Capítulo Cinquenta E Cinco - Não Terá Casamento!

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Débora

Não sei como me sinto depois dos últimos dias que passaram. Ainda não falei com o Daniel. Não consigo ficar em sua frente sem derramar lágrimas só de tentar perceber a nossa história.
Mas eu não posso fugir dele. Ele é meu irmão, e nenhum de nós dois tem culpa disso.

Meu pai anda preocupado, estressado também com isso. Ele insiste que o Daniel faça o exame de DNA.
Não me empolgo com esse exame, pois ele não vai mudar nada.

Vejo o Daniel sempre triste e cabisbaixo entrando em sua casa, enquanto estou na casa da Leonor.
A Leonor é como a Martha. Tem me ajudado muito. Fico mais aberta quando estou com ela, abro meu coração, expresso meus sentimentos, me deixando sempre aliviada.

No princípio, eu achava estranho ficar por aí contando tudo da minha vida à alguém que não conheço. Mas com o tempo, fui gostando dela, fui percebendo que ela significa algo na minha vida, ou que entre nós as duas tem algo em comum.

- Débora, o Rubens está lá na sala. Ele acabou de chegar.
- Eu estou saindo agora. O almoço está no aquecedor. Qualquer coisa me liga. Diz a Martha aflita saindo do quarto apressada

Encaro ela fechando a porta do quarto.

O que ele quer comigo
Será que não entende que eu não quero nada com ele?!

Desço da cama bufando, com a cara emburrada

- Está tudo bem, Débora? Me encara preocupado

- Está sim. Digo baixo

- Eu sei que você está estranho a minha visita, depois de tanto tempo
- Eu vim te dar os parabéns pelo teu casamento. Quando será mesmo? Indaga me encarando

Suspiro nervosa, engolindo em seco depois de ouvir o Rubens falar do casamento. Me seguro para não chorar em sua frente.

- Não terá mais casamento! Eu e o Daniel não vamos mais nos casar. Retiro as palavras friamente da minha boca

- Mas como assim? Porquê? Me encara espantado

- É isso que você ouviu Rubens. Eu não quero falar disso. E se você veio falar disso, então melhor ir embora! Digo grunha com a voz trémula levantando do sofá.
Saio daquela sala sem esperar em ouvi - lo falar, o abandonando completamente.

Não queria voltar a chorar. Mas não consigo!
Sou bastante frágil, e minhas lágrimas não demoraram jorrar em meu rosto.
Não queria que o Rubens me visse chorando, sofrendo, mas acho que ele percebeu.

Enxugo minhas lágrimas, ficando mais tranquila. Vejo na cabeceira da minha cama, meu anel de noivado. Pego ele, e logo me emociono em lembrar dos momentos lindos e marcantes que tive com o Daniel.
Quando entrei em desespero, não tive a coragem de deitar esse anel.

Me sinto tonta, meio exausta. Deve ser por causa das lágrimas que derramei hoje.
A Martha já deve ter chegado e preparado o jantar.

- Que bom que desceu pra jantar. Acabei de tirar do forno o seu prato favorito. Fala a Martha toda empolgada colocando a travessa na mesa.

- Obrigada Martha. Digo desanimada

- Ah, Débora. Você ainda está assim minha querida!
Me dói bastante te ver assim, sofrendo. Me encara com a mão em meu rosto
- Come vai, antes de esfriar. Sorri

Observo a Martha me servindo. O cheiro da refeição bate no meu peito me incomodando bastante; não consigo olhar para o prato é como se fosse algo nojento que vejo.

Me sinto enjoada, com uma tontura forte. Não sei o que tenho, nunca fui de recusar qualquer lasanha que a Martha faz, muito menos de reclamar do cheiro dela.
Há dias que venho sentido essas náuseas, tonturas... Mas os de hoje estão muito fortes

- Desculpa Martha. Eu não vou conseguir comer essa lasanha. Não consigo nem olhar pra ela, sem me enjoar. Desculpa! Saio da mesa, torta segurando minha cabeça de tanta náuseas que sinto

Chego no quarto logo me dirigindo ao banheiro, onde sou invadida por vómitos que me deixaram muito fraca.

O que será que está acontecendo comigo!?
Será que estou doente??
Nunca senti isso antes!









































































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