Sabe quando uma ideia fica na sua cabeça e mesmo que você a desenvolva uma vez, ela persiste?! Pois bem, foi o que aconteceu com essa. Fiquei a imaginar uma história diferente da anterior, mas com elementos semelhantes. Acho que fui picada pelo bichinho do cliché melodramático, haha. Brincar com os clássicos têm sido muito divertido. A vocês entrego então o segundo episódio desses especiais de Halloween fora de época.
*Esse é dedicado ao colega que pediu continuação. Bem, não chega a ser uma, mas vale como se fosse (espero rs)
--Você tem certeza disso?--Sim pai, eu tenho. Eu o amo e não vejo sentido em uma eternidade que não seja ao lado dele.
O homem olha para a esposa ali perto, com quem viveu os últimos 200 anos e entende bem o que a filha fala. Ele também teve que tomar decisão semelhante naquela época, mas por sua vez não teve apoio nenhum da família. Decidiu que faria diferente. Se fosse pela felicidade eterna da filha, então que ela transformasse aquele pirralho topetudo em um deles.
--Então faça!
Eva dá um abraço apertado no pai e outro na mãe, vai até a janela e se joga. Logo após ela nada mais é do que um pontinho negro em direção ao outro lado da cidade.
Seu corpo aparentemente frágil corta o vento da noite com um objetivo certeiro. Ela chega até o lugar sem perda de tempo. Hospital Rosa dos Ventos. Onde o seu amado lutava pela vida há dois dias. Uma luta que ela sabia que ele perderia. E ela estaria ali para ampará-lo assim que acontecesse.
Entrou por uma abertura da janela de maneira suave e silenciosa. Logo já não era um morcego negro e pequeno, mas sim uma graciosa jovem mulher. A pele pálida, quase translúcida iluminada pela lua. Os olhos brilhantes e negros voltados para a direção da cama onde um rapaz que não aparentava ser um ano mais velho do que ela e possuindo um tipo de palidez mais mórbida repousava.
Ela olhou para os diversos aparelhos que o mantinham vivo e suspirou. Eles apenas serviam para adiar o inevitável, mas foram essenciais para lhe fornecer o tempo que precisava para conseguir a aprovação dos pais para aquela empreitada. Se eles não dessem a benção, ela o faria de qualquer forma, mas tinha que admitir que era melhor com o apoio deles, ainda mais nos primeiros dias de transição quando ela teria que se dedicar integralmente ao recém transformado.
Adão. O doce garoto gótico apaixonado por vampiros que nunca desconfiou que namorava uma. Ela mal podia esperar para ver a surpresa em seu rosto bonito quando ele acordasse para aquela nova "vida". Ela torcia para que a transição não fosse muito demorada ou complicada. Isso variava de pessoa a pessoa e dependia muito da aceitação desta para a nova realidade. E as circunstâncias estavam a favor.
Ela esperou pacientemente aquela noite até que ele desse seu último suspiro. Era sempre mais fácil quando a morte era natural. Assim era menos traumático e também ela não conseguia se imaginar matando o garoto que amava. Mesmo que fosse para trazê-lo de volta a vida depois.
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Rabiskos
AcakTentativas de trabalhar a escrita, através de temas variados, textos curtos, sem grandes compromissos, sem prazos ou metas, apenas aproveitando qualquer inspiração que surgir. Também posso revisitar algumas histórias ou poemas meus, publicadas em ou...