Tentativas de trabalhar a escrita, através de temas variados, textos curtos, sem grandes compromissos, sem prazos ou metas, apenas aproveitando qualquer inspiração que surgir.
Também posso revisitar algumas histórias ou poemas meus, publicadas em ou...
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Mirela era uma garotinha muito ativa e divertida de dois anos com um sorriso grande de covinhas proeminentes, pele morena e belos cachinhos. Um anjinho que vivia firme no propósito de fazer os cabelos de sua babá Elisa ficarem brancos antes do tempo.
A pobre babá não podia tirar os olhos da garota que lá ia ela fazer alguma travessura. À Elisa, a babá em questão, restava conter -da forma que podia- os danos.
Elisa, que era uma parente distante, vivia com a família desde os primeiros meses de vida da pequena. Ela chegara com o objetivo de se afastar um pouco da casa dos pais enquanto decidia o que queria para o seu futuro e acabara ficando. A pentelha tanto fez que acabou por quebrar suas resistências e ganhar o seu afeto de uma forma única e especial.
Mas apesar de amar muito a garotinha, bem que Elisa gostaria que esta fosse menos peralta.
Para além das travessuras, as duas tinham também alguns momentos juntas com algum tipo de paz e tranquilidade onde curtiam um silêncio cúmplice e fortalecedor de laços. É bem verdade que isso não durava mais do que alguns poucos minutos, até que a pequena Mirela se lembrava de sua missão na terra: enlouquecer sua babá. (Embora a mãe da garota achasse que na verdade era fazer com que sua genitora sofresse um infarto antes dos trinta).
Dia desses, num dos mais calmos, onde a garota provocara apenas algumas palpitações no coração guerreiro de Elisa, aconteceu algo que por pouco não a levou de vez.
Era noitinha já, quase hora de encerrarem as brincadeiras na área externa da pequena casa de quatro cômodos e irem para dentro.
As duas estavam descansando depois de uma rodada tripla de piruetas quando a pequena sentiu sede e foi em direção a cozinha onde pegaria sua garrafinha de água especial (porque tinha o desenho do Hulk) que estava na geladeira. Era algo que ela gostava muito de fazer já que estava em uma fase onde buscava independência a todo custo. Por esse motivo a tal garrafinha ficava com um acesso fácil para a pequena "monstrinha".
Enquanto a garota ia atrás de água, Elisa tratava de recuperar o fôlego e se lembrar mais uma vez que no alto de seus 23 anos já não era mais tão jovem assim.
Não mais do que 3 minutos depois a pequena apareceu muito quieta, com a pele levemente pálida e sem a garrafinha de água em mãos. Andou até Elisa e se jogou em seu colo.
A babá estranhou o comportamento da garota que parecia muito assustada e se recusava a tirar o rostinho pequeno de seus ombros onde os afundara.
Com calma a babá foi conseguindo apurar o que havia acontecido.
Segundo a menina havia um bicho na cozinha e ela estava com medo de que ele a pegasse.
Acostumada aos exageros da garota que sempre se apavorava com o mínimo dos insetos, Elisa logo pensou tratar - se de algo do tipo.
Depois de conseguir acalmar a garota, a convenceu de irem juntas até lá a fim de espantar o tal bicho e pegar a água.
Ao chegar lá a garota apertou -se firme em seu colo, do qual se recusara a sair, e disse que o bicho estava bem ali ao lado da mesa que ficava pouco antes da geladeira.
Elisa acendeu a lâmpada, ja que estava comecando a ficaer escuro, olhou por tudo esperando encontrar algum besouro ou libélula, mas nada viu.
A garotinha, no entanto, insistia que o bicho estava ali.
Sem saber como resolver o impasse e vendo que a garota não se convenceria fácil , pegou a água e foi lá pra fora tentar distrair a garota por mais alguns minutos antes de voltarem.
Funcionou por um tempo (depois de uma boa dose de coceguinhas), até o momento em que Elisa a chamou para entrarem.
A garota empacou e disse que o bicho agora estava na porta e a pegaria se ela fosse para ali.
Tentando aliviar a tensão da garota, Elisa buscou brincar com a situação inusitada falando em voz alta para que o bicho as deixasse em paz, que fosse pra casa, etc, no que a garota a seguiu com entusiasmo crescente.
Em um momento de inspiração , Elisa sugeriu que o tal bicho merecia um bom puxão de orelhas por assustar a garotinha dessa forma.
Levando ao pé da letra o conselho da babá, Mirela prontamente virou - se para o lado e levou as mãos à frente, logo acima do nível de sua cabeça, em um movimento de pinça e depois de torção.
Para espanto da babá, ela pôde ouvir um gemido bem baixinho de choro bem ao seu lado e um barulho de algo pesado correndo em direção ao portão que ainda balançou como se houvesse sido atingido por uma forte rajada de vento.
Indiferente à cara de espanto da babá que por pouco não se fora de fato depois dessa, a garota levantou - se tranquila e foi trotando até a cozinha onde anunciou aos berros que queria "papá".
À Elisa só coube ir até lá e providenciar o jantar da "anjinha".
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Pequena historieta baseada livremente em uma situação vivida por mim.
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