estavam sendo abertas pelo sistema liberando o voo dos Bell AH-1 SuperCobra, helicópteros de ataque terrestre. Dos buracos que surgiram com a abertura das portas de metais saíram 3 SuperCobras em direção ao cemitério de Paciência.

Em Jardim da Saudade de Paciência.

Bartholomeu sorria como se estivesse gostando da surpresa de ambos.

— Cadê aquele palhaço do Messias? — Ele procurou.

— Seu desgraçado! — Laura iria avançar para atacá-lo quando os homens atrás do Bartholomeu apontou as armas em direção a ela.

— Laura, Laura, Laura. — Bartholomeu andava de um lado para o outro calmamente. — Você era uma mulher incrível quando estava no Éden. Se tornou a tão aclamada Dama de Vermelho depois do grande assalto em Fortaleza. Mas agora olha o que você se tornou. Uma babá.

— O que você quer, Bartholomeu? — Laura gritou.

— Eu quero o controle. Eu quero um mundo novo. Uma nova forma de viver. Uma nova sociedade perfeita. Sem falhas, sem erros, sem maldições. — Ele encarava Nicolas.

— Pra que isso tudo? — Nicolas tentou falar sem deixar escapar a sua fúria.

— Sabe eu preciso lhe contar uma coisa, filho. — Nicolas se contorceu ao ouvir a palavra "filho" sair da boca do Bartolomeu. — Tudo era para lhe tornar uma melhor versão de si mesmo fazendo de você um novo instrutor.

— Eu não pedi para ser um.

— Por favor, Nicolas, ninguém está vivendo neste planeta porque escolheu viver nele. Todos estão aqui por uma consequência. E nunca existiu escolhas. Para ninguém. Todos nós somos frutos da causalidade.

De fato Bartholomeu tinha razão. A maioria dos fatos da vida eram situações imprevisíveis onde escapava sempre de nosso controle.

— Mas, por que me tornar um assassino? — Nicolas o encarava sentindo repulsa.

— Eu sei que você assassinou muitas vítimas, e me orgulho disso. — Bartholomeu sorria. — De fato você se tornou um homofóbico incrível. E você conseguiu criar um novo Éden em pouco tempo, uma coisa que muitos não conseguiram. Manipulou de uma maneira invejável a realidade quase seguindo os meus passos. Mas...

Bartholomeu começou a encarar o céu com um ar de decepção.

— Como sempre as consequências são inevitáveis. Os quatro traumas era pra ser instalados em você como Löhnhoff tinha feito na época do nazismo. Mas você de alguma maneira se tornou a falha de todo o sistema de manipulação quando Gael despertou em você uma curiosidade sobre o que você estava fazendo. Isso o fez ter clareza. O amor que você estava sentindo por aquele garoto lhe tirou do transe psicótico fazendo você perceber que não era um homofóbico, mas sim que possuía desejos reprimidos devido ao soco que você deu nele na época do colegial.

Nicolas voltou a lembrar da cena quando o seu pai o mandou dar um soco no rosto do Gael. Um sentimento de culpa voltou com toda a força dentro de si.

— Você, Nicolas, era o meu projeto original. Aquele que se tornaria o instrutor e comandaria todo o Éden. Você teria um poder ilimitado manipulando toda a realidade em volta fazendo pessoas acreditarem que estariam livres, mas na verdade todas estariam presas em nossas mãos como marionetes. — Bartholomeu tentou dar dois passos se aproximando do Nicolas. — O Éden é muito maior do que você imagina. E sim, eu manipulei todos os acontecimentos de sua vida. Tornando você um psicopata perfeito.

— E para quê? — Nicolas começou a se irritar com tudo o que Bartholomeu estava dizendo.

— Para dar início ao "Novo Exercito". — Os olhos do Bartholomeu brilharam quando se referia aos planos futuros do Éden. — Nós devemos restabelecer o controle. E o primeiro reino a cair será os Estados Unidos. Mas não sujaremos as nossas mãos. Como sempre faremos outros governos a realizarem tal ato. E como você mesmo sabe. — Bartholomeu encarou o Nicolas sorrindo. — Somos incríveis na arte da manipulação.

Um som de helicóptero cortou a conversa dos dois, e Bartholomeu e seus homens olharam para o céu e se depararam com três SuperCobras indo em direção a eles. Bartholomeu voltou a encarar Laura.

— Você não iria ficar calada por muito tempo não é Dama de Vermelho?

Laura estava a ponto de explodir.

— Homens, destruam os helicópteros.

Imediatamente todos obedeceram a ordem e correram separadamente entre o cemitério apontando as suas armas para o céu. Bartholomeu estava com duas espadas samurais presas em suas costas. Ele as retirou e apontou uma em direção a Laura e a outra em direção ao Nicolas.

— Se vocês não pertencem ao Éden. — Ele rodopiou as espadas. — Então, o Éden não pertence a vocês. E para você, Nicolas. — Ele o encarou com um semblante maligno. — Eu sou o seu último trauma.

Ele correu sozinho em direção aos dois para atacá-los, e atrás dele acontecendo uma chuva de disparos por todos os lados.

Ele correu sozinho em direção aos dois para atacá-los, e atrás dele acontecendo uma chuva de disparos por todos os lados

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