* Tempestade

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*esse poema é criação de um amigo muito especial. Pessoalmente consigo me identificar muito com o processo descrito tão bem por ele, mesmo dentro das metáforas usadas. Creio que não serei o único.

"Eu estou chovendo

O cobertor que deveria me proteger do frio solitário se mostra inútil.
Minhas mãos costumavam ficar aquecidas entre as suas
Mas agora só há o vazio para apalpá-las
Eu tento me levantar
Fingindo que as trovoadas de angústia não me assustam,
Porém o peso da culpa empurra minhas costas de volta pro chão

Eu estou chovendo

Eu puxo meus cabelos
Na tentativa de tirar as lembranças que vem em torrentes na minha cabeça
Rezo para o que for para o vento parar de sussurar seu nome nos meus ouvidos
A tempestade balança minha casa, ameaçando colocar tudo abaixo

Eu estou chovendo

Ligo uma luz.
Fico mais tranquilo
As lembranças continuam batendo nas minhas telhas
Mas não me agitam mais.
Acendo outra luz
Aceito que terei que esperar passar
Acendo outra luz
Meus amigos estão sentados me esperando para me dar um abraço caloroso,
Tirando toda a culpa dos meus ombros, como quem retira uma mochila de pedras
Acendo outra luz
O céu clareia e os trovões não me assustam mais
Abro a porta da frente
Uma pontinha de arco-íris surge ao longe
Ainda temo a noite gelada
Com sua neblina de saudade
Tão pesada que ameaça grudar por toda minha pele
Porém eu vou acender meu amor próprio
Para me aquecer de qualquer resquício de dor que possa ter ficado

Eu não estou mais chovendo."

Autor: HenriqueRodriguez

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